quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Okusan no Mousouteki Nichijou

Esse foi um mangá que eu enrolei bastante para ler. Hoje eu achei os últimos capítulos dele para baixar e decidi aproveitar para reler e escrever um pouco sobre ele. Okusan no Mousouteki Nichijou não é uma obra ambiciosa, para ser levada a sério. É apenas uma história bastante engraçada que o autor Takatsuki Noboru escreveu.

Oku-san é um cara normal, que trabalha em um emprego normal, mas que tem um único prazer na vida: fantasiar sobre o entregador Sudou-kun. Por isso, ele acaba fazendo várias compras pela internet, fantasiando cenas muito quentes no momento que Sudou-kun vier entregar suas compras. Dessa forma, ele acaba atrolhando seu apartamento de coisas inúteis e, algumas vezes, eróticas. Tudo está ótimo, perdido entre seus devaneios, até Yokoshima, seu vizinho, descobrir o hobby que Oku-san tem.

SuBLime encerra a descrição da história com: "preso entre dois caras bonitões - pelo menos em sua mente - conseguirá Oku-san fantasiar uma saída dessa situação?". Achei brilhante esse encerramento e não conseguiria expressar em melhores palavras. Oku-san's Daily Fantasies é um mangá muito, muito engraçado e divertido. O final é inesperado e eu realmente adorei. A arte também é muito agradável e bonita, sendo que o autor se amarra em usar chibis (nesse caso, combina com a história).

  

Esse mangá, como não foi uma história ambiciosa, atendeu seu proposito. Ou seja, é uma história engraçada que, com certeza, manterá o leitor entretido durante seus curtos capítulos. Não é nenhuma obra genial ou revolucionária, sendo que "8" seria uma nota justa. 

Esse mangá pode ser achado em inglês traduzido pelo NoDeadline até o nono capítulo. O grupo Forbidden Delights traduziu até o capítulo final, o capítulo 16. Também é possível adquirir uma cópia virtual desse mangá no site do SuBLime. Em português acho que ainda não está disponível.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Horimiya

Ok, hoje não vou falar de um yaoi, mas sim de um shounen. No MangaUpdates, tudo que era tópico pedindo recomendações de um mangá romântico sugeriam Horimiya. De tanto ouvir falarem disso, resolvi ler e não me arrependi. Essa história teve origem como uma webcomic do autor HERO, mas atualmente é publicada e ilustrada com os desenhos de Hagiwara Daisuke

Hori é uma menina normal que tem um segredo. Apesar de ser razoavelmente popular na escola e de sempre ir bem nas provas, ela, na verdade, age como uma dona de casa, pois tem de cuidar da casa e de seu irmão mais novo enquanto seus pais trabalham. Já Miyamura é o típico cara quieto e estranho na escola, que usa cabelo comprido e óculos. Na verdade, ele tenta esconder o fato de ter vários piercings e tatuagens. Quando os dois se encontram fora da escola, acabam descobrindo o segredo um do outro. 

Isso acaba aproximando-os cada vez mais ao ponto que podem se intitular "grandes amigos". Outros colegas de escola também se tornam amigos dois dois, mas ninguém mais sabe sobre esses segredos. É muito interessante ver o desenvolvimento lento dessa história e como os sentimentos dos dois personagens vão mudando em relação um ao outro.

  

Não tenho muito o que dizer sobre esse mangá, além do que o adorei. Nota "10". Nada mais, nada menos. Adoro a arte simples, o humor ocasional e as personalidades dos protagonistas. Cada um deles tem vários traços que são revelados aos poucos, tanto para o leitor quanto para o outro personagem principal.

É muito fácil achar esse mangá para baixar ou para ler online com uma simples pesquisa no Google. Há ele em português traduzido pelo AION Scanlator até o capítulo 6 ou 7. Já o Kokoro Nin-Nin traduziu até o capítulo 15, que é onde estão as traduções em inglês pelo Dragon&Fly


sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Seinen wa Ai wo Kou

Eu estava conversando com uma amiga sobre mangás yaoi e compartilhando sugestões de leitura. Ela comentou sobre uma história que parecia muito interessante, então eu pedi que ela me mandasse o link quando chegasse em casa. Pois é, essa história seria Seinen wa Ai wo Kou. Eu lembrava de já ter lido pelo menos os dois primeiros capítulos, mas não dei muita bola. Como eu me interessei pela história que a minha amiga me falou, resolvi ler esse manga da Hino Garasu.

