quarta-feira, 30 de abril de 2014

Ieraishan, Moyu

Eu estava caçando um mangá para baixar e acabei fuçando um fórum. Lá, uma pessoa estava pedindo por um link para baixar Ieraishan, Moyu, o primeiro mangá que essa pessoa leu há alguns anos. Fiquei curioso e baixei também. Não havia lido essa história de Oumi Shinano antes e acho que foi uma leitura interessante.

Essa história se passa no período entre as Guerras Mundiais. O repórter Ozaki Izuho está tentando conseguir um furo de reportagem na casa de um visconde, quando é descoberto pelo herdeiro Takayanagi Saki. Ozaki revela que está interessado na rara planta Ieraishan que, dizem, existe na mansão e que só floresce em ocasiões especiais. Também logo somos apresentados aos dois antagonistas da história e parentes de Saki, o tio Koujirou e o irmão Kaito. Acaba rolando uma atração mútua entre Ozaki e Saki, sendo que o repórter é convidado a retornar à mansão para ver a planta que nunca dá flores. Aí descobrimos que nem tudo é tranquilo na vida de Saki: ele é constantemente abusado sexualmente por seu irmão, que o odeia por ele ser um filho bastardo e, ainda assim, escolhido como herdeiro pelo pai dos dois. Saki se encontra novamente com Ozaki e descobre que seu pai está envolvido em vários escândalos com corrupção e subornos, o que é, na verdade, uma armação do tio Koujirou. Quando a polícia vem prender o visconde, ele comete suicídio. Saki, então, jura para Ozaki que irá se vingar de seu tio e coloca fogo no local em que estava, assim, aparentemente, morrendo no incêndio. Nesse momento, a flor Ieraishan floresce e se encerra o prólogo da história.

Na segunda parte, Saki está trabalhando em uma casa de prostituição masculina de luxo, sob o nome Ieraishan. Ele diz ter perdido todas as memórias, mas, ao reencontrar Ozaki, acaba confessando que esse não é o caso: ele ocultou sua identidade e seu passado para, através de seu trabalho nessa casa de luxo, conseguir se aproximar de políticos e nobres e obter informações que pudessem ajudá-lo na sua vingança contra o tio. Saki diz ter vergonha do seu "eu" atual e diz não se sentir digno de Ozaki, apesar dos dois se amarem muito. Eu estava jurando que o Saki era um badass, mas aí na oportunidade que ele tem de se aproximar do tio para se vingar, ele toma uma bebida batizada e acaba sendo leiloado para um bando de ricaços pervertidos... Tipo, ele sabia que o tio era super do mal, como ele nem desconfiou da bebida? O mangá começa a ir por ladeira abaixo, na minha opinião, porque Saki é estuprado por trocentos caras diferentes nos próximos capítulos, incluindo Kaito e Koujirou. Ozaki tenta salvá-lo mais acaba falhando e, de novo, temos Saki sendo estuprado na frente dele. Kudos pro Ozaki por ter dito "Erga a cabeça, Saki. Aqui, você não é o culpado. Sua elegância e pureza não vão evaporar por causa disso", já que em geral, nos mangás, a vítima de estupro é criticada e considerada igualmente culpada (o que eu acho uma baita babaquice). No final, tudo dá certo (com a ajuda inesperada do Kaito). O Saki novamente fala sobre não ser mais a mesma pessoa de antes (que ele se tornou uma pessoa pior) e o Ozaki responde que "você não mudou muito, a não ser por você estar mais esplêndido agora". Ozaki é um querido, apesar de (ou justo por isso) ser um personagem pouco desenvolvido, estereotípico e superficial. 

A arte é a típica arte dessa autora, ou seja, bonita, mas antiquada. Ou devo dizer clássica? Eu gostei da premissa da história: herdeiro traído, perda de memória, vingança! Mas não curti muito a execução. O Saki realmente parecia determinado e estar se esforçando para fazer alguma coisa, já que ele descobriu muitas informações sobre as tramoias e sacanagens do tio, que datam desde antes do nascimento do próprio Saki, mas achei uma pena um personagem potencialmente forte precisar ser salvo toda hora e ser tão dependente. O relacionamento dele com o Ozaki também é bem fraco e não foi tão bem desenvolvido... Sinto que a autora estava tentando fazer uma bela história de amor, inserir bastante enredo de vingança com um vilão super-sacana, e colocar o máximo de sexo possível. Por isso, ela acabou se perdendo: o romance ficou fraco, a história de vingança poderia ter sido melhor desenvolvida, e as cenas de sexo, sendo todas exceto duas envolvendo estupro, não foram sexy. Quer dizer, o leitor que gostar de sexo cheio de raiva, estupro, violência e coisas do tipo vai curtir. Eu não curto esse tipo de coisa e, por isso, não gostei dessa parte do mangá.

