segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Kare no Aijou no Hakari

Outro mangá shoujo que aborda uma temática LGBT. Dessa vez, um pouco diferente. Kare no Aijou no Hakari é um mangá bem curtinho, mas intenso e bonito. Touda Yoshimi acertou em várias escolhas que fez nessa história, propiciando uma leitura muito interessante.

Nagao Mioko descobre que seu namorado a está traindo e termina com ele. Ela já trocou de namorado algumas vezes nos últimos tempos e procura um novo namorado assim que termina um relacionamento, até porque Nagao diz não entender o que é um amor profundo e verdadeiro. Um dia, suas amigas estão comentando sobre o garoto mais popular na escola, Arishige Ritsu, mas Nagao não se importa muito e está mais preocupada em voltar para a biblioteca, para procurar o brinco que acha ter perdido por lá. Nisso, ela acaba descobrindo o segredo de Arishige: que ele é secretamente apaixonado por Asaba, seu melhor amigo. 

Assim, Nagao e Arishige começam uma amizade. Arishige a ajuda em algumas situações e lhe dá um "reality check" sobre a forma que ela não se apega muito a seus relacionamentos. Em contrapartida, Nagao oferece para Arishige um ombro amigo e um espaço para poder falar sobre os sentimentos que nunca pode falar antes. Entretanto, não tarda até surgirem boatos na escola sobre Arishige ser homossexual, e Nagao segue ao lado dele, lentamente se apaixonado por ele.

Os diálogos dessa história são muito interessantes, sobretudo os que versam sobre amor e sentimentos. O relacionamento que Nagao e Arishige vão construindo ao longo da história é muito bonito e profundo. E agora, um alerta para spoilers, pois vou falar sobre o final. Fiquei feliz por a autora ter deixado o final em aberto e mais feliz ainda por ela não ter feito a Nagao magicamente "converter" o Arishige para a heterossexualidade (tipo acontece em Fushigi Yuugi e outros menos votados). Fico especulando o que o final significou... 

  

A arte é a típica arte de um mangá shoujo, então, apesar de nenhuma surpresa nesse quesito, é bastante agradável e bonita. A história foi bastante inusitada, sobretudo em seu desenvolvimento, e gostei de como a autora conduziu o final. Algumas pessoas comentam que a tradução em inglês foi meio problemática e algumas passagens não ficaram claras (eu concordo, pois alguns monologos da Nagao foram muito estranhos e confusos), mas acho que mesmo assim é possível aproveitar a leitura dessa história. Vou dar nota "9" e gostaria muito de ler outro mangá como esse (lembrei de Atashi wa Bambi e acho que irei reler).

Três grupos formaram uma parceria para traduzir esse mangá para o inglês: Colorful Scans, Keijo Shoujo Scans e Sound of Jewels.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Half & Half

Por um lado, eu gostei de Half & Half e achei que é uma história interessante. Por outro lado, alguns pontos me incomodaram, especialmente a forma que Nanami Mao resolveu encerrar a história. Bem, vamos por partes.

A protagonista da história é Hina, uma estudante universitária de vinte e poucos anos que sempre teve muito azar em seus relacionamentos amorosos. Apesar de agora ter um namorado, ela sempre se lembra de seu primeiro amor, um menino chamado Itsuki, que a defendeu quando os outros a chamavam de feia e prometeu casar com ela no futuro.  Infelizmente, Itsuki e sua família se mudaram da cidade interiorana em que Hina vive para Hokkaido e os dois perderam contato. Hina visita a avó de Itsuki, que ainda mora na cidadezinha, e fica nostálgica quando pensa nele.

Um dia, enquanto faz uma visita para a avó de Itsuki, uma mulher muito bonita e aparece, anunciando ser Itsuki. Apesar da surpresa que isso causa, Itsuki explica que é transexual, ou seja, sempre se sentiu uma mulher, apesar de seu corpo ser biologicamente masculino, e diz que ela e a Hina podem ser melhores amigas agora. Inicialmente, Hina fica chocada e é até bastante rude com Itsuki, especialmente por seus sonhos e memórias de infância serem "destruídas", mas ela acaba aceitando Itsuki, se torna sua amiga e a apoia em momentos difíceis. Isso  faz com que Hina se apaixone novamente por Itsuki, independentemente de seu gênero.

