quarta-feira, 15 de maio de 2013

10 Dance

Eu adoro quando as autoras desenham pessoas realizando movimentos complexos ou inusitados, por isso fiquei curioso quanto a 10 Dance, um mangá que, obviamente, trata sobre dança. A capa já é um indicativo da arte linda da Inoue Satou, que combinou perfeitamente com os passos de dança que ela ilustrou ao longo dessa história.

Somos logo de cara apresentados aos personagens principais: Shinya Sugiki e Shinya Suzuki. Os dois são dançarinos profissionais sendo que o primeiro é especializado em valsa (e outras danças européias) e o segundo, em danças latinas. Apesar dos nomes serem parecidíssimos, os dois não poderiam ser mais opostos tanto em personalidade quanto em estilo de dançar. Sugiki propõe para Suzuki uma troca: ele ensinará a Suzuki danças européias enquanto o outro o ensina danças latinas. O objetivo disso é participar da grande maratona da dança, o evento "10 Dance". Suzuki inicialmente recusa a proposta, logo reconsiderando por se sentir desafiado e impressionado por Sugiki.

O ponto forte desse mangá são as cenas de dança. São bem ilustradas e, diga-se de passagem, sensuais. Os protagonistas não são muito afeiçoados um ao outro no início, mas isso gradualmente vai mudando conforme os capítulos se passam. Não há muito acontecendo nesse mangá: ele é bem focado no treinamento de dança dos dois personagens. Não vejo isso como um ponto negativo... Se é um mangá sobre dança, ora, que dancem!

  

Eu diria que essa história, até onde eu li, é uma nota "8" se aproximando de um nove. Gostei muito dos personagens, da arte e, como eu enfatizei aqui, das cenas de dança. Algumas pessoas irão achar o estilo da autora "bara", mas eu particularmente não achei demais.

Esse mangá é traduzido para o inglês pelo grupo Nakama. Não sei se está disponível em outros idiomas.

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Toshishita no Ryuugi

Tem vários mangás com um plot basicamente igual ou ridiculamente parecido com esse, mas resolvi ler Toshishita no Ryuugi assim mesmo. O que me convenceu foi uma capa da revista Chara ilustrada pela autora, Maruya Kae, com os personagens da história. Gostei do design dos personagens e resolvi fazer uma tentativa, mesmo que o resumo do Baka-Updates não me interessasse nem um pouco.

Basicamente, o resumo da ópera é que Yusuke, um modelo que também trabalha como garçom, terá de dividir seu apartamento com seu irmão mais novo, Atsushi, agora que ele veio cursar a universidade. Os dois não são irmãos de sangue: a mãe de um casou com o pai do outro. Yusuke tinha uma boa relação com seu irmão quando eram mais novos, tendo o ensinado a jogar basquete, mas acabaram passando muitos anos sem se falar. Isso fez com que agora que estão, novamente, se encontrando e tendo de conviver um com o outro percebam o quanto mudaram durante esse tempo. Um ponto importante da história é que Yusuke desenvolveu um complexo de inferioridade em relação a seu irmão, pois o ensinou a jogar basquete e logo foi ultrapassado por ele. 

Eu não tenho certeza se posso afirmar que gosto ou que não gosto desse mangá. Ele é "ok". A arte dessa autora é bonita, sendo que as roupas que ela desenha são muito legais, mas o enredo é clichê e não tem nada de especial. Esse mangá não trouxe nada de novo ou de interessante. Eu não consigo gostar desse mangá o suficiente para fazer elogios, mas ele também não me incomodou ao ponto de eu só ter reclamações. 

Um ponto negativo que eu senti foi que há muitos personagens interessantes na história, mas nenhum deles recebe destaque. Os dois protagonistas - Yusuke e Atsushi - são personagens que, com certeza, você já viu em outro mangá por aí. Outro é que os diálogos são simplórios e os desenvolvimentos do enredo são completamente previsíveis, 

  

Dessa forma, esse mangá é um que, com certeza, não vai ocupar espaço no meu HD cerebral. Logo vou esquecer dele, pois não há nada que seja marcante o suficiente para me fazer querer ler de novo. Por isso, uma nota "6". Não é que seja ruim. Mas também não é bom.

Esse mangá foi traduzido pelo Lemon Pie Lovers para o inglês, sendo que o Dangerous Pleasure e o Nakama também o traduzem. Não cheguei a verificar se foi traduzido para outros idiomas.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Abarenbou Kareshi

Hoje é mais uma vez o dia "Faust-exalta-as-qualidades-de-uma-das-mangakas-favoritas-dele"! A escolhida da vez, como já foi algumas vezes e ainda será novamente, é a Junko-sensei! Aplausos, por favor, para essa autora maravilhosa. Resolvi reler o segundo mangá dela que eu li e me apaixonei de novo por ela. Abarenbou Kareshi foi o primeiro ou um dos primeiros mangás dela a ser traduzido e divulgado no exterior. Apesar de ser o trabalho mais antigo dela (excetuando doujinshis), ele apresenta muitas qualidades e características recorrentes nos trabalhos da Junko.

