sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Happiness

Apesar do título significar "felicidade", Happiness não é nem um pouco alegre. É um mangá sobre vampiros que usa de elementos clássicos para retratá-los: brutais e sedentos por sangue. Está apenas no comecinho, mas já tem muito, muito potencial de ser uma excelente leitura.

Okazaki Makoto é um aluno do colegial tímido e retraído. Ele tem apenas um amigo próximo e acaba sofrendo bullying de seus colegas, especialmente Yuki e sua namorada Nao que o forçam a fazer tarefas para eles. Uma noite, ele decide sair para devolver um DVD à locadora e vê uma pessoa no topo de um prédio. A pessoa, do nada, o ataca, mordendo-o no pescoço, e pergunta para ele se ele quer morrer agora ou se quer ser um monstro como ela. Okazaki, antes de desmaiar, diz que não quer morrer ainda...

Assim, ele acorda no hospital. Mesmo estando tudo bem com ele, apesar de ferimentos leves, e de receber alta, Okazaki não se sente nem um pouco bem. Constantemente com sede, ele também sente um cheiro delicioso vindo de algumas pessoas. Ele só se dá conta do que é quando, irritado com os colegas que fazem bullying com ele, dá um soco na cara de Yuki. Okazaki sente o impulso de lamber o sangue e aí percebe que há algo muito, muito errado com ele. Procurando um local calmo para se esconder dos colegas, ele conhece Gohou, uma menina tímida e excêntrica que diz que Okazaki é parecido com o irmãozinho dela. Os dois acabam fazendo amizade, sendo um momento de paz em que Okazaki pode se distrair da sede de sangue e vontade de matar que sente constantemente.

Okazaki deseja reencontrar a pessoa que o atacou, uma menina que ele conhece apenas como Nora. Surpreendentemente, ele também faz mais alguns amigos na escola, Yuki e Nao, que até pouco tempo o maltratavam. Eu achei que esse mangá fosse ficar por aí, com Okazaki tentando esconder dos amigos e de sua família que é um vampiro e tentando descobrir mais sobre os vampiros. Entretanto, esse momento de calmaria dura pouco e logo a história avança rapidamente, ficando progressivamente mais brutal e tensa.

  

Geralmente, histórias de vampiro modernas me decepcionam, sobretudo mangás. Happiness é a exceção a regra. Até o momento está muito boa a história. Okazaki precisando aprender como viver com um vampiro e tendo de decidir se deve ficar com sua família e amigos ou ir para um lugar longe, já que agora ele se alimenta de sangue. Também aparece uma agência aparentemente do governo que caça vampiros. São elementos clichê, mas que foram muito bem empregados nessa história. Os personagens são interessantes e parecem realistas, mas o grande ponto é o estilo de desenho do autor. A forma que captura momentos dramáticos e o jeito que ele decidiu ilustrar como é a visão de um vampiro, com branco cegante durante o dia e formas pitorescas a noite. Nota "9" e estou muito interessada em ver como as coisas irão se desenvolver. Quem gosta desse tipo de história, como Tokyo Ghoul também, irá gostar de Happiness.

Tradução do MangaStream em inglês.

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Fukushuu Kyoushitsu

Ahhhhn, eu não sei se eu gostei de Fukushuu Kyoushitsu ou não. Pelo menos, é um mangá interessante e eu fico curiosa para ver o que vai acontecer.

Fujisawa Ayana foi vítima de bullying de seus colegas de escola. No início, ela tentava se defender e reagir às agressões, mas com o tempo ela desistiu e passou a simplesmente suportar o sofrimento que seus colegas lhe causavam. As coisas ficaram tão ruins que, além de ser agredida fisicamente, verbalmente, psicologicamente e sexualmente, Ayana foi empurrada por algum de seus colegas na frente de um carro. No hospital, enquanto se recuperava, ela chegou à conclusão que se as coisas continuassem do mesmo jeito, seus colegas acabariam matando ela.

Por isso, ela decide se vingar deles. Não apenas dos que a agrediram diretamente, mas também dos que riram dela e não fizeram nada para ajudá-la. Ela faz anotações sobre cada um de seus colegas, planejando o que irá fazer com cada um deles para destruir suas vidas. Entretanto, algumas das pessoas que ela planeja destruir eram seus amigos. Cada capítulo da história tem como foco um dos colegas de Ayana e o plano que ela desenvolveu para acabar com a vida deles. Claro, como todos foram brutais com ela, Ayana é igualmente cruel ao punir os colegas. Mesmo assim, as coisas evoluem de forma exponencial e o mangá vai ficando progressivamente mais brutal. Aos poucos, Ayana, também, acaba conseguindo alguns colegas para ajudá-la em seus planos, mesmo que tenha como objetivo, eventualmente, destruí-los também.