  

Acho que "apesar dos pesares" eu recomendo o mangá. Não é um mangá ruim. Na verdade, é uma história ambiciosa com muitas possibilidades boas. O que pecou mesmo, pra mim, foi a sucessão de abusos que o Saki sofreu. O fato de ele se prostituir não me incomodou, pois realmente é um bom jeito de se aproximar de poderosos (sempre foi e sempre será), então achei que é uma estratégia válida. Também achei legal o Ozaki ser compreensivo e não condená-lo por nada do que ele fez, já que tudo que o Saki menos precisava era alguém para recriminá-lo (já que ele já faz isso demais por conta própria)! Vou dar uma nota "6" para o mangá.

A tradução em inglês é bem antiga e foi feita pelo grupo Fifay.net.

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Drops

Eu adoro quando um autor conhecido por seus trabalhos em um gênero resolve se aventurar em outro. Falei de autoras de yaoi desenhando shoujo antes e vou adicionar mais uma a lista: Aniya Yuiji. No caso, não sei como classificar esse mangá dela. Imagino que, por Drops ter um tom mais maduro, seja um josei.

Cada capítulo desse mangá foca em um dos irmãos da família Matsuno, que consiste em quatro meninas e um menino, que também é o caçula. Matsuno Shizuku é um menino gordinho e o escravo de suas irmãs. Ele está apaixonado por uma amiga sua, Yoshiyuki, que, por sua vez, gosta de Miyamoto, o melhor amigo de Matsuno. Mukai, outra amiga do trio, acaba armando para Miyamoto e Yoshiyuki ficarem juntos, fazendo com que Matsuno se sinta traído e só consolide a crença que ele já tem que as mulheres são um incômodo.

No capítulo seguinte, as gêmeas Kaede e Momiji levaram a sério demais a recomendação de sua mãe sobre "sempre dividirem tudo", pois agora elas estão em busca de um namorado que aceite namorar as duas ao mesmo tempo. Tsubaki, a próxima irmã, é uma escritora e mãe solteira, que havia fugido de casa e retorna agora depois de seus pais terem falecido. Ela tem um relacionamento sexual (onde podemos ver todas as gloriosas expressões faciais que a Anija Yuiji desenha tão bem) com Andou-san, seu editor, que acaba se transformando cada vez mais num relacionamento romântico. Aí vem a irmã mais velha, Hisagi, que ficou responsável pelos mais novos depois do falecimento de seus pais e do sumiço da Tsubaki. Ela sempre se viu cheia de responsabilidades e tarefas, mas agora, com seus irmãos já crescidos e cuidando das próprias vidas, ela se vê, finalmente, independente e livre. Acho que essa é a mais interessante das histórias, pois Hisagi nem sabe muito bem o que fazer com sua liberdade. Ela por fim acaba se envolvendo com seu chefe (23 anos mais velho), por gostar de provocá-lo.

No final, temos um epílogo, mostrando como os personagens ficaram com o passar de alguns anos. A Hisagi continua seu relacionamento com o chefe, eventualmente se casando com ele. Temos a Tsubaki, agora, casada com o Andou e com mais um monte de filhos. As gêmeas trabalham com S&M, ainda em um relacionamento poliamor com Minoru.  Shizuku acaba emagrecendo um monte e reencontra Mukai no casamento de Miyamoto e Yoshiyuki. Os dois ficam juntos, ele engorda tudo de novo, e terminamos a história com a Mukai revelando que está grávida! Eu achei o final um amor.

  

Eu achei muito interessante ter a perspectiva de cada um dos personagens, sendo cada qual bem diferente do outro. O final que Aniya Yuiji deu para cada um deles foi bastante satisfatório (o das gêmeas foi o mais exótico, mas, ainda assim, combinou com a visão desapegada de sexualidade e amor que elas têm). O ponto forte é a arte, que é muito bonita. Fico sempre boquiaberto com a habilidade que a Aniya Yuiji tem em fazer expressões faciais. Quando um personagem dela chora, não é aquele clássico "expressão congelada, lágrimas escorrem" que adoram fazer nos mangás. A Aniya Yuiji desenha todo o rosto se compondo na expressão, desde os lábios trêmulos ou em um beicinho, até a testa franzida, os olhos entreabertos, lágrimas... É incrível! Vou dar uma nota "9" para esse mangá.