  

Até aí a história estava muito bem para mim. Hina é uma personagem bastante infantil, apesar de sua idade, mas isso não é surpresa se tratando de um shoujo. Achei muito legal como Hina desde o início defendia Itsuki de comentários maldosos. Ou como ela e o irmão de Itsuki, Hayato, o apoiaram, enfrentando os pais de Itsuki, que desaprovavam de seu comportamento. Ou como ela e Itsuki ajudaram outra transexual da cidade a se aceitar mais. Tem muitos momentos legais na história. Inclusive como Hina começa a perceber que não poderá ficar junto de Itsuki, que afirmou em vários momentos não estar interessado pela Hina romanticamente. Ela até consegue outro namorado Yuuri e sai com ele justo para esquecer Itsuki. 

O que me incomodou na história? Principalmente o final. Alguns spoilers a seguir. No final da história, após Itsuki e Hina se acertarem, Itsuki aparece com o cabelo curto (ela cortou há alguns capítulos, em função de seus pais, e estava usando extensões para que ficasse comprido), sem maquiagem e vestindo uma roupa mais tipicamente masculina. Nessa cena, ela fala que irá no salão fazer algo novo, mas que não gostava do jeito que o cabelo com as extensões ficava no vento e que saias não caem bem nele. Ela também se desculpa com Hina, por não conseguir ser um homem, e Hina responde que as coisas estão bem do jeito que estão. Muitos leitores interpretam essa cena como uma contradição de tudo que a Itsuki fez até o momento. Por um lado, é estranho mesmo como, após a declaração de amor para a Hina, ela tenha sentido a necessidade de mudar sua aparência e se mostre com uma aparência menos feminina do que a que estava até o momento. Mas, por outro lado, a própria avó de Itsuki aponta para ela no capítulo anterior que as questões de identidade de gênero/sexualidade ainda são confusas para Itsuki. Se nós interpretarmos esse final como a Itsuki explorando sua sexualidade e sua expressão de gênero, ele se torna menos problemático. Talvez se esse final tivesse sido feito de uma forma diferente ou se tivéssemos acesso aos pensamentos do Itsuki nos capítulos anteriores, talvez tivesse feito mais sentido. Também quero comentar isso: alguns leitores dizem que, por ficar com a Hina, Itsuki não pode ser transexual e é, na verdade, uma travesti/crossdresser. Eu discordo. Identidade de gênero (ou seja, o fato de Itsuki se identificar como do sexo feminino) é diferente de comportamento e orientação sexual (ou seja, ser heterossexual, bissexual ou homossexual). Não há nada de errado ou de contraditório em Itsuki ser uma mulher transsexual lésbica. Sexualidade humana é complexa, oras!

  

Bem, eu já falei demais. Apesar dos seus problemas, esse foi um mangá que eu gostei de ler e de pensar sobre. A arte é muito bonita e agradável, até me lembrou um pouco a de Ao Haru Ride. Vou dar nota "8", até porque fico muito feliz em ver um mangá shoujo tão atípico.

Tradução em inglês foi feita pelo grupo Forbidden Garden.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Colorful Line

Como assim eu não falei ainda de Colorful Line?! Eu podia jurar que tinha feito um post de "primeiro capítulo" lá em agosto sobre esse mangá! Que estranho! Bem, não é novidade nem segredo o quanto eu adoro a Ichikawa Kei. Ela se supera mais a cada mangá que publica, e esse é outro excelente trabalho dela.

Nesse mangá, Shousuke sempre acaba consolando seu melhor amigo, Tomoki, quando ele termina um relacionamento, o que acontece com frequência. Tomoki se apaixona rápido e intensamente pelas garotas com que sai, mas sempre acaba sendo deixado por elas. Num dia em que essa situação está se repetindo (ou seja, Tomoki choramingando e Shousuke lhe oferecendo um ombro amigo), Shousuke, não aguentando mais guardar seus sentimentos só para si, acaba perguntando "quem você ama mais: eu ou a sua ex?" e beijando Tomoki.

A partir da confissão, Tomoki começa a dizer que está apaixonado por Shousuke, que tem dificuldades em acreditar nesses sentimentos, pois, afinal, ele viu seu amigo se apaixonar instantaneamente por quem se declara para ele e ser rejeitado por várias namoradas desde que o conhece. Assim, Tomoki decide que fará de tudo para provar para Shousuke, uma pessoa negativa e desesperançosa em relação ao amor, o quanto seus sentimentos por ele são verdadeiros.

