sexta-feira, 28 de junho de 2013

Diamond Game

Eu sou suspeito para falar desse mangá, porque ajudei a traduzi-lo para o português. Não gosto da autora, Byaku Kotora, o suficiente para me permitir ficar enviesado ao comentar essa história. Diamond Game tem uma arte belíssima, um título que não faz muito sentido e uma história meia-boca. Ok, vamos por partes...

Daia é um vampiro que nunca atacou um ser humano. Ele está sob a constante vigilância de Kuro, um caçador de vampiros, desde que se encontraram há dez anos. A regra seria eliminar Daia imediatamente, mas Kuro decidiu lhe dar uma chance: ele não será morto, a não ser que ataque ou morda um humano. Daia, apesar de obedecer seu pacto com Kuro, tenta escapar dessa vigilância. Eventualmente, ele acaba no Japão, onde conhece Shishou, um mercador que lhe oferece um emprego e um teto sobre sua cabeça. Daia começa a se sentir atraído pelo gentil Shishou, sentindo-se cada vez mais tentado a beber seu sangue e a transformá-lo em um ser como ele.

Vou enumerar os pontos dessa história que eu não gostei: a) Daia é afeminado pra caramba; b) O romance é bem sem fundamento; c) várias coisas foram mal explicadas; d) as orelhas de gato/cabelo do Daia me deram nos nervos (ok, isso é muito bobo, mas, seriously, que character design besta. Por que há tantos autores japoneses que fazem os personagens vampiros se assemelharem a gatos!? Não tem nada a ver!); e) o Daia é ridiculamente fraco para um vampiro. O propósito desse mangá parece ser apenas o moe, sendo que a história não parece ser importante. O epílogo é até legal, mas o Daia... Não consegui gostar dele como personagem. O que eu gostei? A arte é muito bonita e o character design (do Kuro e do Shishou) é bem legal. 

  

Definitivamente, como dizem os gringos, esse mangá "is not my cup of tea" (não é do meu gosto). A arte é bonita, como eu já enfatizei, e ele é baseado em "moe". Quem estiver procurando algo do tipo, vai gostar. Eu, particularmente, não sou fã desse tipo de coisa. Nota "6".  

Quem traduz para o português é o grupo BL Scanlations

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Kimi ni Koishite Ii desu ka

Eu conheço outros mangás shoujo com o plot bem parecido com o de Kimi ni Koishite Ii desu ka. A diferença é que esses mangás que eu li antes tinham uma garota que enfrenta os mesmos problemas do menino desse mangá de Shiiba Nana. Até Kimi ni Todoke tem uma premissa parecida. Ainda assim, gostei dessa história que vou comentar por ser simples, engraçada e divertida.

Chigira Ruiji é um garoto que nasceu com o rosto de um demônio. Ele é muito assustador e intimidador, então ele está sempre metido em confusões. Os professores acham que ele está ameaçando os colegas, os delinquentes acham que ele está procurando brigas, as garotas fogem dele... Enfim, ele nunca teve amigos ou namoradas em toda sua vida. Apesar do rosto que tem, tudo que Chigira quer é ter uma vida tranquila no ensino médio e, com sorte, fazer alguns amigos. Logo de cara, entretanto, ele se apaixona por uma colega, Wakatsuki, que tem muito medo dele. 

Ele também, eventualmente, descobre um segredo de uma menina popular, Kibayashi, e, dessa forma, consegue a ajuda dela para ensiná-lo como agradar as garotas e conquistar Wakatsuki. O relacionamento dos dois é muito legal, sendo Kibayashi a primeira amiga de Chigira. Na oneshot que originou esse mangá (que é hilária), a Wakatsuki é bem mais interessante e simpática, enquanto no mangá eu senti que ela foi ofuscada pela Kibayashi, que é uma personagem muito mais interessante. Só um volume foi publicado por enquanto, então acho que há grandes chances de isso se desenvolver melhor.

  

Eu gostei bastante dessa história. Tem vários shoujo com protagonista homem que eu adoro, mas esse recebe um destaque por trazer um garoto não-atraente, o que é raro em mangá shoujo. Nos shounen, é super-comum o protagonista feioso/assustador/sem-graça ficar com uma menina, mas nos shoujo nunca a protagonista se apaixona por alguém que seja menos do que um príncipe encantado. Bem, estou gostando; quero ler mais desse mangá. Nota 8!