Abarenbou Kareshi é composto por três histórias curtas. A primeira dela, que ilustra a capa e dá título ao mangá, é sobre dois amigos de infância. Naoto tem uma aparência adorável que chama a atenção, mas sua personalidade é o oposto disso. Ele é violento, rude e homofóbico. Isso é um grande problema para Hajime, que se descobriu apaixonado por seu amigo. Esse resumo também é comum a outros mangás, mas o modo que Junko executou é inusitado. Novamente, ela consegue combinar sua arte linda com personagens fazendo expressões faciais convincentes e, ainda, adicionar aqueles diálogos que poderiam ser brega, mas acabam sendo adoráveis. 

A segunda história trata sobre irmãos. O pai do personagem A casa com a mãe do personagem B e, mesmo não sendo relacionados por sangue, começa o "mimimi" de não podemos ficar juntos porque, oh céus, somos irmãos. Esse cenário já foi feito e refeito toneladas de vezes por várias autoras diferentes, mas a Junko consegue dar uma pitada de inovação. Shinji descobre que seu irmão mais novo está afundado em dívidas. Ele fica ainda mais chocado ao descobrir que Haruki contraiu essas dívidas por gastar dinheiro com profissionais do sexo. Apesar de eu não estar esperando por isso, achei a idéia interessante, mesmo que eu não tenha gostado tanto dessa história. O grande destaque desse capítulo foi a arte da Junko nas cenas "calientes". 

Por fim, para encerrar esse mangá com chave de ouro, temos a história de dois meninos que se conheceram quando pequenos e voltam a se encontrar. Isso também já foi feito e refeito, mas, novamente, Junko traz alguns elementos diferentes. Dessa vez ela sai completamente vitoriosa e faz a melhor das três histórias. Hara Shuuji, após o divórcio de seus pais, precisou trocar de escola. Ele se esforça para causar uma boa impressão em seus colegas, mas tudo acaba indo por água abaixo quando reencontra Yoshie Kennichi. Apesar de ter sido, aos olhos de Shuuji, um menino bonitinho e chorão na infância, Yoshie é, agora, um delinquente temido. Shuuji fica perdido ao ver uma pessoa completamente diferente do que lembrava. Só digo isso: essa história é hilária.

  

Junko é uma das minhas autoras favoritas, se não for a minha "grande favorita". Tenho um carinho muito grande pelos trabalhos dela e esse não é exceção. Acho que pela combinação de "arte bonitinha", "humor", "elemento clichê revisitado" e "diálogos e monólogos bem-escritos", ela ganha uma nota "10" de mim.

Esse mangá foi traduzido há alguns anos pelo grupo Corrupted Fetishes para o inglês. Não sei se foi traduzido para o português, mas também é fácil achá-lo em espanhol. 

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Primeiro capítulo: Hoshii Mono Zenbu

Fazia algum tempo que eu queria ler um mangá da Yamada Nichoume. As resenhas sobre ela costumam ser positivas, sobretudo elogiando a arte, então estava na minha lista de desejos há um bom tempo. Um grupo decidiu traduzir Hoshii Mono Zenbu, que é uma coleção de oneshots dela. Por isso, resolvi comentar sobre o primeiro capítulo que pude ler e expressar uma opinião inicial, muito sujeita a mudar conforme eu puder ler as outras histórias.

Nesse primeiro capítulo, temos um contexto de restaurantes, que é um ambiente que eu costumo curtir em mangás, mas a história me pegou de surpresa. O que menos importa aqui é o contexto, mas sim os personagens e seus segredos. Murata está em uma situação complicada: não conseguiu renovar o contrato de aluguel do seu apartamento e seu carro ficou estragado depois de um acidente. Ele decidiu morar em um hotel, enquanto procura um novo local, mas seus colegas de trabalho sugerem que ele vá morar com Isozaki, outro colega, nesse tempo. Isozaki, que nunca pareceu ir com a cara de Murata, topa recebê-lo.

Murata fica preocupado que seu "segredo" possa ser revelado, ao morar com alguém, e nem precisa dizer que é exatamente isso que acontece logo de cara. Murata depila seus pelos pubianos. Uma namorada dele fazia isso e ele adquiriu o hábito, pois, quando os pelos voltam a nascer, a região "comicha" e ele fica excitado. Bem, ninguém pode dizer que a Yamada Nichoume não é criativa, não é? Bem, Isozaki fica mais do que um pouco interessado nessa descoberta e se oferece para depilar Murata. É. É isso.