A história é relativamente simples: Menino A gosta de seu melhor amigo, Menino B, e tenta esconder isso a todo custo. De qualquer forma, esse mangá é uma boa pedida de leitura. Kaede está apaixonado por seu melhor amigo já há alguns anos, mas se jurou que jamais iria se declarar. Ele odeia e inveja as garotas por "poderem ser amadas por homens". Mesmo assim, ele é um rapaz popular na escola e recebe muitas declarações de amor. Já Okuda, por quem Kaede é apaixonado, é um rapaz ríspido com as meninas e reserva sua simpatia apenas para seus amigos, sobretudo Kaede.

O primeiro capítulo é narrado do ponto de vista de Kaede e chega a ser agoniante, devido a junção dos monólogos e expressões faciais dele. Já no segundo capítulo, temos a visão de Okuda sobre a história. Acho legal quando podemos conhecer os pontos de vista de diferentes personagens sobre os mesmos eventos.

Além dessa história principal, tem duas oneshots. Por enquanto, só uma está traduzida e é uma história razoável. Yoshizaki é chamado para fazer um filme pornô gay. Chegando lá, vê que seu parceiro é um  senpai da escola, Hagino. Hagino entrou nessa porque foi "enganado" pelo cara de quem gostava. Senti que faltava alguma coisa nessa oneshot... Houve alguns momentos comoventes, mas de um modo geral ela não foi tão bem explorada como poderia ou deveria ser.

 

Creio que essa história mereça um "8" pelo conjunto da obra. Os primeiros capítulos chegam a doer de tão tristes que são, mas não de um modo exageradamente melodramático. Ainda assim, é uma história que tem os seus problemas. E a primeira oneshot é bem boba. Gostaria de ver como é a segunda oneshot, mas ainda não foi traduzida.

Esse mangá está sendo traduzido para o português pelo BLScanlations. Também pode ser encontrado em inglês traduzido por dois grupos. Tears and Rainbows foi o primeiro a traduzi-lo, mas recomendo mais a versão do Dangerous Pleasure. No fim é uma questão de gosto, mas acho que a versão do DP é melhor.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Kayashimashi no Yuuga na Seikatsu

Eu queria ler esse mangá há muito tempo, mas nunca juntei motivação o suficiente para sentar e ler. Hoje eu tinha de matar tempo no estágio e resolvi aproveitar para ler. Kayashimashi no Yuuga na Seikatsu é um mangá sobre o qual eu não tinha expectativa alguma, então resolvi ler de coração aberto.

Esses mangás com uma autora e uma artista/desenhista costumam ou ser muito bons ou serem muito ruins, sem meio termo. Às vezes, a história não combina com a arte, parecendo que não há uma conexão entre os dois. Não é isso o que ocorre aqui, pois a arte de Mamahara Ellie combina perfeitamente com a história narrada por Tono Haruhi. Eu não sou muito fã de nenhuma das duas, mas admito que a combinação das duas nesse mangá deu certo.

Bem, qual é a história afinal? Como o título já diz, a série acompanha a vida graciosa de Kayashima Sumito. Ele é um rapaz rico, mimado e preguiçoso, que passa seus dias em festas e gastando a fortuna que herdou de seus pais em antiguidades e livros (que não lê). Sua rotina e interesses são gerenciados por seu secretário Koizumi, que, na verdade, serve mais como uma companhia com que Sumito possa conversar. Essa é a imagem que Kayashima passa, mas, à noite, ele se revela uma pessoa bastante diferente, que tem encontros secretos com seu jardineiro, .

Uma coisa que me incomodou nesse mangá foi a caracterização do cenário. Olhando a capa e as primeiras páginas da história fazem pensar que se trata de um mangá "de época", mas na verdade a história se passa nos dias de hoje. O "setting" é meio confuso, mas isso é uma tendência de mangás e filmes que falam de pessoas ricas, por alguma razão.

A arte não é das minhas favoritas. Não tenho nada em particular contra o estilo dessa autora, mas não é muito do meu gosto. Não que seja ruim - como eu já disse, combina com a história. O ritmo parece adequado, passando a sensação ao leitor de um observador dessa "vida graciosa". Os personagens, por outro lado, podiam ter sido melhor explorados e desenvolvidos. Parece que alguns deles não tem personalidade o suficiente para integrarem uma boa história.