A oneshot que precedeu o mangá foi traduzida pelo grupo Bluebird Scans em inglês, já a série é traduzida por dois grupos diferentes Chibi Manga e asdf scans. Em português, a oneshot foi traduzida pelo grupo Kamereon Manga e o mangá, pelo Otaku Sekai.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Masamune-kun no Revenge

Vi esse mangá sendo recomendado em um fórum, mas não lembro exatamente a troco de quê. Masamune-kun no Revenge é outro mangá que tem um título perfeitamente descritivo, apesar de ser bem mais cômico do que eu achei que seria quando li sobre ele nesse fórum. Foi escrito pelo autor Takeoka Hazuki e ilustrado pela mangaka Tiv. Não se preocupe, também não tenho a mínima idéia de quem eles são (apesar de eu já ter lido outras coisas da Tiv).

Como o título já diz, essa é uma história sobre Makabe Masamune, que está em busca de vingança. Esmiuçando mais: quando ele era criança, costumava ser gordinho e, um dia, foi chamado de "porquinho" por uma menina, Adagaki Aki. O apelido pegou e Masamune foi vítima de bullying. Seu avô, envergonhado por ter um neto tão fracote, o treinou e o transformou em "alguém melhor". Masamune se transfere para uma nova escola objetivando se vingar da tal menina. Agora, muito mais atraente, Masamune quer fazer com que Aki se apaixone por ele para depois rejeitá-la, como ela sempre faz com os rapazes que se declaram para ela.

Como todo bom shounen romântico, esse é recheado de clichês. O mais perturbador, para mim, foi a mãe do Masamune ser uma lolita. Sério. Quando eu digo lolita, é exatamente isso. A mãe dele de 42 anos parece mais nova que a filha de 12 anos. Também tem o amigo "trap" (i.e menino que parece menina) dele, que não chega ser ao nível Baka to Test to Shoukanjuu de trap, mas é quase. Já que a Aki não tem peitos grandes, tem a amiga calada e inexpressiva dela que cumpre essa cota dos shounen. Ela também é o grande alvo de fanservice desse mangá. Apesar disso, a amiga calada tem alguns pontos interessantes em si. Logo de cara, também, Masamune descobre um segredo de Aki e cai nas graças dela por salvá-la de um otaku assustador (outro clichê!). Esse mangá tá se desenvolvendo ridiculamente rápido.

A Aki é incrivelmente insuportável. Eu adoro tsunderes e aceito yanderes. Em shounen romântico, é comum o cara ser o saco de pancada das garotas (Keitaro em Love Hina, por exemplo), mas a Aki não tem nada de atrativo. Ela não é legal nem com as amigas dela (ao contrário da Naru, de Love Hina, que era uma boa pessoa, apesar dos ataques de raiva). O nível de maldade dela com tudo e todos me lembrou boa parte das meninas que a Morinaga Ai desenha. Eu acho até positivo ver personagens femininas em posições de poder, porque isso é raro nos mangás, mas ver personagens completamente cruéis não é exatamente legal. Reforço o "mimimi" que volta e meia eu faço nos posts sobre yaoi: detesto personagens abusivos.

  

Esse mangá é bem engraçado e eu estou curioso para saber como a história vai se desenvolver. Nota "7", porque a Aki é irritante demais para eu conseguir gostar desse mangá mais do que isso.

O grupo Japanzai está trabalhando na tradução para o inglês.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Cirque Arachne

Fiquei surpreso por ainda não ter comentado sobre um mangá yuri. Não é por nada, eu nem notei que não tinha. Baixei de um fórum um mangá chamado Cirque Arachne, simplesmente porque a arte é adorável. A autora, Saida Nika, tem outras histórias interessantes publicadas, que entraram para a minha lista de coisas que tenho de ler.