Gostei muito da caracterização dos personagens, sendo que o Tomoki me lembra o Ino de Slow Starter e o Shousuke lembra um dos personagens de Kocchimuite Waratte. Não que isso seja um problema. Aliás, é interessante ver como a arte da autora evoluiu desde Slow Starter! Está cada vez mais bonita e refinada.

   

A premissa básica do mangá é interessante e os personagens são carismáticos. Conhecendo o histórico dessa autora em fazer coisas boas, tenho certeza que o desenvolvimento da história será muito interessante. Até o momento, estou me divertindo muito com a leitura, que é leve, engraçada e divertida, apesar de possuir alguns momentos mais sérios. Vou dar nota "9" e aguardo ansiosamente os próximos capítulos!

Eu traduzi o primeiro capítulo para o português e está em vias de ser lançado pelo BL Scanlations. Já em inglês, a tradução é dos grupos Canis Major Scanlations e Moi-xRyu Scanlations.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Primeiro capítulo: Shiro no Koro

Comentário rapidinho sobre o novo trabalho de Mita Ori que está sendo traduzido. Eu ainda tenho de ler o trabalho mais famoso dela, mas a ilustração da capa de Shiro no Koro é tão bonitinha que eu não resisti.

História básica: Fujimoto é transferido da cidade de Yokohama para uma pequena cidade do interior, em função da mudança dos seus pais. Ele é muito alto, chamando a atenção de seus colegas no terceiro ano do ginasial, mas também muito quieto e tímido. Taiichi, um de seus colegas, entretanto consegue fazer amizade com ele, convidando-o para jogar basquete em sua casa. A partir de então, os dois que não podiam ser mais diferentes fisicamente - um super-alto e outro bem baixinho - se tornam grandes amigos

Entretanto, Fujimoto começa a sentir algo mais por Taiichi e o beija. Isso, somado ao fato dos colegas já os estarem chamando de gays, por andarem sempre juntos, realmente confunde os sentimentos de Taiichi por Fujimoto. Quando os pais de Fujimoto resolvem voltar para Yokohama e, consequentemente, ele terá de trocar de escola de novo, Taiichi fica aliviado por tudo voltar à "normalidade" e por não precisar encarar seus sentimentos nesse momento. Esse primeiro capítulo termina com os dois personagens, agora universitários, andando de trem juntos. Isso dá a entender que os dois se reencontraram e agora estão em um relacionamento...? Estou curioso para ver o que vai acontecer!

  

Pra ser bem sincero, eu acho que a arte é bonitinha, mas, por algum motivo, não consigo gostar muito do estilo da autora... Me pergunto o porquê, já que ela segue a mesma linha de super-fofura da Kojima Lalako, que eu adoro. Mas, enfim, acho que esse primeiro capítulo foi bonitinho, apesar de ser bem clichê (por exemplo, tanto a história principal de Aitsu no Daihomei quanto a oneshot que vem no primeiro volume são bastante similares a história desse mangá) e acho que tem potencial de ser ainda melhor, conforme a história for se desenvolvendo. Vou dar um "8" por enquanto.

A tradução em inglês foi feita pelos grupos Acme e Bunny's Scanlations.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Bokura no Hentai

Me surpreendi muito com Bokura no Hentai. Fui ler porque fiquei surpreso em saber que era um mangá seinen que aborda crossdressing e transexualidade. Ainda mais surpreso por ver que Fumi Fumiko, apesar de sua arte super-bonitinha, estava disposta a tratar desses temas com seriedade e profundidade.

A história começa com três meninos do ginasial se encontrando pessoalmente, depois de terem marcado esse encontro via internet, numa comunidade de crossdressing. Cada um deles tem uma razão diferente. Parou (ou Osamu) começou a se vestir com roupas femininas para agradar um senpai heterossexual de quem ele gostava. Marika (ou Yuuta) é transgênero, se identificando como do sexo feminino, e considera que seu verdadeiro "eu" é quando está com roupas femininas. Já Yui (ou Ryousuke) começou a se vestir com roupas femininas em função do falecimento de sua irmã, pois sua mãe não aceita que sua filha, a verdadeira Yui, tenha morrido. Parece simples, né? Eu também achei que era, mas a história vai se aprofundando nesses três personagens, que estão cercados por coadjuvantes interessantes.

