quarta-feira, 11 de junho de 2014

Hand Which

Gosto muito da autora, Suzuki Tsuta, porque acho que ela é mais uma daquelas autoras que faz mangás consistentemente bons. A arte dela é muito bonita (adoro o jeito que ela desenha rostos e expressões faciais), para começo de conversa. Hand Which não é o meu favorito dos trabalhos dela, mas reli ontem (a capa sempre me cativa!) e fiquei com vontade de falar sobre. 

Hand Which é composto por várias histórias de um ou dos capítulos. A primeira delas é sobre Sawazu que perdeu o emprego e a namorada no mesmo dia. Ele decide, enquanto muito bêbado, se tornar gay e abdicar das mulheres, que só lhe dão dor de cabeça. Quando acorda no dia seguinte, ele está nu ao lado de Udaka, um dos seus amigos. Udaka diz para Sawaku que sempre o amou, mas que, em função do que aconteceu, nunca mais vai vê-lo novamente. Sawazu pensa sobre o que aconteceu e procura Udaka, dizendo que está interessado por ele e que gostaria de tentar ter um relacionamento. Eu gostei da primeira história e teria gostado mais se a Suzuki Tsuta tivesse escrito mais sobre esse par. Ela decidiu, entretanto, falar sobre outros dois amigos de Sawaku e Udaka na segunda história. Kuroshima tem inveja de Sawaku por ter conseguido admitir seus sentimentos por Udaka tão facilmente na frente do grupo de amigos. Logo, entendemos que é porque ele, há muito tempo, está apaixonado por Takada e nunca conseguiu criar coragem para admitir isso. Ele consegue chamá-lo para beber sozinho consigo e, durante esse encontro, descobre que Takada já sabia sobre seus sentimentos. Eu já estava para reclamar que queria saber o que ia acontecer depois (afinal, o Takada tem namorada!), mas nesse caso a Suzuki Tsuda escreveu um extra, que eu achei super-divertido. 

Na próxima, Tsuzuki acabou de se divorciar de sua esposa, pois ela se queixava sobre ele ser muito frio (ele exemplifica com o fato de ele ser chato para comer e nunca comer os bentou e os jantares que ela fazia para ele). Enquanto tenta alimentar um filhote de gato, acaba conhecendo Chikuba, o dono de uma loja de bentou. Ao descobrir que Tsuzuki é chato para comer, Chikuba decide fazer comidas especiais para ele. Assim, os dois se aproximam. Não sei se é só impressão minha, mas achei que a arte da Suzuki Tsuta estava especialmente bonita nesses dois capítulos. O mangá segue com a história de Aono o assistente do artista e escritor Iwata, que tem um temperamento explosivo e frequentemente se irrita com ele. Para ser bem sincero, eu nem lembro direito dessa história. Lembro que o Iwata era violento, mas que no final diz para Aono que gosta de tê-lo por perto e tal.

Nos últimos dois capítulos, Hideaki é mandando buscar uma coisa que caiu na casa de seu vizinho. Chegando lá, dá de cara com ele transando com outro cara. Hideaki começa a reparar que há sempre vários garotos da sua idade frequentando a casa de Kameoka Bunzou, o vizinho, e eventualmente descobre que seu vizinho é dono de um site que disponibiliza fotos desses garotos adolescentes para clientes. É, é exatamente o que vocês estão pensando. Mesmo assim, Hideaki faz amizade com Bunzou e passa a frequentar a casa dele, até que começa a sentir ciúmes desses garotos que vão até lá ser fotografados e decide começar um relacionamento sexual com Bunzou, que é muito, muito mais velho que ele. Essa história beira o shotacon, se é que não o seria de fato. Só sei que me deu arrepios (o Bunzou é creepy). 

  

Acho que Hand Which é bom, mas não é tão bom assim. A arte é linda, achei alguns momentos bastante engraçados (como a comparação do grupo de amigos com os Power Rangers ou a namorada do Takada dando uma surra no Kuroshima), e há algumas idéias legais nas histórias. Meu maior problema com esse mangá foi a falta de desenvolvimento nas boas idéias (as duas primeiras histórias). As outras duas histórias são meia-boca e a última me deixou desconfortável. Por isso, nota "7". 

A tradução em inglês é do Dangerous Pleasure

2 comentários:

  1. Opa!!! Esse eu li _o/

    Nossa, realmente aqueles capitulos do Vizinho Pervertido são meio sinistros...ele tirando fotos do garotos me lembrou aquelas coisas loucas que ouvimos falar que existe na deep web o.o...

    Coincidentemente esta semana foi aprovada no Japão uma lei contra a Pornografia infantil. Ou seja, só a partir de agora que passou a ser crime possuir pornografia infantil (a real - não de desenho/mangá):

    http://exame.abril.com.br/mundo/noticias/no-japao-so-agora-sera-crime-possuir-pornografia-infantil

    Então, me assustei ainda mais em pensar que a mangaka retratou uma coisa que fosse 'normal' (???!!!) lá...

    PS: O Addictive Pleasure já tem Hand Which completo em português.

    Beijos!

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    1. "Sinistro" é um bom termo mesmo... Eu estranhei quando eu li que o site do cara fosse tão grande e popular, porque eu não sabia que o Japão não tinha uma lei mais severa a respeito da pornografia... Como você disse: é assustador em pensar que algo assim realmente possa existir. Apesar das liberdades e da romantização do mangá, a arte imita a vida (ou o contrário, se quisermos filosofar um pouco mais hahaha)...

      Não sabia sobre o Addictive Pleasure! Obrigado pela dica!! ^_^

      Um abraço,

      Faust

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