Foi licenciado e publicado virtualmente em inglês pela JManga, que faliu. Pode ser encontrado por aí na internet, é só saber onde procurar. 

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Kusatta Kyoushi no Houteishiki

Finalmente tomei vergonha na cara e fui ler um mangá clássico: Kusatta Kyoushi no Houteishiki. Tentei ler uma vez há alguns anos, mas eu era do tipo que implicava com arte "antiquada" e não passei do primeiro volume. Como eu gosto de vários outros trabalhos da Kodaka Kazuma, resolvi dar uma segunda chance a essa série e enfrentar a arte. Cara, como valeu a pena!

O protagonista, Arisawa Atsushi, decidiu ir estudar em uma escola cheia de delinquentes para reencontrar seu grande amor, Maa-kun (Shibata Masami), que trabalha na enfermaria desse colégio. Lá, ele fica apavorado com seus novos colegas e, ainda por cima, reencontra Inagaki, um ex-colega do primário, que declara estar apaixonado por Atsushi. Se isso tudo já não fosse o suficiente, ele ainda dá de cara na enfermaria com o Maa-kun... Só que com uma personalidade completamente oposta a de suas lembranças. Esse "Maa-kun", na verdade, é o irmão mais novo de Masami, Masayoshi, mas Atsushi não descobre isso imediatamente, realmente acreditando que seu Maa-kun mudou. Ainda assim, ele, aos poucos, começa a gostar dessa nova versão do Maa-kun. Porém, chega o momento em que ele descobre a verdade sobre Masami e Masayoshi. O que eu achei legal é que não demora muito para isso acontecer e é o próprio Masayoshi que conta (ou, melhor, tenta contar) a verdade para o Atsushi. Como eu detesto mangás com relacionamentos que começam na base da mentira, curti muito isso... Apesar do Atsushi ter se sentido enganado de qualquer forma. Mas ok. 

Atsushi, ainda assim, reflete que está, na verdade, apaixonado por Masayoshi. Até porque Masami está feliz da vida namorando Tooru, professor de matemática da escola e amigo dos irmãos Shibata. Aí que a história se tornou interessante! Eu estava esperando que o Masayoshi fosse um playboy canalha clássico que faz o uke inocente de gato e sapato. Não é isso que acontece. Na verdade, é Atsushi que persegue incansavelmente Masayoshi, tentando conquistá-lo... de qualquer jeito! Enquanto isso, Inagaki também não desistiu de seu amor por Atsushi e também faz questão de demonstrar isso.

O humor nesse mangá é sempre presente e, em geral, funciona muito bem (nota: super me identifiquei com o Masayoshi aqui). Algumas piadas são meio bobas, e a autora usa e abusa de alguns cenários. Por exemplo, Masayoshi e Atsushi estão sempre atrapalhando os momentos românticos de Tooru e Masami e vice versa. Além disso, enquanto um casal está lá trocando juras de amor, o resto dos personagens costuma observar à distância, comentar as ações e, por vezes, atrapalhar. É engraçado? Sim, é. Mas fica meio cansativo.

A arte é uma questão importante. Ela começa antiquada, mas eficiente (tipo na cena do basquete). O character design também é bem bizarro, cheio daqueles estilos de cabelo ma-ra-vi-lho-sos anos 1980 e 1990. Mas isso melhora muito ao longo dos volumes. É engraçado comparar a primeira aparição dos personagens com suas versões posteriores, nos últimos dois volumes. Outro mérito da K2 é conseguir dar rostos com características bem únicas a cada personagem.

  

Esse mangá é muito divertido e muito imprevisível. Também acho legal ver a autora evoluindo ao longo das páginas, bem como ver o Atsushi crescendo. Tanto em aparência quanto como pessoa. Na verdade, quase todos os personagens encontram algum crescimento pessoal. Um ponto negativo foram as brigas do Masami com o Tooru, pelos motivos mais imbecis e esdrúxulos. Em compensação, todas as personagens femininas retratadas foram interessantes, fortes e muito carismáticas, sobretudo, é claro, a Yuriko. As "sub-histórias", tipo o flashback do pai dos irmãos Shibata ou aquela história do irmão do Tooru, foram muito legais também. Ah, um ponto que pode incomodar os mais sedentos por cenas pervertidas: demora uns oito volumes para vermos um dos casais ir para cama e o outro só vai no último! Vou dar uma nota "9", simplesmente porque o Masami me irritou demais. 

