Outro mangá que eu descobri através de algumas imagens no tumblr. Era uma cena bem explícita, então eu pensei "sobre o que será que esse mangá é?" e baixei Ochiru Seija no Seppun. A autora já é uma velha conhecida, Higashino Yuu, porque um dos mangás dela recebeu o título "Gay's Anatomy" em inglês, o que me rendeu muitas gargalhadas.
Antes de ler esse mangá, responda mentalmente às seguintes perguntas: 1) Você gosta de BDSM, sadomasoquismo, bondage e coisas do tipo?; 2) Você não se importa se os personagens não tiverem nenhuma personalidade?; 3) Você gosta de personagens abusivos que humilham constantemente os parceiros?; e 4) Você só quer ver cenas de sexo num mangá e nada mais?
Se respondeu sim a todas as perguntas... Parabéns! Esse mangá é perfeito para você! Se não, clique na tag "Junko" ali do lado e vá ler uma coisa boa.
Na primeira história, um aluno, Tokiwa, vê um cara molestando seu professor no trem e o professor goza. Ignorando que é uma resposta puramente fisiológica, Tokiwa deduz que seu professor é uma vadia e o transforma em seu brinquedo sexual, usando e abusando de Okano-sensei. Na segunda, um amigo de Tokiwa, Nishio, vê outro aluno super-tímido, Yoshino, espiando Tokiwa transando com Okano-sensei na escola. Ele, então, passa a abusar de Yoshino por ele ser um pervertido que espia os outros transando e tal. Na última, Haru foi vítima de abuso sexual no passado e odeia homossexuais por isso. Ele decide que seu professor Yamada é um homossexual e começa a assediá-lo por isso (jogando camisinhas usadas nele, xingando-o, etc.). Até que o professor enche o saco e diz que seu passatempo favorito é "quebrar" o ego de meninos bonitinhos e arrogantes como Haru.
Esse mangá NÃO foi feito para ter enredo. Foi feito para ser uma história pornográfica, cheia de sexo "kinky", com elementos de BDSM... Não é para ser levado a sério ou para o leitor que vem ler esse mangá estar pensando num enredo maior ou em personagens que se desenvolvem ao longo dos capítulos. O único ponto que realmente me incomodou foi a terceira história. Eu mencionei bem rapidamente que Haru foi vítima de abuso sexual e, por isso, odeia homossexuais, porque foi exatamente assim que a autora tratou a questão. "Haru foi abusado. Odeia homossexuais. Identifica o sensei como sendo homossexual. Faz "bullying" contra ele. Sensei resolve dar o troco. Abusa de Haru. Haru se vê vinculado ao sensei e todas suas questões psicológicas, envolvidas no trauma gravíssimo que ele passou por ter sido abusado na primeira vez e mesmo depois pelo sensei, somem. Final feliz". Quando você escolhe lidar com um tema sério, espera-se que você pelo menos consiga abordá-lo direito. Infelizmente, isso quase nunca ocorre em mangás yaoi. Muito menos nesse. Como eu disse e repeti ao longo desse post: foi feito só pelo sexo, os cenários, as histórias e os personagens não podiam importar menos.
Eu não estava esperando altos enredos vindo dessa autora, mas eu me surpreendi porque esse mangá é SÓ uma sucessão de cenas de sexo. E a maior parte delas nem é tão sexy assim... Sei lá, em geral os mangás yaoi conseguem criar um "setting", um "clima" e as cenas de sexo ficam sexy por se encaixarem na sensação dada ao leitor. Não sei se me fiz entender, mas é essa a sensação que eu tenho. Ochiru Seija no Seppun acabou não sendo muito diferente de qualquer doujinshi hentai que tem por aí, pra mim. Eu vou dar uma nota "4", mas, como eu disse, pessoas que são fãs de BDSM pode ser que gostem mais do que eu. Ah, é. E a arte? A arte é ok. Agradável. Eficiente. Mas só.
A tradução em inglês foi feita em parte pelo Fantasy Shrine e finalizada pelo Nakama.