quarta-feira, 19 de março de 2014

Tonari no Seki-kun

Geralmente, eu leio o mangá primeiro e depois vou dar uma olhada no anime, não gosto, paro de assistir e fico só com o mangá. Com Tonari no Seki-kun foi diferente: eu assisti ao anime, gostei, li o mangá, gostei e vou acompanhar ambos. Começando com uma premissa inusitada e bastante simples, Morishige Takuma ilustra uma história interessante, criativa e engraçada.

Quem nunca quis fazer simplesmente qualquer coisa pra não assistir à aula? Eu me inscrevi em uma disciplina eletiva sobre políticas de saúde pública que era chata pra caramba e eu ficava tentando me entreter. Eu inventava palavras cruzadas, desenhava cenas de guerra nas bordas dos meus textos e, ocasionalmente, jogava jogo-da-velha, pontinho ou forca com um colega nas últimas páginas do caderno. Quem nunca fez algo similar que atire a primeira pedra. O problema é que um dos personagens da história leva isso ao extremo.

Seki-kun tenta se entreter com diversas coisas, simplesmente se recusando a assistir à aula. Ele joga jenga, brinca de arqueologia, monta cenários de dominós, pratica dirigir, faz ursos escalarem as costas de seu colega da frente, joga dardos com os pés, realiza a cerimônia do chá... Tudo isso despercebido aos colegas e aos professores, mas observado atentamente por Yokoi, a menina que senta ao seu lado. Não só observado, mas Yokoi se envolve profundamente nas brincadeiras de Seki e ocasionalmente participa delas. Tanto se envolve que muitas vezes leva bronca do professor, sendo que Seki nunca é pego (ele já é profissional em procrastinar). Eu adorei o capítulo em que ele esculpe borrachas para fazer carimbos. Esse capítulo resumiu minhas aulas de Ética e Cidadania do ensino médio.

Cada capítulo começa com o título da série e uma mini-capa com Seki-kun fazendo algo estranho, para então passar à brincadeira do dia. Muitas vezes ele realiza só uma, outras mais de uma. Apesar de ser uma premissa tão, tão simples, o autor, com sua criatividade, consegue trazer cenários interessantes e engraçados, mas, ao mesmo tempo, essa premissa é restritiva. Todos os capítulos seguem basicamente a mesma fórmula e possuem sempre os mesmos desfechos (Yokoi levando bronca, Yokoi brava com Seki, Yokoi percebendo que a aula acabou sem ela perceber por estar entretida com Seki, Seki conseguindo pregar uma peça em Yokoi, e mais uma ou outra variação). Por enquanto, isso não tem sido um grande problema... Mas aos poucos pode ser que isso comece a interferir na qualidade das piadas, que tendem a se tornar previsíveis. Eu acho esse mangá fantástico, não me entendam mal, mas temo que o desenvolvimento dele não seja muito promissor.

  

Ainda assim, desde o primeiro capítulo Tonari no Seki-kun tem um bom ritmo, piadas com ótimo timing, personagens que são engraçados (apesar de não se desenvolverem) e bastante graça, além de ser fácil de se identificar com a história (tipo eu e a borracha!). Vale a pena de ler só para ver o que o Seki-kun pretende aprontar na próxima, apesar de que se estiver esperando algum desenvolvimento... O leitor pode ficar frustrado, então eu digo para buscar apenas o lado cômico da história e nada mais! Vou dar nota "8".

Não vou nem olhar se está traduzido em português, porque eu não me importo e sei que, se algum grupo estiver trabalhando nisso, uma pesquisa rápida no Google vai mostrar. Eu li em inglês, com tradução dos grupos Psylocke Scans, Hello Scans e Endless Abyss.

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