Parou tem uma relação de amor e ódio com esse senpai, o que é explicado quando ele relembra uma memória traumática de infância, que é a base para todo seu comportamento. Ora Parou é um personagem legal, ora ele se torna um grande sacana (para não dizer palavrões nesse blog) motivado a "sujar/manchar" o (a) inocente Yuuta/Marika, e ora ele se mostra vulnerável e pede por socorro. Eu estou curtindo as interações dele com a Akane, a amiga de infância do (a) Yuuta/Marika, que é a personagem mais fofa dessa história. Apenas me preocupo com as motivações dele. Já em relação ao Yuuta/à Marika, os principais conflitos são em relação à sexualidade, à puberdade (especialmente no que tange a transformação do corpo e a mudança da voz) e à autoaceitação. E o Ryousuke sofre por ver sua família em ruínas, sua mãe em um estado psicológico cada vez pior, e por sua própria incapacidade de resolver a situação. Ainda bem para ele que há a presença da Hacchi, sua namorada e grande salvadora da pátria (eu aplaudi mentalmente as ações dela no último capítulo traduzido).

Alguns pontos desse mangá são clichê (tipo a de assumir a identidade da irmã falecida. Eu já li esse enredo até num mangá hentai que eu li há muiiiitos anos!), mas a autora soube como escrever uma história tão densa e pesada com maestria. Ela também se mostrou comprometida com o assunto que resolveu trabalhar, pois no posfácio ela comenta ler livros sobre o assunto e ter entrevistado pessoas trans e médicos que trabalham com isso. Parabéns para ela pelo comprometimento com seu trabalho!

  

Eu estou curiosíssimo para ver onde essa história vai acabar. No capítulo mais recente, dois grandes conflitos da história parecem ter se resolvido ou estarem num processo de serem resolvidos... Mas isso também pode significar que novos problemas e situações podem acontecer. A arte é bonitinha, como eu disse. Não é do meu estilo favorito (longe disso, na verdade), mas é agradável e, surpreendentemente, combina com a história. Vou dar nota "8" e, a partir de agora, irei acompanhar essa série com afinco!

A tradução em inglês é do Hachimitsu Scans (é claro!).
P.S.: Quem me recomendou essa história foi um cara no Omegle! Quem diria que seria tão bom! Fica um agradecimento para esse desconhecido, apesar de que eu acho que ele não iria encontrar esse blog. 

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Magi

Acho que eu já disso isso aqui, mas, de qualquer forma, reitero: Magi é um dos melhores (senão o melhor) mangás shounen da atualidade. A autora é Ootaka Shinobu, que eu já mencionei quando comentei Sinbad no Bouken, um mangá que é derivado de Magi.

Num mundo inspirado pela história das 1001 noites, o protagonista Aladdin viaja pelo mundo com seu gênio Ugo, que mora dentro de uma flauta dourada. Ele acaba conhecendo o mercador Alibaba, que deseja se aventurar numa dungeon. Conforme eu expliquei da outra vez,  são construções misteriosas que abrigam gênios que dão poderes ilimitados à pessoa que suportar os testes. Milhares de pessoas já morreram ao tentar conquistar esses labirintos. Alibaba e Aladdin, entretanto, decidem se aventurar numa dungeon, após serem perseguidos por guardas da cidade. Os dois também acabam libertando e fazendo amizade com Morgiana, uma escrava originária do misterioso Continente Negro com uma força sobrenatural.  

Essa história que eu descrevi compreende apenas os primeiros capítulos. Magi possui diversas sagas, como todo bom shounen, e sua história vai se tornando cada vez mais complexa. Uma história que começa apenas como dois (e, em seguida, três) amigos querendo viver uma aventura, se torna algo muito maior. Existe uma organização misteriosa chamada Al-Tharmen, que se dedica a criar caos pelo mundo, influenciando as pessoas e fomentando guerras nos países. Aladdin também descobre que é um magi, a pessoa capaz de escolher candidatos a ser rei nesse mundo. Outros magi também existem no mundo e acabam tendo papéis importantes na história, como Judal, o magi aliado ao Império Kou, uma nação violenta e expansionista, ou Yunan, o magi andarilho que escolheu Sinbad, o rei dos sete mares, como seu candidato.