  

Fiquei aqui pensando e, por mais que eu tenha reclamado, esse mangá não é uma má história. Ela tem os seus méritos. Eu costumo dizer que sou ambivalente: em algumas histórias, não gosto de personagens inexpressivos, mas em outras os adoro. Essa foi uma em que eu não gostei tanto assim da personalidade indiferente do Sumito, mas também não desgostei. Eu estou bastante na dúvida em como categorizar essa série. Vou dar um "8", mas posso me arrepender e mudar para um sete uma hora dessas.

Não sei se esse mangá foi traduzido para o português, ou se há planos de que seja, mas, em inglês, é traduzido pelo Dangerous Pleasure.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Jounetsu no Young Man

Esse é um mangá que ao olhar para o nome e a capa eu tenho certeza de já tê-lo lido, mas não consigo lembrar exatamente sua história. Por isso, acho que já li Jounetsu no Young Man umas seis vezes. Apesar da minha memória horrível me incomodar, acho que eu leria essa história da Takahashi Yuu mais vezes ainda.

Conheço alguns outros mangás com a mesma premissa: cara gay com vinte e poucos anos está desiludido/magoado com seu namorado/amante e acaba encontrando conforto, seja por carência ou por bebedeira, nos braços de um colegial, que pode ter mentido sobre sua idade ou não. Esse é o bem o caso desse mangá. Ono está chateado com Hidenori, seu namorado desde o colegial, pois ele recebeu a proposta de casar com a filha do chefe. Ono, então, bebe um monte e acaba passando a noite com Ken, um colegial que alega ter se apaixonado por ele.

História clichê, mas esse mangá é bem feito. Os personagens são bem caracterizados, de modo que você sente simpatia por cada um deles. Além disso, a arte da Takahashi Yuu é agradável e o "ritmo" da história evolui de forma a não parecer lento demais ou arrastado demais. Além disso, há vários momentos cômicos que rendem algumas risadas. Gostei especialmente depois, quando temos alguns capítulos dedicados ao Hidenori e ao Nakagami

A segunda história desse mangá se chama "F.I." e fala sobre bombeiros. Gosto de histórias como essa, que abordam rivalidade, mas confesso que essa me deixou decepcionado. Ela não foi desenvolvida ao ponto que deveria e acabou ficando uma história bastante sem graça.

  

De um modo geral, Jounetsu no Young Man é um ótimo mangá. Acho que merece uma nota "8", porque eu gostaria que a história sobre o Hidenori e o Nakagami fosse mais aprofundada. Além disso, a segunda história, a dos bombeiros, podia ter sido bem melhor. Como se diz, é uma "semente" de uma boa ideia, mas não foi explorada.

Podem encontrar esse mangá facilmente em inglês, com tradução do Attractive Fascinante, ou acompanhar os lançamentos do BLScanlations para verem a versão em português dessa história.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Hatsukoi no Atosaki

Esse é um mangá que eu passei um bom tempo esperando alguém traduzir. Estava na minha wishlist, eu via scans chinesas e nada de um grupo resolver traduzir. Foi então que eu descobri que estava disponível em francês e acabei lendo. Hatsukoi no Atosaki é uma história da Hidaka Shoko que está relacionada a outros mangás dela, especialmente Arashi no Ato e, em um menor grau, Signal. 

Nishima trabalha em uma companhia de sucesso e acabou de se divorciar. Esse casamento não foi motivado por amor, então deixou uma sensação esquisita. Bem, um dia ele vai junto de uma colega de trabalho a um café e lá encontra Miyama, um ex-colega do colegial. Apesar dos dois terem desenvolvido uma relação bem próxima durante a escola (o avô de Nishima tinha um café e Miyama estava interessado no assunto), Miyama age como se tivesse esquecido Nishima. Ele continua agindo de tal forma, até um dia "cansar" de manter essa atuação e perguntar sobre o fato de Nishima não estar usando um anel de casamento e sobre o que falaram dez anos atrás. 