"Insana? Louca? Foram vocês que me forçaram a ser assim". É isso que Ayana diz sobre ela mesma. Esse mangá é, algumas vezes, difícil de ler. Por exemplo, há personagens como a Yuuko e a Emi que se arrependem de não terem feito mais pela Ayana e estão dispostas a se redimirem, mas Ayana está tão decidida por conseguir vingança que nem leva isso em consideração. É um mangá interessante, porque, enquanto todo mundo nessa história é horrível e cruel, a própria protagonista, de tanto sofrer, acabou se tornando cruel ela mesma. Não é uma história sobre uma heroína em busca de justiça. É só uma história de alguém que sofreu demais e quer que seus agressores sofram tanto quanto ela.

  

Eu sigo lendo a história, pois parece que há algo por trás, alguém ou algo que causou toda a situação com a Ayana. E também porque tenho curiosidade de ver a que ponto a Ayana irá chegar nessa história. E se completar seu objetivo, o que será que irá mudar? Será que ela finalmente terá um pouco de paz de espírito? Não sei. Apesar de não ser um mangá excepcional, é suficientemente interessante para prender o leitor. Fica o alerta que alguns momentos são super violentos e até tem cenas de gore. Aliás, eu vi várias críticas ao estilo de desenhar do mangaka. Eu diria que, pode não ser um estilo bonito, mas é eficiente e funciona bem para contar essa história. Nota "7"? Eu acho? Talvez? Urrrgh, não sei avaliar se gosto desse mangá ou se ele realmente é bom. Vou ficar com 7, porque, pelo menos, é interessante.

Quem traduz em inglês é o Easy Going Scans. Também vi que está disponível em português em sites de leitura online.

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Koori ga Tokeru no wo Matteru

Koori ga Tokeru no wo Matteru é uma coleção de oneshots. Geralmente, coleções de oneshot têm algumas histórias boas e outras ruins. Nessa, achei todas as três histórias bem divertidas e interessantes, apesar de que, com certeza, Koori ga Tokeru no wo Matteru não é o melhor mangá que eu já li.

1) Após perder uma aposta para seus colegas, Mitsuya é obrigado a ficar em um conhecido ponto de encontro para gays. Lá, ele conhece Saitou, cerca de dez anos mais velho que ele. Mitsuya fica interessado por Saitou e decide que será interessante se aproximar dele. Os dois começam a desenvolver sentimentos um pelo outro, mas Saitou está hesitante por ser muito mais velho que Mitsuya.

2) A vida de Tadano Wataru foi pro fundo do poço: descobriu que sua noiva estava o traindo e ainda levou uma surra do amante dela, para em seguida ser demitido do seu emprego. Sem saber o que fazer, ele acaba indo a uma vidente que diz para ele ficar longe de mulheres, pois elas lhe trarão azar. Assim, Wataru começa a pensar em cometer suicídio, porque tudo na sua vida deu errado e ele parece estar condenado a ser solitário e infeliz. Entretanto, bem quando ele está pensando nisso, conhece Kitami Junichi, um cara que fica feliz em escutá-lo reclamar de seus problemas e que acabou de terminar um relacionamento também.

3) Kuboki Nao, universitário, sonha em encontrar um homem para ser sua alma gêmea. Voltando para casa, um dia, ele encontra um menininho chamado Shouta que diz ser um fantasma e não lembrar onde está/de onde veio. Por isso, Nao pede a ajuda de um colega, Kageshima, que diz conseguir ver fantasmas para ajudá-lo a descobrir mais sobre Shouta.

Ok, acho que a mais original das três é a última, mas as duas primeiras também são bem legais. São histórias curtas, simples e fáceis de ler, mas bastante agradáveis. A terceira, ainda que eu tenha achado a melhor, é bem previsível. Desde que o Shouta anunciou que era um fantasma, eu previ exatamente o que ia acontecer. Mesmo assim, não me decepcionei e gostei da história.

