quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Smells Like Green Spirit

Eu estava curiosíssimo para ler Smells Like Green Spirit, porque ele foi listado entre os 20 melhores mangás BL no Kono BL Yabai 2014, conforme vocês podem ver nessa postagem aqui do Blyme. Felizmente, esse trabalho da Nagai Saburou recentemente começou a ser traduzido em inglês e, nossa, é bem diferente do que eu estava imaginando!

Pela capa, eu estava esperando um shounen ai dramático e melancólico. Sim, Smells Like Green Spirit é isso, mas ainda vai bem além. Nesse mangá, temos Mishima, um estudante do ginasial que sofre bullying por ter cabelos compridos e por, de acordo com seus colegas, parecer gay. Mishima, de fato, é gay e, por isso, ele nem se dá ao trabalho de revidar as agressões que sofre. Yumeno é um colega que está determinado a tornar a vida de Mishima um inferno e lidera os outros meninos. Entretanto, na calada da noite, ele rouba o batom de sua mãe e acaba relaxando nesses momentos que experimenta maquiagem e se traveste. Mishima encontra refúgio nesses momentos, o que o ajuda a lidar com sua vida infernal na escola.

Entretanto, um dia em que os seus colegas o estão atormentando, Kirino, um de seus colegas, decide cortar os longos cabelos de Mishima. E essa é uma agressão que realmente atinge Mishima... Até ele se olhar no espelho e ver que Kirino lhe fez um penteado bonitinho. Além disso, Kirino tem olhos parados e mortos, como os do próprio protagonista, o que sempre chamou à atenção de Mishima. Eu achei aqui que a história ia ser previsível: Kirino só se faz de malvado, mas na verdade gosta de Mishima. Pff, eu errei feio! Quando Mishima perde o batom de sua mãe, é Kirino quem o acha e Mishima acaba vendo quando ele experimenta o batom e fala de uma forma muito feminina. É nesse momento que os dois descobrem que suas similaridades vão além de terem o olhar parado... Ou melhor, talvez justo por manterem os mesmos hábitos em segredos que esses dois têm os olhos mortos.

Estou curtindo muito esse mangá pelo simples fato de não ser óbvio. Eu não consegui prever nada nessa história e a cada página eu me surpreendo mais. Além disso, parece que ainda teremos mais revelações pela frente: o estranho interesse do professor Yanagida por Mishima chama à atenção e pode ser que haja uma explicação mais profunda para toda a raiva de Yumeno por Mishima. Bem, vindo dessa autora, tudo é possível! Mas eu já consigo ver, mesmo logo no início da leitura, o porquê desse mangá ter sido considerado um dos melhores do ano.

  

A arte dessa autora é agradável, mas estranha. Eu achei em Boys, Be Ambitious! que ela exagerava as expressões faciais e o traçado para combinar com o enredo cômico que ela traçou, mas ela mantém a mesma arte em Smells Like Green Spirit, até em cenas que eram para ser dramáticas. Suponho que seja o estilo da autora mesmo. Acho que esse mangá vale muito de ser lido, também, por um enredo bastante peculiar, pois são poucos os mangás que abordam a temática do crossdressing ou da travestilidade (aprendi recentemente que "travestismo" não é o termo correto) com seriedade e verossimilhança. Claro, há aos baldes mangás em que meninos se vestem como meninas, especialmente para fins cômicos ou de "moe", mas poucos mangás realmente abordam o tema. Por isso, Smells Like Green Spirit merece um escore alto, mesmo que eu mal tenha começado a ler. Nota "9".

A tradução em inglês é feita pela divisão Decadence do grupo Transcendence. Em português, o BL Scanlations o está traduzindo... Precisamente, eu estou traduzindo! Eba! 

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