sexta-feira, 5 de julho de 2013

Ochibure Shinshi ni Ai no Uta

Ochibure Shinshi ni Ai no Uta me foi recomendado como sendo um mangá "ruim", especificamente descrito como um "mangá que tinha potencial e falhou". Como vão ver com meus comentários, eu discordo plenamente de quem me recomendou esse mangá: Yukimura escreveu uma história com pontos bem interessantes.

A história começa com Asada que estava se esforçando para realizar seus sonhos profissionais, mas acaba tendo-os frustrados. Ele sai para beber com um amigo, enche a cara e acaba dormindo em uns arbustos. Nisso, um cara o acorda para pedir informações, pois está perdido, e, muito agradecido quando Asada o ajuda, diz para que ele o visite em sua nova confeitaria. Esse cara é Nao, um jovem confeiteiro, que ainda está passando trabalho para aprender a fazer as coisas direito. Asada tem um gosto apurado, então ele começa a auxiliar Nao, experimentando os doces feitos por ele e oferecendo críticas. Os dois, logo, vão se aproximando e ficando amigos. Nao decide, então, fazer um curso de dois anos na França para aprimorar suas técnicas e, assim, Asada percebe que, apesar de querer apoiar o sonho de Nao, não quer que ele vá, pois está apaixonado por ele. Infelizmente, Asada decide não expressar seus sentimentos e acaba sendo muito rude com Nao.

Temos, então, um timeskip de três anos. Nele, Asada está, finalmente, trabalhando com o que gosta (planejamento de eventos) e seu chefe pede que ele avalie uma confeitaria para o evento que está por vir, que, é óbvio, acaba sendo a confeitaria de Nao, que já está de volta da França. Nao não está nem um pouco interessado em trabalhar junto com Asada e retomar a amizade antiga, enquanto Asada está arrependido pelo que disse há três anos. A partir daí, se iniciam as tentativas de Asada em ganhar a confiança de Nao novamente.

Uma coisa que um monte de gente detestou (inclusive a amiga que me recomendou esse mangá), mas eu achei bem legal foi o quanto os sentimentos tanto de Nao como de Asada (mas especialmente do segundo) são ambivalentes. Eles sofrem para admitir as coisas mais simples e criam problemas onde não há, simplesmente por não conseguirem ser sinceros um com o outro. Eu acho a arte agradável, não é a melhor que há por aí, mas é bem bonitinha. Outro "plus" para mim é que esse mangá tem vários momentos cômicos bem feitinhos.

  

Eu curti esse mangá. Ele foca muito, muito e muito no desenvolvimento do relacionamento dos dois personagens e até soa como sendo uma história de amor convincente. Não é tipo "Oi, prazer em conhecê-lo... acho que te amo!". Os sentimentos são construídos. Por isso, vou dar uma nota "8", porque o Asada é dramático demais para o meu gosto.

Esse mangá está disponível para ser adquirido em inglês sob o título A Love Song for the Miserable e editado pela Juné

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Shounen Oujo

Eu estava resistente quanto a ler Shounen Oujo porque me disseram que era uma história sobre traps. Traps são meninos vestidos como meninas e ficam tão bonitos assim que se tornam uma "armadilha" para homens. Já li mangás sobre crossdressing e acho que há uns bem legais, mas tive medo que essa história da dupla Yukihiro Utako e Musashino Zenko fosse besta e cheia de fanservice.

Albert é um menino órfão que vive sob os cuidados de uma senhora junto com seu amigo Theodore. Os dois resolvem sair escondidos para ver a celebração de aniversário da rainha do país, mas acabam sendo capturados por um mercador de escravos. Um homem, chamado Gil, propõe de comprar os meninos por um milhão de dinheiros do país e os leva... Para dentro do palácio. Lá, Albert fica sabendo que ele é a cara da princesa herdeira do trono, Alexia. No estilo de "O Príncipe e o Plebeu", Alexia pede que ele a ajude servindo de dublê para ela em alguns momentos. Albert inicialmente recusa, mas, quando a vida de Theodore é colocada em risco, acaba concordando para salvar a vida de seu amigo. Esse início foi bobo e até monótono. Algum fanservice, piadas sobre Gil ser um lolicon, Alexia descobrindo mais sobre o povo de seu reino... Chatinho. 

Mas então! Tudo muda. Alexia sucederá sua mãe no trono, que é a rainha desse país dominado por mulheres. Explico: a rainha criou uma lei determinando que somente as mulheres podem trabalhar, dessa forma dando o poder financeiro a elas. A maior parte delas é abusiva em relação aos homens, que ficam retidos a tarefas do lar e são comumente vendidos como escravos. Dessa forma, é esperado que Alexia suceda sua mãe, sendo, também, uma rainha poderosa que consiga ter uma filha (claro!) logo para garantir a sucessão. Não é isso que ocorre, pois Alexia é assassinada subitamente durante uma cerimônia importante. Durante o caos, Albert grita que quem morreu foi uma dublê e que ele é a verdadeira princesa. Assim, ele assume definitivamente o papel de princesa Alexia.