Teti acabou de ser aceita como membro de um circo. Quando era mais jovem, viajou com seu pai trabalhando em vários outros circos e aprendendo técnicas diversas. Agora, ela irá fazer parte desse circo, onde ainda terá muito que aprender. Teti, logo que entra, vê uma acrobata fazendo uma performance muito bonita. Dessa forma, ela é apresentada à Charlotte, uma menina gentil, mas séria e perfeccionista. Para variar um pouco, Lenny, um dos chefes do circo, decide que as duas irão performar juntas, por terem estilos contrastantes. Enquanto Teti é super-empolgada e se diverte, Charlotte não se permite errar. 

Charlotte começa a perceber que seus sentimentos por Teti são românticos. Ela fica incomodada por isso, porque nunca permitiu que outra pessoa invadisse seu espaço. Sempre dançou e fez acrobacias sozinha, em "um mundo livre de outras pessoas". Agora, com a proximidade da outra, Charlotte fica confusa.

Eu gostei bastante desse mangá... Só achei que o "conflito" (i.e a apreensão da Charlotte) foi resolvido rápido demais e de uma forma muito simplória. Combinou com a atmosfera do mangá e com a personalidade da Teti, mas acho que poderia ter sido melhor explorado... Outro ponto que eu tenho para me queixar é que não tem cenas de performance o suficiente. As duas fazem algumas acrobacias no treino, mas a grande performance das duas não é mostrada. Achei decepcionante. 

  

De um modo geral, esse mangá é bem legal. A arte é bem bonitinha e as duas protagonistas são simplesmente adoráveis. Em uma palavra: fluffy. Acho que uma nota "7" é adequada, levando em consideração o enredo e a atmosfera geral da história.

Em inglês, foi traduzido pelo Lililicious. Como quase todos os yuri que têm por aí. 

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Okurete Kita Renjou

Eu comecei a ler esse mangá simplesmente porque gostei da capa. Achei que Okurete Kita Renjou era uma história sobre um executivo e um playboy ou algo assim, por conta da ilustração da capa. Só que não. Kiriyu Kiyoi, de quem eu não sou um grande fã, conta uma história bem diferente do que eu esperava, só que igualmente clichê. 

Em outro post, discuti um cenário como esse, comum nos mangás yaoi. Nesse caso, temos Tomoki, um cara que nunca se apaixonou na vida. Ele vai para bares procurar parceiros, porque gosta de sexo, mas nunca procurou se envolver em um relacionamento. Em uma noite, conhece Kazushi, um cara que é bem do seu tipo, e passa a noite com ele. No dia seguinte, vai trabalhar e encontra esse cara de novo... Para descobrir que Kazushi, na verdade, ainda é um estudante do ensino médio (o terno que me enganou na capa era um uniforme escolar!). Tomoki fica perturbado um pouco por sua descoberta, o que logo se resolve e ele volta a se divertir com Kazushi. 

Certo dia, Kazushi revela para Tomoki estar apaixonado por ele. Tomoki, que nunca esteve a fim de um relacionamento sério, arranja outro cara para sair e esnoba Kazushi. Nisso, ele chega à conclusão que realmente gosta de Kazushi, que quer ficar com ele, etc. A partir disso, começa o período de lua-de-mel, com Tomoki confuso por estar apaixonado pela primeira vez, pensando em como dizer isso pra Kazushi... 

Depois disso, tem mais uma história sobre Kiriyama, o presidente do conselho estudantil, e Toujou, o secretário, que é apaixonado por ele. Kiriyama é super-sério e rígido, sendo que Toujou acha isso lindo. Quando o primeiro quebra os seus óculos, Toujou se oferece para dar um par novo para ele de presente. Toujou termina a primeira parte da história se perguntando se deve falar sobre seus sentimentos para Kiriyama... Não sei como essa história termina, mas estou curioso para ver. Uma conhecida que tem o mangá disse que o final dessa, ao contrário da primeira, é super-imprevisível.

  

De um modo geral, esse foi um mangá bem razoável. O tipo de história que dá para ler tranquilamente, sem maiores enredos, diálogos interessantes... A arte é bonita (mas bem inconsistente), combinando com essas histórias. Não é ruim, mas também não tem nada de grande coisa. Nota "6", então.