Eu adoro esse tipo de história, em que algo não deu certo em algum ponto da vida e acaba voltando. Essa história tem vários flashbacks que ajudam a explicar os sentimentos de Nishima e Miyama, assim como suas atitudes. Hidaka Shoko, como eu sempre digo (e vou dizer mais algumas vezes nesse blog), consegue captar uma sensação real em suas histórias. Essa, talvez, seja a que inspira mais essa sensação. Os dois personagens foram muito bem construídos pela autora, de forma a soarem como pessoas reais. Além disso, nos pequenos detalhes a arte de Hidaka Shoko brilha. As posições, o desenho dos olhos, as expressões faciais sutis... Tudo isso é muito bem capturado pela autora. Visualmente, é uma bela obra.

  

O que mais eu posso dizer? A minha memória é horrorosa, então não vou afirmar categoricamente, mas acho que nunca deixei de dar um nove ou dez para um mangá da Hidaka Shoko. As histórias dela são boas demais. Dessa forma, vou dar nota "10" para Hatsukoi no Atosaki. Poucas são as histórias que consegue inspirar uma sensação tão real como essa.

Esse mangá é esquisito em termos de "onde achar para baixar". Ele foi traduzido para o francês pelo Fairy Rose. Os trabalhos desse grupo são muito bons, mas faz algum tempo que os links estão quebrados. Talvez arrumem logo. Bem, o tumblr blthings traduziu os dois primeiros capítulos e publicou uma mensagem misteriosa dizendo que um grupo já traduziu por completo esse mangá por inglês (um daqueles grupos secretos e obscuros) e que logo ficará disponível para o grande publico. Bem, assim espero. Acho que não foi traduzido para o português ou para o espanhol. 

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Kimi Note

A minha vida como leitor de yaoi seria bem menos feliz se eu nunca tivesse ouvido falar da Junko. Simplesmente amo todos os mangás dela. Dizer "todos" nesse caso não é exagero, porque eu li e gostei de todos os mangás dela. Por isso, vou começar hoje falando de Kimi Note, porque foi o primeiro mangá dela que eu li. 

A história principal fala sobre Miyasaka, um menino que, por algum motivo, adora o cheiro de seu colega, Sawatari. Mesmo quando ele tenta usar o mesmo perfume, não é o mesmo aroma. Essa história é muito simples, mas é muito fofa. A cena em que há a declaração de amor é um das mais adoráveis que eu já vi: Miyasaka é colocado na parede por Sawatari e o vendo sopra forte, fazendo com que o lugar seja inundado pelo cheiro de Sawatari. Miyasaka, então, diz "sempre que eu sinto isso... O seu cheiro... O meu coração fica tão confuso e tudo fica uma bagunça... Meu peito fica tão apertado... Dói tanto". Urgh, não sei como a Junko consegue escrever esse tipo de coisa tão demodê sem ficar tosco.

Adoro o relacionamento desses dois também, especialmente porque o Sawatari é bem mais maduro do que o Miyasaka. Um ponto que acontece muito nos mangás é um personagem se sentir inferior ao outro. Quando isso ocorre em Kimi Note, a seguinte resposta vem "eu acho que você é muito fofo. E muito bonito. E eu não quero que a pessoa que eu amo fique se diminuindo dessa forma. Eu vou ficar bravo com você". É legal ver isso em um mangá, porque mesmo nos shoujo ou shounen sempre tem o personagem supremo e o personagem que não está a altura dele. É legal ver um relacionamento assim. 

Além dessa história principal, tem mais três oneshots. Eu adorei a forma como a Junko narrou todas as histórias: bonitinhas, com uma arte muito agradável e uma dose de humor.

"Replay" é sobre dois caras que eram um casal durante a escola, mas acabaram se separando. Eles se encontram novamente depois de alguns anos. Esse plot é bastante comum, mas a forma que a Junko sensei mostra as várias coisas que não foram ditas e outras que foram mal interpretadas é muito bonita.

"Whisper of King" é a mais engraçada. Eu ri, ri e ri sem parar. Nunca tinha visto um uke tão cara-de-pau; achei que só a Honjou Rie conseguisse fazer isso tão bem, mas a Junko não fica muito atrás. Nessa história, Kugayama quer fazer seu senpai, Ashiya, ficar um pouco envergonhado, já que ele é sempre tão autoconfiante. Além disso, o seu relacionamento com o senpai o deixa confuso, porque eles não estão exatamente namorando.

Por fim, em "Go Home" temos Nakano que está muito desconfortável por seu senpai ter se mudado para a sua casa. Isso acontece porque ele é apaixonado pelo Katsuragi-senpai. Apesar de tolerar a preguiça e o egoísmo de seu senpai, acaba sendo a gota d'água quando ele chega em casa e dá de cara com seu senpai junto de uma garota.