Aí começa a avalanche de plot twists. Como dizem por aí, "trust no bitch". Ninguém é confiável nesse mangá. Um personagem inusitado começa uma revolução querendo dar poder aos homens! Piratas aparecem! O assassino de Alexia está de volta! Traidores surgem! Que mangá imprevisível e divertido!

  

Eu adorei Shounen Oujo. A arte é bonita, a história começa devagar e depois fica cada vez mais envolvente, há uma surpresa a cada capítulo, cheio de bishounens, Albert cresce muito como personagem... Enfim, super-recomendo esse mangá. Uma nota "9", porque tenho algumas implicâncias menores que seriam spoiler ao mencionar.

Esse mangá está em hiatus no Japão, porque uma das autoras está trabalhando no mangá de Uta no Prince-Sama. Como o grupo Hachimitsu só traduz para o inglês a partir dos volumes (tankoubon), vai demorar ainda muitos meses até traduzirem o terceiro volume... Vamos torcer que a autora termine rápido!

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Watashi ga Motenai no wa Dou Kangaete mo Omaera ga Warui

Quem me fez a sugestão de ler esse mangá foi um primo meu que não costuma ler mangá. Por isso, eu não sabia o que esperar de Watashi ga Motenai no wa Dou Kangaete mo Omaera ga Warui!. Aliás, eu tenho uma implicância profunda com esses mangás e novels de títulos ridiculamente grandes. Costumo evitar. Só que minha curiosidade me fez ler esse mangá de Tanigawa Nico.

O mangá é sobre uma garota anti-social (no sentido de "introvertida", não no sentido de psicopata) chamada Kuroki Tomoko, que deseja se tornar mais popular, fazer amigos e arranjar um namorado, agora que está no ensino médio. Ela lembra muito a Konata de Lucky Star, mas de um jeito mais real e mais assustador. Tomoko se descreve como uma "Mojo" (garota que não é popular ou atraente, continua virgem e nunca namorou), sendo também uma otaku e viciada em otome games e jogos eróticos. Ainda assim, ela decide tentar várias coisas ao longo do ensino médio para tentar se tornar popular e arranjar um namorado. Ela conta com a ajuda (relutante) de seu irmão, Tomoki, em alguns momentos e com a de Naruse Yuu, uma ex-colega do ginasial que se tornou bonita e arranjou um namorado no ensino médio.

As tentativas de Tomoko para se tornar popular são estranhas e nem um pouco ortodoxas. Dessa forma, esse mangá é uma comédia episódica, sendo cada capítulo uma tentativa de Tomoko em fazer algo de novo. Não é incomum, também, a protagonista achar que subiu mais um degrau em direção à popularidade e nós, leitores, ficarmos sabendo que ela pisou na bola mais uma vez e apenas não sabe disso. Tomoko também não é flor que se cheire, digamos assim. Ao ler os capítulos em que ela tenta e fracassa em ser uma pessoa melhor, pode ser que dê pena dela... Esse sentimento logo se dissipa quando vemos Tomoko trapaceando nos jogos, desejando que seus colegas morram ou mentindo a torto e a direito para Yuu ou sua prima para tentar parecer alguém melhor. Apesar desse comportamento dar uma idéia para o leitor de outros motivos que podem contribuir para ela ser pouco popular, além de sua aparência e sua personalidade quieta, é interessante observar como Tomoko continua fazendo suas tentativas, nem que seja para rir do quão patética ela acaba sendo. É difícil não se identificar em algum grau com ela, ainda que seja apenas por ela ser "socialmente estranha". Quem nunca fez uma trapalhada e quis se enterrar em um buraco após isso?

Acho que essa história tem apelo para os leitores que estejam buscando um mangá engraçado e episódico para ler. Não é o meu caso. Rapidamente fiquei cansado por Tomoko simplesmente não fazer progressos. Quando você acha que ela está crescendo como personagem ou que vai conseguir sair vitoriosa de alguma situação... Não. Tudo volta à estaca zero. A arte também é incômoda para mim, sendo bem simples e difícil de se acostumar. O ponto positivo é que o autor consegue mostrar muito bem as emoções de Tomoko com seus desenhos. 

  


TL;DR: Esse mangá é divertido, mas tem um apelo específico. Boa parte dos leitores irá se identificar com Tomoko, mas esse mangá pode ser frustrante aqueles que buscam um mínimo de desenvolvimento na história. Eu não pretendo voltar a ler essa história, mas não acho que seja ruim. Nota "6".

Em português, os lançamentos parecem estar parados, mas é fácil achar esse mangá em inglês traduzido pelo grupo de anônimos World Three.