  

A questão é que nenhuma delas é muito profunda ou desenvolve os personagens. Até mesmo as cenas de sexo são super-leves e curtas. Então não é um mangá para ser lido por ter boas histórias ou por ser safadinho. É apenas um mangá bonitinho e agradável. Bom para matar o tempo e não pensar demais nas coisas. Nota "8".

Tradução em inglês do Hoshikuzuu Scans.

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Gentei Kareshi

Ai, ai... Ultimamente eu só tenho lido coisas que nem tem muito o que comentar, por isso, desculpa por ter sumido. Gentei Kareshi foi um mangá que eu li o primeiro capítulo há muito tempo, quando o grupo lançou, e achei bem legal. Mas ontem, quando eu li o mangá completo, já não fiquei com a mesma impressão.

Daiki é um estudante universitário. Ele acaba esbarrando num colega muito quieto chamado Mitsui e fica interessado por ele, por achá-lo atraente. Porém, Mitsui é antisocial e não parece estar interessado por Daiki. Um dia, ao sair de um goukon, Daiki encontra uma pessoa que parece muito ser Mitsui. Ao falar com ele, descobre que Mitsui trabalha como "namorado de aluguel" e que estava esperando uma cliente. Entretanto, a presença de Daiki ali atrapalha o encontro que Mitsui tinha, então Mitsui propõe que Daiki o contrate.

Com o tempo, Daiki vai gostando cada vez mais de Mitsui, porém Mitsui, por ter passado por uma má experiência romântica, tem dificuldades de se abrir e de acreditar nos sentimentos de Daiki, inclusive se recusando a beijá-lo. Daiki segue contratando os serviços de Mitsui como namorado de aluguel, com a incerteza de aonde o relacionamento deles irá chegar.

Ai, gente. Eu gostei muito do primeiro capítulo. As personalidades do Daiki (extrovertido, alegre, humilde) e do Mitsui (sério, desconfiado) faziam um contraste legal. E foi interessante como o Mitsui, tão quieto na escola, era autoconfiante em relação ao seu trabalho, apesar de ao mesmo tempo se mostrar tímido com questões de sentimentos. Mas não sei, depois de terminar de ler eu achei bonitinho, mas não gostei mais tanto desse mangá. Acho que tinha potencial pra ser mais do que foi.

  

Mas não é uma história ruim. Várias cenas de sexo, ilustrações bonitas, personagens agradáveis... É uma leitura pra quem só está procurando um mangá simples e rapidinho para passar o tempo, mas não é muito além disso. Vou dar nota "7", acho. Eu me sentiria mal dando uma nota menor a um mangá que cumpre o que promete, mas ainda assim acho que é uma nota alta demais.

Tradução pelo Canis Major Scanlations em inglês.

sexta-feira, 22 de julho de 2016

Orange

Eu sempre quis ler esse mangá, porque todo mundo dizia que era super bom! Agora, o anime foi o empurrãozinho que eu precisava para ler Orange. E realmente, as pessoas têm razão, esse mangá é excelente. Estou terminando de ler o terceiro volume e já quis vir aqui falar o que achei dele para não dar spoilers demais! Acho que consegui, pois tudo aqui é dos primeiros capítulos (que já acontece muita coisas neles!). 

Em Orange, Naho recebe uma carta, endereçada a ela e cujo remetente é ela mesma! Ao ler a carta, vê que quem a escreveu foi ela mesma no futuro, precisamente dez anos no futuro. Na carta, é dito que Naho tem vários arrependimentos no futuro e pede a seu eu de 16 anos para fazer as coisas de uma forma diferente e, dessa forma, não se arrepender. Seus arrependimentos são focados no aluno transferido Kakeru, que entra em cena enquanto Naho está lendo a carta. Como a carta realmente prediz o que irá acontecer e se mostra verdadeira, Naho promete a seu eu futuro que irá dar seu melhor para cumprir a promessa de mudar o futuro.

Assim, Naho e seus amigos se aproximam de Kakeru. O grupo é composto por Suwa (um menino atlético e gentil), Hagita (um menino aparentemente sério que gosta de não ser popular), Chino (uma menina super alta e intimidadora, que na verdade é super legal com seus amigos), Azusa (uma menina alegre, cujos pais são donos de uma padaria e é através da padaria que Kakeru é convidado para fazer parte do grupo), Kakeru e Naho, é claro. Os relacionamentos de amizade nesse mangá são tão legais quanto o romance que está se desenrolando. Ao mesmo tempo, temos "flashfowards" para o futuro, mostrando como o grupo está agora. Quer dizer, sem Kakeru.