Eu estava acompanhando esse mangá através de um grupo que não gosta que falem deles, por isso vou usei imagens do original japonês para ilustrar o post. Outro grupo que não gosta que falem deles fez upload dos dois primeiros capítulos no Manga Fox, então não é impossível de achar.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Machi no Denkiya-san

Esse mangá foi traduzido e publicado como uma oneshot. Na verdade, Machi no Denkiya-san é uma das várias oneshots que compõem esse volume publicado por CJ Michalski. Vou comentar mais detalhadamente as três que estão disponíveis em inglês. 

Tetsuya trabalha como um reparador (mais como um eletricista, na verdade) em uma loja em sua cidade pequena. Um dia, duas crianças entram na loja pedindo que ele ajude, porque um dos cômodos da casa está sem luz. Ele estava prestes a negar, pois a loja estava fechada, mas conhece o irmão mais velho dessas crianças, Ryoji, e resolve ajudar. Ryoji é o responsável por cuidar de seus irmãozinhos, enquanto sua mãe trabalha para pagar algumas dívidas do divórcio, e também trabalha em outra loja. Tetsuya, se sentindo atraído por Ryoji, oferece de presente vários eletrodomésticos que ele conserta por hobby. No início, Ryoji se mostra incomodado, não querendo ser alvo de pena, mas logo acaba se afeiçoando mais a Tetsuya. Os gêmeos são uns amores e o Tetsuya é um personagem divertido, mas o Ryoji tem a personalidade de uma porta fechada. Sério, ele é querido, dedicado aos irmãos, etc. Mas não tem nenhum apelo enquanto personagem. Senti falta de uma "química" entre os protagonistas dessa história.

Depois, vem uma oneshot que eu gostei ainda menos. É o clássico cenário "enfermeiro da escola" e "aluno". Ao descobrir que vai ter de se mudar para outro país, Tomoki decide reafirmar seus sentimentos por Ryouji, já que foi rejeitado antes. Ele sempre gostou do sensei, eram vizinhos, se conhecem há séculos, o relacionamento mudou, etc. Ryouji vai lá, após aceitar os sentimentos, e pede que o pai de Tomoki o deixe com ele. E a outra oneshot é sobre Miyamoto, que costumava jogar basquete, mas nunca foi grande coisa, e o kouhai que ficou melhor que ele, Mikata. Um pouco de inveja aqui, "eu sempre te amei" ali, umas cenas quentes intercaladas... É. 

Sabe aquele mangá que você esquece no momento que termina de ler? Incrível como não tem nada memorável nessa história. Absolutamente, nada. A arte da CJ Michalski é bonitinha, claro, mas as histórias são cheias de clichê e nem um pouco interessantes.

  

Duas das histórias que não foram traduzidas ainda (e tudo indica que nunca serão) parecem interessantes, então é uma pena que eu não possa ler... Bem, essas três que foram apresentadas trazem cenários super-rotineiros, não acrescentam nada de novo... O melhor termo para descrever esse mangá é "meia-boca". Nota "5", portanto.

Quem traduziu para o inglês foi o Liquid Passion. Traduziram a história do título como "Our Town's Electrician" e lançaram como uma oneshot. Os dois capítulos seguintes são o quarto e quinto capítulos do volume, lançados com o título de Machi no Denkiya-san.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Natsume Yuujinchou

Saint Seiya e Dragon Ball marcaram minha infância, mas são duas obras que eu gosto muito mais por ficar nostálgico. Tentei assistir a série clássica de Cavaleiros do Zodíaco e não me aguentei... De rir. Como é tosco. Mas é tão bom. Ou era. Sei lá. Por isso, vou falar de um mangá que eu acho absolutamente brilhante e que eu leio e releio toda hora. Natsume Yuujinchou. É bem mais recente que os outros que eu mencionei, mas igualmente brilhante. É um mangá shoujo sobrenatural escrito por Midorikawa Yuki, que escreveu outros shoujo muito bons.

