quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Tight Rope

Eu, às vezes, preciso ler um mesmo manga mais de uma vez para poder apreciá-lo. Tight Rope é o oposto. Cada vez que eu leio, eu gosto menos. Não que esse mangá de Natsume Isaku não tenha seus méritos...

Oohara Ryusuke é o herdeiro de um líder da yakuza. Como seu pai encontra-se doente, há toda uma pressão para que ele o suceda como o quinto líder. O problema é que Ryusuke não está interessado em seguir com os "negócios" da família e quer ser um condutor de trem. O motivo para tal é que ele quer ter uma vida normal ao lado de seu amigo e amado Satoya Nao, que não pertence à yakuza e é um cara normal, cuja família gerencia um restaurante. Nao, em contrapartida, recebe a tarefa de persuadir Ryusuke a aceitar ser o sucessor de seu pai.

Os dois são amigos desde a infância, já que as suas famílias são amigas, sendo que Ryusuke sempre gostou muito de Nao. Não tardou para esse "gostar" passar para um sentimento romântico. Nao sempre foi muito relutante a aceitar os sentimentos de Ryusuke por ele, mas, ao mesmo tempo, por ver o impacto que suas palavras e decisões têm na vida de Ryusuke, ele se vê obrigado a agir. Ele, então, faz um juramento de amizade ao estilo yakuza com Ryusuke. Além disso, Nao aposta que Ryusuke só poderá ter algo romântico com ele quando o derrotar.

Acontece que Nao é mais forte que Ryusuke, o que é um dos vários pontos legais desse mangá. Na verdade, eu diria que o grande ponto positivo desse mangá é a construção dos dois protagonistas e do relacionamento deles. Por mais que Ryusuke seja forte, ele não é o típico seme invulnerável. Muito pelo contrário: ele é preguiçoso, atrapalhado e completamente apaixonado com Nao, que pode fazer o que quiser com ele, que Ryusuke continua seguindo-o como um cachorrinho. Nao, como eu disse, é mais forte que Ryusuke e completamente capaz de se defender sozinho, muito obrigado. Há tantos mangás que têm ukes como donzelas indefesas, então esse mangá em que temos Nao é muito legal de se ler. Como eu disse, o relacionamento deles é muito legal: Ryusuke confia e respeita Nao como um igual.

  

Mas, como eu sou muito chato, preciso apontar: a história acabou recorrendo a alguns elementos clichê que são desnecessários (i.e Nao raptado, Ryu precisa salvá-lo). A arte é agradável, sendo exatamente o que você espera de um mangá da Natsume Isaku (devo dizer que é impressionante como a arte dela NÃO mudou ao longo dos anos. Ficou mais refinada, mas o estulo dela segue o mesmo). O mangá é bem levinho e foca mais no desenvolvimento romântico entre os dois. Há alguns anos, eu teria atribuído um sólido dez a esse mangá. Hoje em dia, me sinto mais inclinado a dar nota "8". Talvez eu tenha enjoado por ler algumas vezes. Ah, tem um extra nesse mangá que é referente a Doushiyoumo Nai Keredo, mas como faz muito tempo que eu li esse outro mangá, nem vou me arriscar a falar nada por enquanto.

A tradução em inglês foi feita pelo grupo Kira Kira.

Nenhum comentário:

Postar um comentário