  

Eu gostei tanto desse mangá... Dei nota máxima para ele quando o li há alguns anos, segundo minha lista no MyAnimeList. O que eu posso dizer? Minha opinião não mudou: é nota "10". Esse não é um mangá com grandes objetivos. Na verdade, ele nem tenta ser sério. Faz graça de si mesmo. Por isso, acho que todas as histórias cumpriram bem sua proposta.

Esse mangá é encontrado facilmente em inglês (traduzido pela totomomo) ou em espanhol (feito pelo fansub barjeydrow). Em português, foi traduzido pelo Sukinime e pelo Yaoi Home.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Renai Kaizou no Susume

Ok, eu sou muito suspeito para falar desse mangá, porque eu recentemente o traduzi para o BLScanlations. De qualquer forma, eu não curti muito Renai Kaizou no Susume. Tinha algumas histórias legais, outras meia-boca... Não é que seja um mangá ruim, mas é que a Imai Kuramako também não fez nada de especial.

São seis oneshots. A primeira delas é a da capa. Kyouichi é colocado pelo professor para fazer um trabalho em dupla com Hitomi, um cara esquisito, quietão e cabeludo. Apesar de não estar muito feliz com a ideia  eles acabam se dando bem e Kyouichi decide melhorar a aparência de Hitomi, porque não gosta de ver que os outros o julgam só por isso. Já a segunda fala sobre dois amigos de infância, sendo que um deles, Touta, é ridiculamente azarado. Kei, por conta disso, toma conta dele e o ajuda em tudo que é possível. Seu mais novo objetivo é ajudar o amigo a arranjar uma namorada. Essas foram duas histórias divertidas, bem legais. Não são lá muito inovadoras ou maravilhosas, mas foram boas.

As próximas duas histórias tratam sobre os mesmos personagens. Nao é um menino muito esperto para sua idade (ele está na pré-escola) e tem Kazuma como seu melhor amigo. Eles adoram os seus professores Mizuno e Kurada. Nao acaba notando que Mizuno-sensei faz uma expressão especial quando está junto de Kurada-sensei. Essa história é seguida por um capítulo que se passa uns dez anos no futuro. Já essas foram muito bonitinhas, mas deixaram a sensação de ter algo faltando. Acho que eu teria gostado bem menos se não tivesse esse capítulo nos dez anos no futuro.

Aí vem a história de que eu não gostei. Takashima, um cara entediado e sem objetivo na vida, salva uma pessoa de ser estuprada. Pois é, essa pessoa é um homem mais velho que ele. Ele resolve sacanear o cara, inicialmente pensando em extorquir dinheiro pelo salvamento, mas acaba optando por estuprá-lo ele mesmo (claro, senão não seria um mangá yaoi). O desenvolvimento dessa história é confuso e os personagens não fazem o menor sentido. Não há declarações de amor, juras ou pensamentos românticos. Além disso, o Kazuyuki (o cara que ele pseudo-salvou) é capacho. Cara, já tem mangás o suficiente com ukes capacho sem personalidade. Não entendo a existência de uma oneshot tão ruim junto de outras tão boas. Eu traduzia e pensava que iria ficar melhor, que iria fazer sentido... Mas não. 

Eu já estava irritado com o mangá, mas a próxima história me ganhou de novo. Sakaguchi é um estudante que curte tirar fotografias e fazer filmes curtos. Ohara assistiu um desses curta-metragens e ficou fascinado. De uma forma meio rápida e avassaladora, eles acabam juntos. Ohara se declara e o Sakaguchi concorda, apesar de não sentir o mesmo. Aos poucos, porém, ele vai gostando cada vez mais de Ohara e passa a querer mostrar o quanto o ama também. Essa foi a história de que eu mais gostei. Achei os diálogos e o personagem do Sakaguchi muito divertidos. 

  

De uma forma geral, é um mangá divertido. Tirando a penúltima oneshot, seria um mangá "muito bom". Com a presença dela, vou dar uma nota "7" para esse mangá. A arte da Imai-sensei contribuiu muito para que eu gostasse das outras histórias, sobretudo da última. Além disso, nos extras, ela tem um capítulo em que ela comenta o "gekokujou", que é quando um subordinado consegue, de alguma forma, oprimir, intimidar ou dominar um superior. É interessante ver a visão dessa autora sobre esse tema e me atrevo a dizer que qualquer um dos exemplos que ela usou para ilustrar o que seria o gekokujou daria uma melhor história do que o penúltimo capítulo de Renai Kaizou no Susume.