Natsume Takashi é um menino normal, que estuda em uma escola de ensino médio normal e possui amigos normais. O único ponto é que ele consegue ver espíritos, demônios e outras criaturas sobrenaturais, assim como sua avó, Reiko, conseguia. A avó de Natsume, já falecida, costumava sacanear os espíritos e fazer com que eles se tornassem seus servos, aprisionando seus nomes no Livro dos Amigos (Yuujinchou). Natsume herda esse livro, fazendo com que vários espíritos venham procurá-lo. Ele também acaba libertando um espírito selado, Madara, que assume a forma de um gato. Nyanko-sensei (como foi apelidado por Natsume) serve como mentor e protetor do menino... Enquanto, na verdade, o que ele mais quer é que Natsume morra logo para que ele possa ficar com o livro. Com esse cenário inicial, os capítulos passam a ter a premissa básica de Natsume tentar dissolver algum contrato que sua avó fez com um espírito ou demônio e evitar ser morto pelos vários antagonistas. 

A backstory de Natsume é muito interessante também: devido ao seu poder, ele nunca foi aceito. Com a morte de seus pais, ele foi passando de parente a parente, até ser adotado, finalmente, pelos Fujiwara. Esse histórico de rejeição e abandonos fez com que Natsume ficasse com medo de confiar nas pessoas e de depender dos outros. Agora, ele também tem de se acostumar a ter amigos. Seus colegas, que desconhecem suas habilidades, Kitamoto e Nishimura, muitas vezes dão um ar leve à história. Sendo que seus confidentes, Taki (que Natsume ajudou contra um espírito) e Tanuma (que possui uma mínima habilidade), oferecem apoio a Natsume, que está aprendendo a poder contar com eles.

Além disso, há Natori, um exorcista, que também se aproxima de Natsume. Apesar de ser infernizado pelos espíritos, Natsume discorda dos meios de Natori (i.e exorcizar). Por isso, também, Matoba, o líder dos exorcistas, se torna uma ameaça a Natsume. 

  

Para mim, Natsume é o epítome de uma boa pessoa. Ele, apesar de ter defeitos, consegue ser uma pessoa genuinamente boa; já foi muito ferido durante sua vida, mas continua decidido por fazer o bem. Junto com essa arte muito bonita e fluída e um cenário episódio, Natsume Yuujinchou é um dos melhores mangás que eu já li. Nota "10".

O anime também é muito bom (apesar de eu não ter curtido algumas mudanças e algumas histórias que foram puladas) e é super-fácil de achar para baixar. Eu acompanho o mangá pelas releases em inglês da joint Transcendence & Ashitaka x Taiyou. Não sei sobre outras línguas.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Rurouni Kenshin

O meu segundo mangá favorito de todos os tempos é Rurouni Kenshin. Conhecido também por "Samurai X", esse mangá é simplesmente brilhante. Watsuki Nobuhiro narra um mangá histórico, cheio de personagens interessantes e com cenas de batalha simplesmente maravilhosas. 

A história se passa durante o período Meiji do Japão (1868-1912). No início desse período, houve a guerra Bakumatsu, na qual um assassino ficou muito famoso. Chamado de "Hitokiri Battousai", ele se tornou uma lenda e é muito temido. Anos mais tarde, Himura Kenshin é um samurai que vaga pelo Japão, oferecendo ajuda aos que precisam, sendo que ele, na verdade, busca redenção por seu passado como o famoso assassino. Quando chega em Tóquio, ele encontra uma jovem chamada Kamiya Kaoru e a ajuda. Mesmo descobrindo que Kenshin é, na verdade, o famoso assassino, Kaoru oferece um lugar para ele ficar em seu dojo, percebendo a personalidade gentil de Kenshin, que aceita e estabelece uma nova vida. Infelizmente, inimigos, do passado e atuais, eventualmente aparecem para colocar à prova o juramento que Kenshin realizou de nunca mais matar. 

Outros personagens-chave da história são Sagara Sanosuke, um membro da armada Sekihou; Myoujin Yahiko, um órfão de uma família de samurais; e Takani Megumi, uma médica que se envolveu com o tráfico de ópio. Além disso, vários inimigos são igualmente icônicos. Shishio Makoto é um dos mais incríveis. Ele possui planos de conquistar o Japão, destruindo o governo Meiji. Kenshin busca viver uma nova vida pacífica, mas acaba precisando lutar, quando seus amigos se encontram ameaçados. 

