sexta-feira, 24 de maio de 2013

Cat Street

Kamio Youko é uma autora muito renomada no gênero shoujo, mas eu não sou um grande fã da obra mais famosa dela. Pelo contrário, detesto Hana Yori Dango. Algum dia, vou juntar paciência o suficiente para reler, mas não vejo isso acontecendo nos próximos meses. De qualquer forma, eu resolvi ler Cat Street e gostei. Infinitamente melhor do que o mangá que deixou essa autora famosa.

Aoyama Keito era uma atriz mirim. Em sua infância, ela fazia comerciais e peças de teatro, se destacando muito e parecendo ter um futuro promissor. Certo incidente, entretanto, destruiu sua carreira e a fez se excluir da vida social, parando de frequentar a escola e se trancando em seu quarto. Aos 16 anos, Keito continua vivendo reclusa, com vários problemas familiares, e adquiriu o hábito de vagar pelas ruas, sem rumo. Certo dia, ela encontra um estranho que a leva para El Liston, uma escola "livre" para alunos como ela, que não têm um local ao qual pertencem. Ainda que hesitante, Keito decide entrar para essa escola e, dessa forma, inicia um novo estágio em sua vida. Com a ajuda de seu único amigo de infância, Taiyou, e seus novos colegas Rei, Momiji e Kouichi, Keito começa a recuperar sua coragem e sua vontade de viver, também voltando a se importar com seu futuro...

Apesar desse sumário cobrir o enredo, ele é insuficiente. Por quê? Porque o grande mérito desse mangá não está em sua história em si, mas na forma como a autora a desenvolveu. É uma história profunda, sentimental. É uma jornada: descobrindo a si mesmo, descobrindo os outros, descobrindo o amor... É uma jornada cheia de obstáculos. O romance é um ponto importante dessa história, mas não é o primordial. O amor por si mesmo e o desenvolvimento de amizades são dois enfoques muito interessantes que Kamio-sensei usa aqui. Amor, amizade, drama, humor... Tudo está balanceado na medida certa.

O mangá inicia quando a protagonista está com 16 anos, mas a história segue por vários anos, mostrando como a vida, não só de Keito, mas de todos os que eram importantes para ela se desenvolve. O final da história é muito bonito também, com uma conclusão bastante simbólica que combina perfeitamente com a história que foi desenvolvida até então. O tema principal desse mangá é dar o seu melhor e nunca desistir, mas não da forma obstinada e tosca que aparece nos mangás shounen ou da forma rasa que outros shoujos trazem ("ai, ai, ele não gosta de mim, então vou ficar linda e encher o saco dele até que olhe pra mim"). Nesse contexto, todos os personagens parecem humanos e reais, lidando com problemas, desenvolvendo suas personalidades e ficando mais maduros durante a história. Cada um dos personagens tinha seu próprio jeito de ser e cada um deles permitia que você empatizasse com eles. Não há vilões. Apenas pessoas.

  

Em outras palavras, esse mangá é o pináculo dos mangás shoujo para mim. O melhor dentre os melhores. A caracterização é perfeita. O modo que a autora lida com questões emocionais sem ficar exagerado ou melodramático é perfeito. A arte é muito agradável. Nota "10". Um grande plus desse mangá para mim foi o final inesperado e o fato de eu não ter conseguido adivinhar o futuro romântico da Keito. Simplesmente adorei isso!

Foi traduzido para o inglês pelo grupo A Willful Muse. Já em português, a tradução foi feita pelo Mangás Space. Há um live action desse mangá, mas eu não assisti. É fácil de encontrá-lo pela internet!

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