Tantos grupos trabalharam na tradução desse mangá para o inglês! O mais notável, acho, foi o MegKF. Também foi licenciado e lançado pela Juné numa edição bem legal, sob o título Bad Teacher's Equation. A K2 também lançou dois doujinshis para a série: Happy Dream? e Encore. Recomendo muito o segundo.

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Mousou Shoujo Otakukei

Assim como dois outros mangás que eu comentei recentemente, Mousou Shoujo Otakukei também é uma história sobre fujoshi. Ao contrário dos outros (escritos por notáveis autoras de yaoi), a autora Konjoh Natsumi é famosa por seus títulos hentai. 

A história possui quatro protagonistas: duas meninas e dois meninos. Dois meninos típicos; duas meninas que são fervorosas fãs de yaoi. O centro da trama é Asai Rumi, uma menina otaku que volta e meia se perde no seu mundo de yaoi, cheio de bishounens com orelhas de gato, e pouco se importa com meninos de verdade... Ou melhor, ela se importa. Rumi adora imaginar seus colegas do sexo masculino como casais! Ela até gostaria de ter uma amiga para falar sobre mangá, mas já se resignou em ficar sozinha e ser o único membro do clube de artes. Abe Takahiro acaba esbarrando em Rumi e, para se desculpar, aceita ser modelo dela para que ela o desenhe... Logo, entretanto, Abe se vê apaixonado por Rumi, apesar de não entender boa parte das coisas que ela fala. Tão perdidamente apaixonado que ele topa usar orelhas de gato, fazer cosplay e posar junto com seu amigo, Chiba Shunsuke. Rumi, entretanto, não percebe os sentimentos de Abe, pois ela só consegue vê-lo como um par perfeito para Chiba, que também é o garanhão da escola. Por fim, temos a Matsui Yoko, a última protagonista, que costumava ser pouco popular no ginásio por ser otaku, por isso decidiu esconder seus gostos no colegial... O que acaba não dando muito certo, porque ela faz amizade com Rumi e volta a fangirlar!

A história é o típico mangá colegial... Tendo um festival cultural, clubes, provas, etc. Só que há um twist otaku, também, porque o mangá foca bastante no hobby de Rumi como uma autora de mangás amadores sobre séries populares (doujinshi). No caso, ela e Matsui trabalham em histórias yaoi sobre Full Metal Prince (não tenho certeza se essa é a paródia feita no original, porque a tradução em inglês é bem porca), vão à eventos de mangá, conhecem autoras famosas... Tendo a ajuda de Abe e Chiba em vários momentos também. Mousou Shoujo Otakukei comenta diversas vezes de um jeito positivo o que é ser otaku, defendendo que não há nada de errado em ter paixão por algo, mesmo que sejam mangás yaoi. Abe, muitas vezes, tem a reação de uma pessoa não-otaku e, por isso, acaba ofendendo ou magoando Rumi por sua falta de tato, mas, ainda assim, ele se esforça para entendê-la e conhecer mais sobre essas coisas de que Rumi tanto gosta (mesmo que ele não consiga entender muito). Um ponto que eu achei muito interessante foi quando a Rumi começa a perceber que possui sentimentos pelo Abe... Mas só se ela estiver se imaginando como um homem! Ela até chega a sugerir que eles se chamem de "Shinji" e "Kaworu" (Evangelion). 

O mangá é recheado de fanservice, mas não só por causa da imaginação da Rumi vendo Abe e Chiba como um casal. Na verdade, muito pelo contrário. Matsui (que possui seios enormes) e a própria Rumi são os maiores alvos de fanservice do mangá, que também se identifica como uma série ecchi. Outros personagens como o Hidemi-senpai (um cara super-forte do time de judô que se apaixonou pelo Chiba) e a Momose (uma fujoshi enrustida que, por ciúmes, resolve trollar o site da Matsui) também ajudam a adicionar tempero à história. Eu adoro em especial o Fuji-kun, que é um querido, apesar de ele não ter aparecido muito.