Apesar da história ser simples e despretensiosa, achei a idéia dessa autora muito boa. Ela adicionou um ponto de interesse, que compensa a simplicidade da história e dos relacionamentos, mas que, com certeza, irá atrair os leitores nem que seja por ser muito inusitado. E, sim, é verdade: a arte da Yamada Nichoume é ótima. Os personagens que ela desenha são sensuais. Não tenho outra palavra para descrevê-los.

  

Aguardo ansiosamente os próximos capítulos desse mangá. Acho que uma nota "8" é adequada, pois, a partir desse primeiro capítulo, acho que esse mangá é promissor. Fico na expectativa que os próximos capítulos sejam tão interessantes quanto esse primeiro.

Em inglês, essa história está sendo traduzida pela Kokiden em conjunto com Weiberregiment. Não creio que esteja disponível em outro idioma.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Hana no Migoro ni

Eu comentei sobre Hana no Mizo Shiru aqui há algum tempo. Dessa vez, queria comentar sobre os dois capítulos que fazem um fechamento da história: Hana no Migoro ni. Apesar de serem os capítulos para "encerrar" a história, continuam dando aquela vontade de ler mais sobre esse casal. Takarai Rihito prepara mais uma excelente história.

Essa história deve ser lida somente após de Hana no Mizo Shiru, pois, logo de cara, temos Misaki e Arikawa vivendo juntos na casa que foi do avô de Misaki. Também começam os monólogos dos personagens comparando o momento presente com o passado, já que alguns anos se passaram desde o término da prequel dessa história. Cheguei a revirar os olhos quando uma cliente de Arikawa - agora um advogado - se mostrou interessada nele. Pensei: "pronto, agora o Misaki fica com ciúmes e temos um perfeito mangá clichê". Felizmente, não é isso o que acontece. Arikawa, em seguida, fala com sua mãe e decide fazer uma visita, levando Misaki junto de si. A partir disso é que Misaki começa a se preocupar. Pensa que os pais de Arikawa querem ver seu filho casado e formando uma família. Ao pensar na carta, ele conclui que logo os dois terão de se separar.

O desenvolvimento não é tão inusitado; há outros mangás que se desenvolvem dessa forma. Acho que foi a forma como a Takarai Rihito ilustrou e narrou essa história que fez com que fosse especial. Há uma sensibilidade nessa história, que é bastante agradável. Bem, os dois vão visitar a familia de Arikawa e lá conhecemos os pais dele e sua irmã. Misaki, que estava apreensivo sobre visitar a casa de seu namorado, logo relaxa, sendo pego de surpresa com as maluquices da irmã de Arikawa e com o jeito acolhedor da mãe dele.

Não vou contar o que mais acontece, já que são apenas dois capítulos e não tem como comentar sem estragar as surpresas. Só um spoiler: o final é feliz e muito, muito adorável. Takarai Rihito se superou nos aspectos românticos e sentimentais dessa história. Antes, mesmo os trabalhos mais famosos dela, eram só ilustrações de histórias de outros autores. Nessa, ela escreveu o enredo e ilustrou, provando que consegue ser boa em criar histórias também.

  


Eu achei esses dois capítulos, sobretudo as últimas páginas, realmente bem escritos e bonitos. Nota "10"! Não tenho muito a acrescentar, além de recomendar essa leitura para todos que gostaram de Hana no Mizo Shiru ou que estão procurando um mangá delicado para ler.

O primeiro capítulo foi traduzido, até onde eu sei, por anônimos, mas o segundo foi pelo grupo novo Kagerou Scans. Creio que, por enquanto, só está disponível em inglês.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Kuroneko Kareshi no Asobikata

Não é um mangá brilhante, do ponto de vista de uma boa história ou de personagens interessantes, mas Kuroneko Kareshi no Asobitaka é uma fonte maravilhosa de "eye-candy". A arte bonita e detalhada de sua autora, Sakyo Aya (conhecida também como Ukyou Ayane), fazem desse mangá um banquete para os olhos. 

Nesse mangá, existe uma pequena porcentagem da população do mundo que evoluiu de gatos. Essas pessoas conseguem assumir tanto forma humana como felina. Existe mais de um tipo desses gatos-humanos, alguns selvagens e outros domésticos. O protagonista da história, Shingo, é uma dessas pessoas e vive sua vida despreocupadamente, com algumas amantes e usando a desculpa "é porque sou um gato" para tudo. Ele trabalha com um amigo seu, Sakagami, montando cenários para filmes ou fotografias. Enquanto montam um cenário, Shingo acaba conhecendo Kagami Keiichi, um ator renomado, que fica impressionado com a agilidade felina do nosso protagonista. Após o trabalho, um dia, Shingo vai beber com seus colegas, incluindo o tal ator. Após beber um vinho suspeito, Shingo perde a consciência e, quando a recupera, está na cama com Kagami. Além de um ator famoso, Kagami revela também ser um desses felinos, no caso, um leopardo.