Apesar de não poder ser classificado como um mangá "psicológico" (ou seja, esses que se aprofundam no psiquismo e na natureza humana), Magi é um mangá muito inteligente e que versa sobre questões sociais e políticas com maestria. Temas como discriminação, escravidão, preconceito, desigualdade social, pobreza, democracia e muitos, muitos outros são abordados. Apesar de tratar de assuntos sérios, Magi é uma leitura muito gostosa. É engraçado, cheio de personagens divertidos e com um visual muito bonito e detalhado. Além disso, as nações e povos retratados em Magi tomam inspirações do mundo real, o que é muito legal de ver. Outro ponto interessante em Magi é que até os menores dos detalhes acabam tendo importância na trama, então é legal ver um personagem que você achou que tinha cumprido com seu papel na trama reaparecer dezenas de capítulos depois com outra atuação. Essa autora, apesar de ter um elenco gigante e complexo, realmente sabe como fazer bom uso dos personagens que criou.

  

A história de Magi é fantástica e complexa, como tentei explicar acima, e seus personagens são muito bem escritos. O design dos personagens também é muito legal, especialmente de personagens como o Sharkan e o Lo'lo'. Acho que super-vale a pena a leitura, apesar de ser um mangá longo. Boa parte das coisas que me deixavam curioso (da onde vem os gênios? O que/quem são os magi? Da onde o Aladdin vem?) já foram ou já estão sendo resolvidas, então isso é um plus. Nota "10"!

A tradução em inglês é feita principalmente pelo Sense-Scans. Descobri ontem quando fui na banca de revista que Magi está sendo publicado em português com o título Magi: O Labirinto da Magia pela editora JBC.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Tsurugi to Kiri

E... acabei dando uma sumida! Não quero entediar ninguém reclamando da minha vida (até porque não é a proposta desse blog), mas só digo que as coisas andaram difíceis por aqui. Nem andei lendo quase nada, mas esses dias vi que eu ainda tinha Tsurugi to Kiri baixado no meu celular e acabei relendo, durante uma viagem de ônibus. Esse mangá da Kuku Hayate é outro que eu estou tendo a oportunidade de traduzir.

Nessa história ambientada na China, existem dois clãs de assassinos chamados de "Lobos", um no Norte e outro no Sul. Esses assassinos podem ser contratados para aniquilarem alvos e possuem um código de conduta rigoroso. Zhen é um desses assassinos, sendo um Lobo do Sul, e encontra uma bela cortesã durante um trabalho que aceitou. Ele inicialmente pensa que ela pode ser útil para se aproximar do homem que quer matar, mas acaba descobrindo que a tal cortesã na verdade é Wu, outro assassino atrás do mesmo alvo e um Lobo do Norte. E esse é só primeiro capítulo!

A partir de então, os dois começam um estranho relacionamento: ao mesmo que tempo que são rivais e, por vezes, suas missões os colocam em lados opostos de um conflito, os dois também desenvolvem uma atração mútua. Talvez justo por o primeiro capítulo ser tão movimentado e interessante que o resto da história não parece tão legal, chegando a ser até boba em alguns momentos. Mesmo assim, esse mangá é uma leitura divertida em sua totalidade. 

Nesse mundo de mangás povoado por bishounen, é muito refrescante pegar um mangá como esse para ler. Os personagens são musculosos e, mesmo que o Wu tenha conseguido se passar por mulher, pouco femininos em sua caracterização física. Também há cenas de lutas muito bem feitas, explicações sobre os clãs, e dois personagens que se amam, apesar de seus ensinamentos lhes ditarem o oposto.

  

Durante a leitura, eu me diverti muito. Vários momentos são engraçados e algumas cenas de luta poderiam pertencer a uma mangá shounen ou seinen tranquilamente, de tão bem desenhadas. A Kuku Hayate é uma autora da qual eu estou gostando muito, pois os trabalhos dela são criativos e diferentes do que em geral se encontra nos mangás yaoi. Vou dar nota "9" e super-recomendo a leitura!

Esse mangá foi licenciado em inglês e publicado digitalmente pela SuBLime Manga. Já em português, está para ser lançado pelo BL Scanlations com tradução minha.