  

Como é uma série cômica que nem de longe foi feita para ser levada a sério, esse mangá mais do que atinge seu objetivo. A arte também é bonita e super-dinâmica, combinando bem com a comédia, apesar de ser bastante típica. Eu gosto bastante desse mangá, mas o que me faz preferir outros (como Watashi ga Motete Dousu n da e Fujoshi Kanojo) a esse é que Mousou Shoujo Otakukei é feito pela comédia e pelo ecchi, sem o lado realmente romântico ou um pouco mais de desenvolvimento nos relacionamentos ou nas personagens. Não que Mousou Shoujo Otakukei não tenha desenvolvimento, é só que essas outras séries funcionam melhor, para mim, pelo menos. Vou dar uma nota "8" e realmente recomendo a leitura, porque rende umas boas risadas!

Em inglês, foi licenciado pela JManga e pela Mediablasters, sendo que a primeira faliu e a segunda interrompeu a publicação. Assim, é fácil de encontrar em inglês para baixar. A tradução é bem ruim em vários momentos, mas dá pra ler. Essa série é conhecida também pelos títulos: Fujoshi Rumi, Otaku Girls, e Otaku-Type Delusion Girl. 

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Watashi ga Motete Dousu n da

Mais um mangá da Junko hoje! Dessa vez, vou comentar um shoujo que ela está publicando atualmente e que, com certeza, irá interessar as fãs de yaoi. Eu vi que já há várias resenhas, tanto em português como em inglês, para esse mangá, o que me deixa super-feliz! Adoro quando as pessoas gostam do trabalho de uma autora que eu adoro. O título é Watashi ga Motete Dousu n da, que, de acordo com o MangaUpdates, pode ser traduzido como "Meninos, por favor, o beijem ao invés de mim". 

Serinuma Kae é a protagonista da história. Ela é uma menina gordinha, muito querida pelos colegas, amiga de vários meninos bonitos... E uma grande fujoshi. Ou seja, ela é fã de yaoi, chegando ao ponto de shipar dois colegas de aula. Ela comenta sobre seus animes favoritos e sobre, é claro, seus casais favoritos com sua melhor amiga, Aa-chan. Seu personagem favorito (e maior obsessão) é o Shion, sendo que ela tem uma coleção de produtos sobre ele. Tudo vai muito bem, até que o Shion morre no episódio mais recente do anime. Kae fica muito deprimida e passa uma semana reclusa de luto, preocupando seus colegas e familiares. Quando ela consegue se recuperar (graças a um empurrão nada delicado de seu irmão), percebe que esse período de depressão a fez emagrecer um monte.

Ok, muita gente não curtiu isso da história. Kae era bem cheinha e passa a ser um palito em uma semana, assim, do nada. Eu tomei como a situação cômica que é e não me incomodei muito. De qualquer forma, ela volta a ir nas aulas e chama a atenção de todos. Igarashi e Nanashima, o potencial casal de colegas que Kae adora, ficam boquiabertos logo de cara. Até o kouhai super-certinho, Shinomiya, que costumava ser bem rude com a Kae muda de atitude. O único que não muda seu jeito de agir, porque ele sempre foi um querido com a Kae, é o Mutsumi-senpai. Ainda assim, esses quatro caras agora disputam as atenções da Kae!

É muito engraçado que mesmo cercada de caras atraentes a Kae fica mais preocupada em babar nos momentos Igarashi x Nanashima, ou em perceber o potencial que há em um novo casal Mutsumi x Shinomiya. Ela, inicialmente, tenta esconder seus hábitos de otaku e de fujoshi, mas os meninos acabam descobrindo de qualquer forma. O Mutsumi-senpai a encoraja a ser ela mesma e os outros meninos concordam que gostam da Kae e aceitam os hobbies dela! Como que a Junko sempre consegue fazer cenas tão fofas?!

  

Eu estou adorando o mangá! É muito engraçado, sobretudo as cenas que a Kae está fangirlando, mas também cheio de momentos bonitinhos e fofos. Todos os meninos têm o seu próprio charme, tanto individualmente quanto como casais! A Kae também é uma protagonista bem divertida e querida, apesar de haver vários clichês na personalidade dela (não é tão diferente assim da protagonista também gordinha que perde peso e consegue um harém para si em Otometeki Koi Kakumei Love Revo, apesar de essa outra série ser bem mais mal escrita). A arte é aquela arte tipicamente Junko, ou seja, muito bonita. Cada personagem tem um rosto bastante único e é fácil saber quem é quem na história. Ao contrário de certas autoras que só mudam o cabelo dos personagens. Bem, vou dar uma nota "9" para o mangá. Ah, e eu já escolhi com quem eu quero que a Kae fique no final. Mas eu posso acabar mudando de opinião

Em português, temos a tradução do Kokoro Nin-Nin. Já em inglês, a tradução é dos grupos Summer Rain e Phoenix Serenade Scans.

