segunda-feira, 24 de março de 2014

Nichijousahan Bi - Beautiful Life

Se estivesse aqui brincando de resenhar mangás com uma única palavra, eu tinha uma perfeita para Nichijousahan Bi: vago. Sério, em termos de "ações" poquissima coisa acontece, sendo assim, é um mangá bem mais voltado para os sentimentos. Mas nesse âmbito o que acontece não é dito e o que é dito é falado de uma forma superficial e misteriosa, só confundindo o leitor. Se esse era seu objetivo, Moto Haruko, parabéns!

Nessa história, Fumichi trabalha em um bar frequentado, digamos, por um público não muito simpático. Vários clientes são violentos, usam drogas e não perdem uma oportunidade para abusar fisicamente e sexualmente de Fumichi. Em uma ocasião, ele, para completar sua situação, é largado no meio do lixo do lugar... Para ser resgatado pelo dono de um restaurante próximo dali, Sazawa, e a filha bebê dele, Iyo. Sazawa, que é um cara muito legal e gentil, oferece um emprego, banho, comida e um lugar para ficar para Fumichi. Aparentemente (digo "aparentemente", porque tudo nesse mangá é vago pra caramba e não fica bem explicado), Fumichi tem um histórico de abandono, tendo perdido os pais de alguma forma, e tem dificuldades em aceitar a gentileza de Sazawa.

Como eu disse, esse mangá foi construído para ser puramente emocional, então não tem muito de história acontecendo. Há vários momentos bonitinhos familiares entre os três personagens principais, alguma coisa mais dramática sobre Fumichi e é só. Eu li meio rápido pela primeira vez e fiquei meio confuso se as cenas do Fumichi apanhando e sendo jogado no beco escuro eram flashbacks ou aconteciam em paralelo com os momento fluffy. Reli e acho que são paralelo. Ou podem ser flashbacks. Sei lá. Eita coisa confusa. As ações dos personagens não fazem muito sentido ou, quem sabe, até fariam... Se os diálogos e monólogos fossem mais claros.

Muitos amam a arte da Moto Haruko (inclusive eu), que é simples, mas muito bonita. Esse mangá, entretanto, não é o melhor trabalho dela. A perspectiva e a proporção são simplesmente horrorosas. Tudo bem, o Fumichi é um cara pequeno e franzino e o Sazawa é grande e musculoso, mas tem cenas que o Sazawa parece o Hagrid e o Fumichi, um hobbit. A Iyo parece uma figura "chibi" e não uma criança, de tão grande que a cabeça dela é. Eu fiquei incomodado especialmente com a questão da escala e proporção, mas mesmo assim a arte é agradável.

  

Não sei, eu queria gostar desse mangá, mas não gostei. Nem os momentos fofinhos e familiares, nem os momentos românticos do final... Nada consegue fazer esse mangá merecer uma nota maior do que "6". É uma pena, porque eu gostei da sensação geral da história e achei interessante um mangá focar tanto no vínculo emocional entre dois personagens, mas o dialogo vago e a arte oscilante me incomodam demais.

A tradução em inglês é do Girls Generation Scanlation. Não sei sobre outras línguas e não vou procurar.

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