Rurouni Kenshin é um clássico absoluto dos mangás shounen. Possui vários dos elementos tradicionais do shounen, mas em um cenário histórico que funciona muito bem. Todos os personagens que são introduzidos possuem pontos de interesse e as cenas de luta são incríveis. O anime faz jus ao mangá, sendo uma adaptação com uma animação muito bonita (dentro das possibilidades da época). Recentemente, fizeram uma adaptação em live-action, que é bem legal. 

  

Esse é um mangá com vários elementos que funcionam maravilhosamente bem. Não consigo encontrar nenhum "contra" a essa história. Um cenário bem utilizado, personagens ótimos, arte linda... É nota "10" e ponto final.

Também foi publicado pela JBC, com o título de Samurai X. Como já faz alguns anos, pode ser difícil de achar para comprar. Felizmente, há lugares para ler que aparecem na primeira página de pesquisa do Google.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Yu Yu Hakusho

Eu falei dos meus mangás shoujo favoritos há algum tempo. Pensei em, dessa vez, falar dos meus mangás favoritos de todos os tempos. São meus mangás absolutamente favoritos, mesmo que não faça sentido algum para os outros. Começaremos por um dos vários mangás do Togashi Yoshihiro que eu adoro. Lembro de assistí-lo quando era muito, muito pequeno, mas Yu Yu Hakusho me marcou muito com a nova dublagem, lá por 2003.

A história é simples. Urameshi Yusuke era um delinquente, arruaceiro e super-violento. Temido por todos, odiado pelos professores... Yusuke tinha tudo para ser considerado um cara muito maligno. Porém, certo dia, ele salva um menininho de ser atropelado e acaba morrendo. Como ninguém - nem mesmo os líderes do mundo espiritual - sonhavam que ele iria salvar a vida do menino, não há um lugar para ele no céu nem no inferno. Por isso, ele se torna um fantasma com a missão de realizar missões junto de Botan, uma enviada do mundo espiritual, e sob as ordens de Koenma, o filho do senhor do além. 

Eventualmente, Yusuke consegue realizar missões e atos de bondade o suficiente, dessa forma conseguindo recuperar sua vida. Voltando a viver, ele se torna um detetive sobrenatural, continuando um encarregado do mundo espiritual, só que agora recebendo missões de lutar contra youkais (demônios). Nisso, ele acaba envolvendo seu rival e colega de escola Kuwabara, e conhecendo os youkais Kurama e Hiei. Também é treinado pela mestra Genkai, que se prova uma grande aliada ao longo das séries. Tudo isso ainda contando com o amor de Keiko, sua amiga de infância. Muita, muita pancadaria e inimigos ridiculamente fortes vão aparecendo, como todo mangá shounen.

Eu ouvi falar que o final de Yu Yu Hakusho foi "axed", ou seja, o autor foi forçado a acelerar as coisas e a terminar logo a história. Acho que isso é mentira, porque esse mangá fazia um sucesso absurdo no Japão e fora dele, tendo até sido premiado. É mais provável que o Togashi tenha enchido o saco (não foi nem a primeira nem a última vez que ele fez isso... O cara parece ter alergia ao sucesso). De qualquer forma, o final foi meio "meh", sim. Eu gostei do final dado a cada um dos personagens, mas eu queria que o torneio final tivesse sido melhor explorado. Uma pena que não o foi. 

Yu Yu Hakusho é um mangá shounen e, como tal, tem aqueles clássicos elementos: torneio, tornar-se mais forte, lutar contra inimigos, perder/ganhar, ficar mais forte ainda, etc. O que é inovador para mim é a personalidade de Yusuke, que não é o clássico mocinho que há por aí. Apesar de ele fazer coisas boas, Yusuke se aproxima e muito de ser um vilão. E, em segundo lugar, o fato do protagonista morrer no primeiro capítulo. Simplesmente incrível

  

Muita gente reclama da arte desse autor. Ela é bem inconsistente, estando legal em algumas cenas e pavorosa em outros. O mangá é tão bom para mim, que a arte torna-se satisfatória nesse caso. Nota "10", como todos os mangás que mencionarei essa semana.