Podem encontrar o primeiro capítulo, e logo os outros, no BLScanlations em português. Em inglês, é possível encontrar até o capítulo 3 traduzido pelo Eternal Dream.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Dear My Mister

Uma coisa que eu reparei... Tenho a tendência de gostar mais de uma das oneshots (histórias extra) do que da história principal. Claro, isso não acontece sempre (como podem ver no post anterior), mas é algo bastante frequente. Esse é o caso da história de hoje: Dear My Mister. Eu sou uma pessoa implicante, apesar de adorar os doujinshis de Gintama da Yamada Fumika, nunca me interessei pelos mangás dela. As capas pareciam bonitinhas demais. 

Esse mangá é uma coleção de histórias curtas. A primeira delas é a principal e tem dois capítulos, se chamando, obviamente, Dear My Mister. Nela, conhecemos a história de Noah, um rapaz que, apesar de ter sangue britânico, não entende lhufas de inglês. Assim, ele começa a fazer aulas de inglês com Takamasa, que fala essa língua fluentemente. E aí, blá, blá, blá. Sentimentos se desenvolvem e o mimimi todo. Essa história não é exatamente ruim, mas também não tem nada de inovador ou especial.

Agora as oneshots que compõem o resto do volume. Elas são bem mais interessantes que a história principal, apesar de estarem longe de serem perfeitas.

A primeira delas fala sobre Azumi e Haru, que estão namorando há alguns meses. Azumi fica irritado com o comportamento infantil e questiona se os sentimentos de Haru por ele são realmente sérios. Essa história é bem melhor que a principal, porque o modo que os personagens foram caracterizados foi mais interessante. Não tem graça se eu der detalhes sobre eles, mas só digo uma coisa: eles não são tão rasos.

Depois, temos Souta que teve seu interesse despertado por seu kouhai, Ritsu. Esse segundo garoto leva muitos livros da biblioteca para Rin, seu irmão que está com amnesia, com esperanças de que ele se lembre das coisas. Souta vai ficando cada vez mais interessado por Ritsu, desejando que o outro o note e se importe com ele. Essa é bonita e melancólica. Sinto que ela foi apressada demais (se fossem dois capítulos teria sido melhor), mas a autora conseguiu fazer uma história legal e comovente assim mesmo.

Já a terceira oneshot não caiu muito no meu gosto. Nao perdeu seu pai quando era pequeno, mas Ryousuke, que amava o pai de Nao, vem para ajudar sua mãe a cuidar dele. Mesmo quando sua mãe faleceu também, Ryousuke continuou ao seu lado. Não sei, não gostei muito dessa história. Alguns diálogos são muito pobres e falta alguma coisa nessa trama. Além disso, os sentimentos dos personagens pareciam muito superficiais.

Por fim, a história que eu mais gostei: Masaya tem como apelido "Segundo Lugar para Sempre", pois Tachibana, seu rival, sempre consegue o primeiro lugar na classificação das provas na escola. Masaya se esforça, mas nunca consegue ultrapassar Tachibana, que alega não fazer esforço algum para se manter na primeira posição. Apesar desse clima de animosidade entre eles, todos os outros da escola parecem pensar que eles são amigos. Gostei bastante dessa história, porque o modo competitivo e arrogante que os personagens se tratam é bastante divertido de ver na história. Adoraria mais alguns capítulos sobre esses personagens que, com certeza, renderiam muito!


Vou dar uma nota "7" para esse mangá. Havia sementes de boas ideias, algumas coisas mal aproveitadas e um sentimento geral de "podia ser melhor". Não acho que, embora tenha adorado a última história, esse mangá, no geral, mereça mais do que isso. 

Esse mangá está disponível em inglês traduzido pelo Attractive Fascinante. Também se pode conseguí-lo em espanhol no AYaoi. Não sei se está disponível em português, mas acredito que ainda não. 