     

A missão de Naho é, além de não ter arrependimentos menores (como deixar de jogar softball com as amigas), também é salvar Kakeru, pois, no futuro, ele já é falecido, vítima de um acidente que todos desconfiam ter sido um suicídio. Naho também logo descobre que a mãe de Kakeru se suicidou no primeiro dia de aulas, no primeiro dia que Kakeru saiu junto ao grupo. Ao mesmo tempo que tem sentimentos amorosos por Kakeru, Naho também se esforça muito para salvá-lo de si mesmo, de sua própria tristeza e arrependimentos. E, apesar de gostar de Naho, Suwa também está lá para ajudar Kakeru, como todos os outros amigos. Eu gostei muito do papel e das atitudes do Suwa, pois, apesar de ser o "rival" na história, ele também é amigo de Kakeru e se esforça para ser um bom amigo.

Em fóruns de recomendação de mangás, um pedido muito frequente é a protagonista ficar com "o segundo cara" num mangá shoujo. Ou seja, ela não ficar com o cara que ela inicialmente gostava (que costuma ser aquele cara malvado típico dos shoujo) e sim ficar de um cara que apareça depois ou que gostava dela em segredo (geralmente o cara bonzinho e legal, apesar de talvez ser meio frio com a protagonista). Em Orange, eu fico encantada de ver que o pessoal está super dividido nas discussões. É bem igual a divisão do pessoal que torce pelo Suwa e pelo pessoal que é time Kakeru. Nenhum dos dois é o "segundo cara". Ambos os personagens são escritos com tanta maestria que é impossível de decidir qual o leitor quer que fique com a Naho! O Kakeru precisa muito dela, pois a Naho pode ser realmente o que irá salvá-lo. Mas o Suwa ama a Naho há tanto tempo e é altruísta o suficiente para priorizar a felicidade do Kakeru. Eu realmente não sei o que quero que aconteça!

A única coisa que eu quero é que a autora siga escrevendo esse mangá com tanta delicadeza e profundidade. Quero ver essa história se desenrolar. Quero que a Takano Ichigo parta meu coração mais vezes e me faça chorar que nem um bebê. Quero que todos eles, todos os seis personagens, sejam felizes, apesar de se arrependerem de algumas coisas (pois uma vida sem arrependimentos não existe). 

  

Talvez seja trivial comentar isso, mas achei muito legal a autora tirar um tempo para fazer seus personagens discutirem as teorias de viagens no tempo, dessa forma ambientando e explicando sua história, dando veridicidade a ela. Ok, talvez seja só a fã de Doctor Who em mim falando (adoro viagem no tempo). Não sei mais o que dizer, além de que esse mangá é incrível! Nota 10!!!

Eu li em inglês no MangaFox, mas parece que esse mangá foi licenciado no Brasil e pode ser comprado na banca! Vou procurar pra comprar assim que for no shopping, porque um mangá bom desses vale  a pena de se ter em casa!

sexta-feira, 15 de julho de 2016

Oneshot: Watashi-tachi ha “Byplayer”

Pessoalmente, eu nunca gostei muito dos mangás ou doujinshi da Harada. Eu até leio, mas a grande maioria deles é não é muito do meu gosto... São perturbadores até demais pra mim, sendo que eu leio muita coisa bizarra! Só que essa oneshot é muito interessante. Ela é um pedido de desculpas da autora.

Himeumi é uma menina bonita e admirada pelos colegas, sendo considerada até uma princesa. Ela tem boas notas, é gentil com todos, se veste super bem... Nada mais natural do que ela ter uma queda pelo colega que é considerado um príncipe, Oujiyama. Ela considera que para sua vida ser perfeita só o que falta é namorar com ele! Entretanto, um dia na aula de Educação Física, Wakikawa, outro de seus colegas, acaba colidindo com ela com muita força. Isso faz com que os dois troquem de corpo!

Essa proximidade de Himeumi e Wakikawa, agora que estão com os corpos trocados, chama à atenção de Oujiyama, que começa a agir de forma estranha. Ele age com ciúmes e diz para Wakikawa (com Himeumi em seu corpo) ficar longe de Himeumi. Himeumi fica super-feliz achando que finalmente Oujiyama está apaixonado por ela e que assim que voltarem ao normal vai ter a vida escolar que sempre quis ter! Só que com o tempo, a convivência com Wakikawa a faz desenvolver sentimentos por ele também, deixando-a confusa.

