segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Pet Shop of Horrors

Pet Shop of Horrors é um daqueles mangás que volta e meia eu resolvo reler, simplesmente porque acho muito bom. Como o nome já indica, é uma história com elementos de horror, bem como de suspense e fantasia. É o trabalho mais famoso de Akino Matsuri.

A história que perpassa os episódios narrados é a seguinte: na Chinatown de Los Angeles, há uma petshop que diz vender amor e sonhos. Seu dono é o Count D, neto do fundador da loja, que vende exóticos animais que dão ao dono o que ele precisa, desde que um contrato seja assinado. As criaturas mágicas vendidas pelo misterioso chinês muitas vezes assumem a forma humana e acabam influenciando a vida de seus donos para o bem ou para o mal. Por isso, a petshop está relacionada a uma série de misteriosas mortes, o que faz com que o detetive de polícia Leon Oscort esteja determinado a provar que o Count D e sua loja são perigosos. Ao mesmo tempo, porém, Leon acaba firmando uma estranha amizade com o Count D, ao ponto de deixar seu irmão mais novo, Chris, muitas vezes aos cuidados do Count D e dos animais que habitam sua loja. 

Esse mangá é episódio e cada capítulo apresenta o cenário do dia e a criatura do dia. O que eu gosto muito nesse mangá é que muitas das histórias não são óbvias. Muito pelo contrário, seus desenvolvimentos fogem do que eu inicialmente esperava. Algumas histórias, como a primeira dos pássaros do paraíso, do coelho Alice ou a da sereia, são brutais e gore. Outras, como a do doberman, da menina que queria abandonar sua cadelinha e da senhora judia com seu ursinho de pelúcia, foram de partir o coração. E algumas outras, como Diamante, conseguiram mesclar muito bem as duas sensações do horror, do bizarro e da violência com uma história melancólica e bonita. A maioria das histórias proporciona reflexões a respeito da natureza humana. Eu gosto muito de quando o Count D diz que "o hábito humano de tentar entender o mundo com um conhecimento limitado dele é muito tolo" ou que "os humanos frequentemente descartam o futuro pelo bem do presente", bem como outras idéias a respeito da crueldade humana, da obsessão com a beleza, da ganância que acaba levando à destruição... 

O Count D é um dos grandes mistérios dessa história. Quem, afinal, ele é? Mesmo com todas as revelações no último capítulo, não temos isso claro. E talvez seja até melhor existir todo esse mistério em relação ao Count D, que não deixa de surpreender. Quando você acha que ele está ajudando, ele faz algo surpreendentemente cruel. E, quando você acha que ele é um personagem desprovido de empatia, ele vai lá e faz algo muito legal para ajudar. A única coisa que é fato sobre o Count D é que ele ama os animais, em todas as suas formas. Justo por isso o relacionamento dele com o Leon, que é alguém tão diferente dele, torna a historia mais rica e legal. A ausência do Leon na sequel Shin Pet Shop of Horrors tornou a história bem mais pobre e menos interessante que sua antecessora, diga-se de passagem. 

  

Até os animais da loja são personagens divertidíssimos! Totetsu e a Pon-chan são os que mais aparecem, mas eu adoro o dragão de três cabeças, Karan, Shuko e Junrei. E a cada capítulo temos o animal da semana, cada qual único. A arte desse mangá é muito bonita. Alguns momentos - como o balé dos pássaros - são tão detalhados e lindos que eu parei para ficar admirando a arte. Para alguns, talvez seja um pouco antiquada (afinal, esse mangá tem cerca de 20 anos!), mas eu gosto. Vou dar nota "10", porque esse é um daqueles mangás que pode (e deve) ser lido e relido para sempre!

Esse mangá foi licenciado e publicado em inglês pela editora Tokyopop. Como ela faliu, as scans são facilmente encontradas por aí na internet.

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