Yu Yu Hakusho foi publicado no Brasil pela JBC. É bem fácil achar para baixar tanto o mangá como o anime, em português ou em inglês.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Shiranai Kao

Uma conhecida de um fórum disse que essa história pode ser resumida como: "o que acontece quando Hidaka Shoko decide pegar clichês do yaoi?". Bem, não posso dizer que discordo. Essa é a premissa básica de Shiranai Kaoi.

Esse mangá se divide em três histórias. A primeira dela é sobre Haruyama que costumava ser amigo de Tanabe, um grande gênio do ping-pongue. Os dois frequentavam o clube de ping-pongue juntos, quando mais novos, e Haruyama começou a sentir inveja do enorme talento do outro. Por isso, decidiu entrar em outro clube quando fosse para o colegial e disse para Tanabe parar de segui-lo para todo lado. A partir daí, o relacionamento dos dois deteriorou e se afastaram, ao ponto de Tanabe dizer que "mal conhece" Haruyama. Bem, Haruyama não curte muito ouvir isso e vai lá tirar satisfações de Tanabe. Aí começa um relacionamento baseado mais em paixão e desejo do que em sentimentos afetivos propriamente ditos. Haruyama comete os mesmos erros toneladas de vezes durante uma história tão curta e a falta de comunicação entre os personagens é irritante. Ainda assim, é uma boa história e muito bem escrita. Só lamento que seja tão curta e que o final não tenha ficado com uma cara de "final feliz".

Na segunda história, Fujiwara era sempre maltratado por seus colegas do time de baseball, apenas tendo Karahashi como aliado e protetor. Fujiwara se apaixonou pelo colega, mas guardou isso em segredo para si. Enquanto Fujiwara era (e é) um menino bonito e delicado (um dos motivos pelos quais ele era sacaneado), Karahashi... Bem, digamos que, a não ser Fujiwara, não havia muitos que apreciassem sua aparência. Nariz grande, acne, boca esquisita, cabelo raspado... Fujiwara, entretanto, se surpreende e se decepciona quando reencontra Karahashi muitos anos depois. Apesar de alguns traços continuarem iguais, ele amadureceu e se tornou mais atraente... Bem, para qualquer pessoa menos Fujiwara. Essa foi a história que eu mais gostei. Os dois personagens eram muito divertidos e achei interessante a tentativa da Hidaka Shoko em fazer um personagem não-bishounen.

A última história é sobre um dentista e seu cliente. Ok, normal até aqui. Só que não. É uma história sobre um dentista sádico e um paciente que se descobre um masoquista. Tudo bem que quase todos os dentistas são sádicos, mas esse é especialmente sacana. Boa parte da história se centra em Hoshino fuçando na boca de Sugita. Essa história é inusitada, para dizer o mínimo.

  

Eu gosto muito, muito dessa autora. Achei que ela pegou tópicos já bem batidos, sobretudo os dois primeiros (amigos de infância distantes e reencontrando um amor platônico), e transformou em algo com pontos de interesse. Por isso, acho que esse mangá merece nota "9". 

Wasurenagusa traduziu esse mangá completamente para o inglês. Não sei sobre outros idiomas.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Calling

Faz muito, muito tempo que esse mangá estava na minha pasta de "coisas que tenho de ler", mas nunca reuni motivação o suficiente para ler. Gosto da Ootsuki Miu, mais pela arte dela do que pelas histórias, então resolvi dar um jeito de ler Calling logo.

Kazuaki leva uma vida chata e entediante no trabalho. Certa noite, ele está voltando para casa com umas compras por um parque, quando deixa cair as compras e, pior ainda, um cara, acompanhado de uma moça, pisa em seu tofu. Kazuaki fica assustado pela aparência da dupla e foge. No dia seguinte, voltando para casa, ele encontra o mesmo cara, que se identifica como sendo Aratani Kira, um ator de filmes pornográficos. Além disso, ele declara que está apaixonado por Kazuaki. Meu primeiro pensamento com isso foi "boy, that escalated quickly", mas logo já estava rindo do mangá, porque ele é, de fato, uma história engraçada com dois personagens bem diferentes um do outro. 