Eventualmente, os dois conseguem voltar a seus corpos originais. Himeumi vê Oujiyama e Wakikawa discutindo e já imagina que é por causa dela, super-feliz por ter dois caras legais competindo por ela... Só que na verdade, os dois estavam brigando porque estavam em um relacionamento juntos! E Oujiyama, na verdade, tinha ciúmes de Wakikawa e não de Himeumi Em outras palavras, isso aqui que parecia um shoujo era, na verdade, um mangá yaoi narrado da perspectiva de uma garota. A autora encerra o mangá com um pedido de desculpas às personagens femininas dos mangás yaoi, pois, como estão em um mangá yaoi, elas jamais serão felizes. Interessante, não?

  

Isso é uma crítica que eu vejo muito por aí aos mangás yaoi: a forma que eles retratam as mulheres. Tenho certeza de já ter lido nas próprias resenhas do Faust ele comentando algo sobre esse assunto. Por isso, achei muito legal e criativa essa história da Harada, se referindo a essa situação. No final das contas, é yaoi. Não é shoujo. As meninas não vão ficar com o cara que queriam. Inclusive, o nome do mangá se traduz como "Nós Somos Coadjuvantes". A história é muito engraçada e divertida, além de ter um encerramento interessante que pode provocar discussões muito legais sobre essa trope dos mangás yaoi. Vou dar nota "9", porque realmente foi uma leitura muito legal.

Tradução em inglês do Must Be Endless.

sexta-feira, 8 de julho de 2016

Ever After

Contos de fadas com yaoi. É da est em. Uma versão surpreendentemente criativa de contos de fadas clichê. Leiam. É isso. Fim da resenha! Só que não, claro. 

São seis histórias, que são reimaginadas daquele jeito inusitado que só a est em consegue fazer! Vou comentar as três primeiras.

- Cinderella: ao invés da gata borralheira com as irmãs malvadas, temos apenas um cara normal atolado de trabalho que vai a uma festa com temática BDSM numa boate e encontra um príncipe, que se apaixona por ele ao ser dominado por ele. Como o príncipe Albert vai encontrar seu amado Ellard? Através do sapato, é claro.

- Chapeuzinho Vermelho: Akazukin é o único de sua família que visita a avó doente. Na verdade, todos estão esperando a velhota morrer de uma vez para ficarem com a herança. E a avó tem consciência disso. Ela conhece um homem que ela sabe que só quer o dinheiro dela, mas como ela odeia a própria família mais ainda, decide deixar toda a grana pra ele. Entretanto, Akazukin sabe como se vingar do cara... Essa história eu achei perturbadora e brilhante. Fiquei de queixo caído.

- Pequena Sereia: Um empresário que está planejando a construção de um resort encontra um rapaz que diz ser uma sereia e que está ali para fazê-lo desistir da construção. Claro, o empresário não acredita muito no que ele diz, mas o comportamento misterioso dele e suas ambições o fazem ficar inclinado a acreditar...

As outras três são Bela e a Fera, Princesa Kaguya (ou Princesa do Bambu) e Carmen. São muito legais também, mas as três primeiras são demais. Até porque eu não conheço as fábulas originais das duas últimas, mas, mesmo assim, não acho que tenha atrapalhado a leitura. Gostei bastante delas. Adorei como a autora pegou a ideia básica de cada uma dessas histórias super conhecidas e as transformou em oneshots modernas e interessantes. Chapeuzinho Vermelho me surpreendeu muito, de como foi macabra e bizarra, mas de um jeito fascinante! Não sei se é um mangá que todo mundo iria apreciar (os mangás da est em são bem polarizantes, pelo que eu vejo), mas eu achei um exercício criativo muito interessante da autora.

  

Acho que não tenho o que dizer... Simplesmente digo que recomendo muito a leitura, pela simples razão de proporcionar algo diferente do que a grande maioria dos mangás que tem por aí. Vou dar nota "9", porque é impossível dar uma nota baixa para um trabalho dessa autora. Ela faz mangás que podem não agradar a todos, mas ela é tão talentosa que é preciso reconhecer o quanto as histórias dela são excelentes... Mesmo num tema como "contos de fadas"!

Tradução em inglês por Seraphic Deviltry. Eu li no aplicativo Manga Rock para celular de algum leitor online. Fácil de achar por aí.