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Susume! Otome Road

Hoje vou comentar rapidinho uma oneshot chamada "Susume! Otome Road". A autora é a Sakurai Shushushu, que escreveu um mangá yaoi que eu não curto, mas todo mundo parece amar, e um dos mangás yaoi mais engraçados que existe. 

Nessa oneshot, a protagonista é Wakaba Chiharu, uma fujoshi (ou seja, fã de yaoi), que fantasia constantemente sobre dois colegas de aula e fica muito excitada. Ela escreve doujinshis yaoi e está trabalhando em uma história baseada nesses colegas. Sua irmã também curte yaoi, mas ao contrário de Chiharu, ela é mais fã de bara e não se importa com sua aparência. Chiharu, assim, é vaidosa e procura parecer "normal", escondendo seu hobby de todos.

Essa oneshot é muito, muito engraçada. Mesmo estilo de humor que essa autora já apresentou em outros trabalhos seus, mas a arte dela, nossa, como melhorou. Não tem muito o que comentar: alguns momentos me renderam boas risadas, mas deu aquele gostinho de "quero mais". Achei legal a introdução que a Sakurai Shushushu faz sobre o yaoi, explicando brevemente, mas de forma muito acurada, suas origens.

  

Vou dar uma nota "7", porque esse mangá é engraçado e... é isso. A arte mostrou uma grande melhora por parte da autora, bem como uma versatilidade (os homens que ela desenhou para representar o bara parecem ter sido até feitos por outra pessoa, de tão diferentes). Acho que as moças por aí que gostam de yaoi vão se identificar com a Chiharu em algumas coisas... 

Tradução do Imangascans em inglês.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Sakamoto Desu ga?

Vou dar uma pausa na Chitose Piyoko, porque esse último mangá dela me deixou muito irritado. Por isso, hoje temos um seinen cômico: Sakamoto Desu ga?. Esse mangá é muito engraçado e, de certa forma, incrivelmente único. Muitos kudos para Sano Nami!

A história é sobre o aluno do primeiro ano do colegial, Sakamoto. Ele é simplesmente O Cara. Todos ficam completamente boquiabertos e encantados por Sakamoto: as meninas o amam e a os garotos o admiram. Alguns invejosos tentam pregar peças nele, mas Sakamoto sempre consegue vencê-los, com facilidade e graça. Sakamoto é incrível e perfeito, sendo que tudo que ele faz é da forma mais fantástica o possível. Tudo que pode dar errado se torna maravilhoso nas mãos de Sakamoto, que age com a maior naturalidade do mundo. Ainda que pareça meio distante, ele ajuda os outros se lhe pedirem

Esse mangá é ridículo no lado bom da palavra. Sakamoto consegue fazer as coisas mais simples de uma forma super-épica... É tão épico que chega a ser ridículo e engraçado. O mangá é episódico e narra as mais diversas situações na vida escolar desse cara perfeito. Ele consegue dobrar as vendas do M*Donalds! Ele faz delinquentes pararem de fumar para soprarem bolhas de sabão! Ele luta esgrima com uma abelha! Em um momento, o Sakamoto diz que "observar a humanidade é interessante". Me pergunto se ele possui alguma origem misteriosa e oculta... Mas não acho que o (a) autor (a) pretende explorar isso. O Sakamoto é o Sakamoto e isso é suficiente para manter a graça da história.

Eu adoro a arte. Ela ilustra muito bem as cenas cômicas e as situações absurdas. O Sakamoto, também, tem um design bem típico, mas ele é um super-bishounen (claro, afinal, ele é o Sakamoto!). Eu adoro o estilo de humor desse mangá: recheado de situações absurdas. De certa forma, também, esse mangá satiriza os personagens perfeitos que povoam outras séries e fazem coisas igualmente absurdas.

  

Gostei muito dessa história como um todo: arte, personagens, humor... Tudo funciona muito bem. Eu sofri muito para escolher quais ilustrações usar no post, porque várias páginas são fantásticas. Minha única reclamação é que pouquíssimos capítulos estão disponíveis por enquanto! (Ou, se eu quisesse ser chato, eu poderia reclamar da representação estereotipada de Brasil que aparece... Mas como a piada me fez rir, eu vou calar a boca e encerrar o post logo). Recomendo muito essa série: nota "10"!

A tradução para o inglês é do Cursive Scans.