Quando o Kazuaki começou de "mimimi" por causa do trabalho do Kira, eu revirei os olhos e comecei a achar que não ia prestar. Logo no início da história, Kira diz que não sente vergonha do trabalho que faz e que seu trabalho é parte de quem ele é. Por isso, com os "mimimi" do Kazuaki, eu achei que haveria uma conversa super-sentimental e ciumenta, sendo que no final dela o Kira desistiria de seu trabalho. Felizmente, não é isso que ocorre. A conversa final deles nesse capítulo me fez gostar mais um pouco dessa história.

Achei legal haver um capítulo contando mais sobre o passado do Kira, ainda que bem brevemente, e sobre como ele se apaixonou tão rápido pelo Kazuaki... Bem, de qualquer forma, os últimos capítulos proporcionam um melhor entendimento dos personagens, por abordarem mais sobre as personalidades e os pensamentos deles. 

  

Esse mangá jamais seria considerado um dos melhores por aí, mas é uma história agradável, com personagens interessantes e uma arte bonita. É o tipo de mangá que dá para ler en passant, sem se preocupar muito. Uma nota "8". Cumpriu o que quis fazer.

No inglês, foi traduzido pelo Iridescent Scans. Foi licenciado pela BLU (da TokyoPop) em inglês, mas como a editora faliu...  Com uma rápida pesquisa no Google, achei em português. Pelo que eu entendi, foi traduzido pelo Redisu Scans

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Kimi ni Happiness

Esse é um mangá bobinho que eu comecei a ler por acaso enquanto matava tempo. Kimi ni Happiness é um shoujo de só um volume, sendo que o nome de sua autora é Ichinose Ruka. É tão bobo, que eu nem consigo entender o porquê de eu ter curtido essa história.

Basicamente, o enredo é o seguinte: Aizawa Yume encontra no trem, apesar de não trocarem uma palavra, seu colega de aula, Kashiwagi Satsuki. Esse menino tem sempre um aroma doce e só sorri muito raramente. Yume vagamente nota que ele tem um rosto bonito... Antes de dormir e acabar com a cabeça no ombro dele. Satsuki a acorda na hora de descer do trem e, surpreendentemente para ela, ri da situação e comenta que a mudança de temperatura dá sono mesmo. A partir disso, Yume se apaixona por Satsuki. Sim, porque é um mangá shoujo. As pessoas se apaixonam desse jeito nesse tipo de coisa.

Yume, é claro, passa a tentar ajudar Satsuki e conversar com ele sempre que possível, ajudando-o a estudar (mesmo que ele não precise) e convidando-o para sair com ela e seus amigos. Infelizmente, nossa heroína acaba vendo Satsuki beijando Ichika, uma menina popular e, que todos sabem, já tem um namorado. A partir de então, começa uma história centrada em amor não correspondido. 

Eu gostei desse tom "bitter-sweet" que o mangá tem. Tanto Yume como Satsuki são personagens interessantes e os personagens secundários são agradáveis (mas chegam a ser desnecessários). ENTRETANTO, eu realmente achei que a autora tentou tocar em um tema bastante sensível (violência conjugal) e acabou lidando com o assunto de uma forma leviana. Essa situação fazia parte da caracterização da Ichika, como uma personagem aparentemente super-confiante, mas, no fundo, alguém muito triste, infeliz consigo mesma e auto-destrutiva. O epílogo permitiu conhecer mais sobre ela e a forma que pensa sobre si mesma, mas achei que a autora deixou um assunto delicado sem dar um fechamento para a história. Aliás, de um modo geral, a sensação foi que a autora se perdeu: começou a fazer alguma coisa, se confundiu, fez outra, escreveu um diálogo bobo... E encerrou o mangá do nada.

  

Pensando bem, eu não curti tanto essa história. Há outras histórias com uma "antagonista" possível de despertar simpatia nos leitores e outros casais que têm um relacionamento bonitinho. Esse mangá pareceu uma combinação de boas idéias e de cenas legais com uma inabilidade da autora de fazer esses elementos fluírem e funcionarem juntos. Dessa forma, nota "6" para o mangá. 

Quem traduziu para o inglês foi o Chibi Manga. Fiquei surpreso de ver que há uma tradução para o português, em andamento, pelo grupo Neko Otaku Scan.