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Oujito

Sabe aqueles mangás que você gosta sem motivo nenhum? Pois é, eu tenho alguns que são assim. Simplesmente gosto deles e não consigo expressar muito bem o motivo. Em geral, eu sou apoiador da causa Anti-Girly Uke. Não curto muito. Sou mais dos mangás com aquela sensação mais real, sabe? Então, não sei se vou conseguir explicar o motivo de gostar de Oujito. É uma história tão, tão simples. Tão bonitinha. Tão fofa. Tão... Tudo que eu geralmente não sou muito fã. Pois é, mas eu gostei muito desse mangá da tal de Tomoe Fumi, que eu não conhecia antes de ler essa história.

Tsukasa é um menino muito bonito, que parece um príncipe. Ele, além disso, age e é tratado como um. Apesar disso, ele está namorando Shinta, um menino que é muito comum, tanto em aparência quanto em personalidade. Achei muito bonitinho como Shinta acha que o relacionamento deles é "secreto", enquanto todos os colegas já sabem e, ao longo da história, tomam atitudes para ajudá-los. Bem, como eu estava dizendo, ele é muito "simples" quando comparado ao príncipe, o que o faz se sentir inseguro. Além disso, Shinta sente atração por Tsukasa, querendo beijá-lo ou tocá-lo, o que só contribuiu para sua insegurança. Em contrapartida, Tsukasa começa a se preocupar quanto aos sentimentos de Shinta, que está agindo de forma distante...

Também há alguns flashbacks ao longo dos capítulos, mostrando como Shinta e Tsukasa se conheceram. Esses momentos são tão, tão bonitinhos que nem tenho muito o que dizer sobre. Apenas que é muito fofo, com uma arte extremamente adorável para combinar. Realmente, eu nunca tinha ouvido falar de Tomoe Fumi antes, mas a arte dela é muito bonita. 

Além dessa história principal, há mais três. 
  • Koga descobre que seu colega, Miyata, está apaixonado por um outro colega. Ele guarda segredo e acompanha Miyata, que faz várias simpatias de amor para aumentar suas chances com esse outro menino. Aos poucos, Koga começa a se interessar por seu colega.
  • Hidaka Satoshi falhou em todas as suas opções de curso e universidade no vestibular. Quando contou isso para seu professor de sociologia, Katayama Takahisa, esse propôs que se tornasse sua esposa. 
  • Takeshi está perdidamente apaixonado por Jun. Ele, então, descobre que Jun gosta mais de meninas "tsundere" e decide agir como uma (sendo que ele normalmente é dere dere!). 

Honestamente? A primeira oneshot é bem bonitinha também. Não tem nada demais, mas é bem agradável. A segunda é horrível. A arte é tão bonita, mas a história é pobre e os personagens não consegue conquistar um pingo de empatia ao longo das páginas. Já a terceira tem uma ideia muito boa, só lamento que seja tão curta. Tem só oito páginas!

 

De um modo geral, gostei desse mangá. Como eu disse, ele é bem bonitinho. É aquela dose de açúcar que você precisa depois de um dia amargo. Não é um mangá para ser levado a sério, mas é uma leitura bem agradável. Eu dispensava a existência da segunda oneshot, porque existem muitas histórias por aí com a mesma premissa e essa em particular é muito pobre, e gostaria que a terceira tivesse sido melhor explorada. Dessa forma, esse mangá ganha um modesto "8" como nota. 

Ele foi completamente traduzido para o espanhol pelo AYaoi, que deu autorização para o BangAQUA traduzí-lo para o inglês e para o Suiren Fansub traduzí-lo para o português. Eu ouvi falar que o JManga licenciou esse mangá, então ele deve estar sendo vendido digitalmente (ou em breve será) na loja deles. 

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Hana wa Sakuka

Sempre que eu resolvo escrever uma postagem, é sobre um mangá que eu acabei de ler ou reler. Não é o caso. Essa postagem também servirá como nota mental para reler esse mangá o quanto antes. Hana wa Sakuka foi licenciado há pouco tempo, mas as publicações da DMI vão atrasar bastante... Só lá por outubro pra ter isso em mãos. Eu simplesmente amo os trabalhos da Hidaka Shoko e esse é um dos meus favoritos.

Bem, vou então explicar o que eu tanto gosto nessa história. Sakurai Kazuaki, ainda solteiro, com 38 anos, trabalhando ao ponto da exaustão, acaba esbarrando em um jovem na estação de trem, fazendo com que sua revista (uma revista bastante específica de sua área de trabalho) fique molhada e se estrague. Esse jovem se chama Minagawa Youichi, que tem uma atitude arrogante e ríspida, diz que tem uma cópia da mesma revista em sua casa e oferece para trocá-la pela de Kazuaki.