A partir daí, há várias cenas explícitas, uma depois da outra. Não que eu esteja reclamando, porque a arte dessa autora é muito, muito bonita. As cenas que ela desenha são incrivelmente sexy e muito detalhadas. Já no aspecto enredo... Não tem muito acontecendo. A história é mais voltada para esses encontros puramente sexuais entre os dois personagens. As expressões faciais que eles ficam durante e após esses encontro dão a entender que haverá uma problematização sobre o que eles realmente sentem. Porém, assim mesmo, o porn e o moe (orelhas de gato!) são os principais aspectos desse mangá.

  

Eu acho que recomendo para qualquer um que esteja procurando um mangá com uma arte bonita e uma história nem um pouco complicada. Nota "7" para mim em termos de "conjunto da obra", mas nota dez se o critério for sensualidade somente.

Esse mangá foi traduzido para o francês pelo grupo Black Butterfly. Em espanhol, pode ser encontrado pelos grupos Sweet Yaoi e Sentimiento Yaoi. Já em inglês, há dois grupos traduzindo essa série, sendo que um deles é o Girls' Generation Scanlations.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Chikakute Tooi

Eu pensei e pensei, mas não conseguia lembrar o nome desse mangá. Do nada, tive um insight e lembrei que o nome da autora era Narazaki Neneko. Fucei os mangás publicados por ela e, eventualmente, descobri qual era o que eu estava tentando lembrar. Também descobri que Chikakute Tooi tem um capítulo extra em outro mangá dela, que nunca foi traduzido ou escaneado. Fiquei curioso para saber como seria esse extra, mas não gosto dessa autora o suficiente para comprar um mangá dela.

De qualquer forma, temos três histórias nesse mangá. A primeira delas, a da capa, fala sobre Kouichirou, que vem tomando conta de Yuu desde que são pequenos. Yuu teme que Kouichirou o deixe para trás e perca o interesse nele se suas notas forem ruins, por isso ele se esforça demais e fica com febre (alguém me explica por que os japoneses ficam com febre/desmaiam quando trabalham demais? Eu trabalho 60h/semana e nunca fiquei doente por cansaço...). De qualquer forma, descobrimos que isso é só mimimi do Yuu, mesmo, porque o Kouichirou sempre o adorou e ainda o adora. Não gostei muito dessa história, porque os personagens conseguem ter menos personalidade do que uma porta fechada (com o perdão das portas) e a história é composta por clichê em cima de clichê.

Então, por que eu queria ler esse troço de novo? Por causa da segunda história, sobre os colegas de aula dos personagens da primeira história. Natsume e Shino estudam nessa mesma escola de prestígio e são filhos de figurões importantes da economia e da política japonesa. Por serem filhos de quem são, atendem vários eventos de elite. O segredo é que os dois têm encontros íntimos após esses eventos, como "sex friends". Apesar de serem apaixonados um pelo outro, nunca conseguiram confessar esse amor. Shino teme que, primeiro, Natsume não retribua os sentimentos e, segundo, que possa perder a posição de "amigo", que ele vê como uma posição vantajosa (pois Natsume confia e conta com ele), mas frustrante (porque ele deseja ser amado). Essa história é mais complexa que a primeira e os personagens são mais interessantes.

Por fim, o mangá encerra com uma história vinculada a outros mangás da autora. Yashichi é um pobre artista que foi contratado para desenhar o retrato de Yuugiri, um prostituto muito famoso de um renomado local. Aos poucos, os dois vão se conhecendo e se apaixonando. Infelizmente, são ouvidos quando Yashichi faz juras de amor, dizendo que desejava poder fugir com Yuugiri. Isso, claro, causa uma comoção no local em que Yuugiri trabalha e os dois ficam impossibilitados de se verem. Achei o final da história poético (descobrindo o nome verdadeiro de Yuugiri), mas achei irritante como Yashichi não fez absolutamente nada a história inteira. Eita personagem sem atitude!

  

Uma história boazinha, uma história razoável e uma história medíocre... Acho que nota "7" é mais do que bom para esse mangá, levando em consideração o conjunto da obra.

Esse mangá, assim como outros da mesma autora, foi traduzido pelo grupo Attractive Fascinante para o inglês. Não sei se está disponível em outros idiomas.