sexta-feira, 30 de maio de 2014

Love Share

Para mim, os mangás da Kujou Aoi são ou um acerto ou um erro. A maior parte dos mangás dela me deixa "meh". Só que tem alguns que são muito, muito interessantes. Nesse caso, Love Share é um dos mangás dela que eu considero um acerto. Se eu fosse descrever esse mangá em poucas palavras, eu diria "uma história de amor intensa e instável", mas eu sou prolixo. Então vamos lá!

Kazushi sempre foi apaixonado por Izumi, um amigo seu de vários anos. Os capítulos são, na maior parte, curtos e mostram cenas em que Kazushi e Izumi desenvolvem um relacionamento de idas e vindas. Enquanto Kazushi reafirma constantemente seu amor por Izumi, esse outro é ambivalente e acaba confundindo a cabeça de Kazushi (e a do leitor também). Essa "fluidez" e "levianidade" no jeito de Izumi agir é um pouco irritante. Não gostei desse mangá na primeira leitura por causa disso. Aí li de novo. E de novo. As ações do Izumi acabam sendo interessantes, pois, apesar de todos os mistérios que envolvem esse personagem, ele acaba sendo aceito exatamente do jeito que é por Kazushi, e isso é o que importa.

Em certo momento na história, é revelado que Izumi tem algumas questões que são traumáticas e, provavelmente, trágicas. O problema é que Kujou Aoi decidiu que os leitores (e Kazushi) não precisam saber muito mais do que isso. Então, ela jogou essa bomba na história e fugiu sem explicar nada. Izumi diz ser responsável pela morte de um artista. Mas o que isso significa? Quem sabe! Porque não foi explicado.

A dinâmica do relacionamento de Kazushi e Izumi é o ponto forte da história. O relacionamento apaixonado e ambivalente dos dois é interessante. Além disso, esse é um daqueles mangás em que não há um personagem que aja como "seme" e outro que seja o "uke". Não. Nem em termos sexuais, nem na forma de agir. Esses dois não caem nesses modelos clássicos.

  

A arte é inconsistente. Há uma melhora progressiva ao longo dos capítulos (imagino que a Kujou Aoi tenha escrito essa história com um longo período de tempo entre cada capítulo), sim, mas ela é oscilante em sua qualidade. A parte que eu mais gostei desse mangá foi o penúltimo capítulo, onde ficamos sabendo como Kazushi e Izumi se conheceram. Acho que é o momento em que a arte está mais bonita e que os personagens estão mais desenvolvidos, o que também serve para explicar as atitudes e ações que eles tomam mais de dez anos depois, durante a história principal. Nota "8"!

Foi completamente traduzido para o inglês pelo Bliss. Também foi licenciado e publicado pela Juné. Aliás, eu nunca pensei que fosse reclamar disso, mas... E essa capa, gente? Nunca vi uma capa que fosse tão nada a ver com o mangá como essa. Das cores até o jeito que os personagens estão posicionados. Nada a ver!

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