Os mais apressadinhos pensarão: "e aí eles se apaixonam e começam a morar juntos"? Não. Errado. Essa é uma história que se desenvolve lentamente, mas com um clima agradável e com uma sensação de realidade. Kazuaki e Youichi acabam se encontrando novamente, por outra casualidade. A partir daí, por vários motivos, acabam se encontrando mais e mais vezes. O que achavam irritante um no outro passa a ser tolerado e até divertido. É muito interessante ver esse evolução lenta e sutil, com pequenos detalhes trazendo significados importantes para a forma como esses personagens enxergam uns aos outros.

E, é claro, a arte belíssima da Hidaka Shoko. Os detalhes são incríveis e as páginas coloridas (poucas, infelizmente) que eu consegui encontrar são realmente maravilhosas. Todos os trabalhos dela têm um padrão de qualidade elevado, tanto as histórias quanto a arte, então posso sempre recomendar qualquer um dos mangás dela.

 

Que nota eu vou dar? Não é óbvio? É uma bem merecida nota "10". Talvez essa história tenha seus problemas, talvez ela seja lenta demais para muitos dos leitores. Só que eu realmente adoro a forma que a Hidaka-sensei narra e desenha essa história. A cada capítulo eu só quero mais.

O BLScanlations pretende traduzir essa série para o português, mas, se alguém quiser se aventurar no inglês, pode achar facilmente as scanlations do Nakama. Eles fizeram até o capítulo 13 ou 14, depois disso foi licenciado e está para ser publicado pela Juné. Também é possível achar esse mangá em espanhol (traduzido pelo cseg64).

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Kimi ni Ageru

Esse mangá também é chamado de "I Give to You" em seu título em inglês. Resolvi comprar, porque a arte parecia muito bonita. Não me arrependi, só a arte já é motivo o suficiente para se ter um mangá assim. Maki Ebishi trabalha mais com preto e branco, com poucas retículas (cinza; aqueles padrões que usam para fazer sombras e colorir cabelos). A arte dela lembra muito a usada em seinen e, de fato, essa autora tem outros mangás seinen já publicados. 

O que, então, além de arte Kimi ni Ageru nos oferece? A história começa com Ryoichi. Seu namorado fugiu e lhe deixou com uma dívida enorme. Dessa forma, ele se vê perdido no meio do nada, enquanto corre dos coletores de dívidas. Nisso, encontra um panfleto divulgando uma casa de chá, que ele vê logo em seguida. Entrando lá, conhece Ren, o dono do estabelecimento, que lhe serve uma xícara de chá e lhe oferece um assento em uma das mesas. Ryoichi, dessa forma, adiciona mais alguns ienes a sua dívida (o preço da xícara de chá) e consegue um lugar para ficar. 

Os principais pontos fortes dessa história são sua belíssima arte, as personalidades e os sentimentos dos personagens, e, especialmente, o modo que Maki Ebishi desenvolveu o relacionamento entre Ryoichi e Ren. O relacionamento se desenvolve muito lentamente e sua força não está nas palavras ou nas ações. Na verdade, é o não dito e algumas atitudes muito singelas que fazem com que os sentimentos dos personagens comecem a aflorar.

Eu reclamo só de uma coisa: da metade para o final, certas coisas foram "apressadas" pela autora. O ritmo que ela tinha estabelecido até então foi atropelado pelos acontecimentos. Acho que esse é o único ponto negativo da história. Muita gente gosta de ler yaoi pelas cenas "calientes". Não vão encontrar isso aqui. Na minha opinião, isso não desmerece uma história tão bonita, mas tem gente que faz questão de demonstrações gráficas de amor e luxúria, então achei melhor avisar...

  

Darei nota "9" para esse mangá. Eu acho, honestamente, que merecia um oito. Mas porque a caracterização dos personagens foi tão bem feita e eu realmente gostei da atmosfera, vou dar uma notinha maior. Além disso, o fato dos personagens fugirem dos estereótipos "seme x uke" é um grande bônus.

Acho que esse mangá não foi traduzido ou escaneado por ninguém, salvo em francês pelo Rooftop Scenery.