quarta-feira, 2 de abril de 2014

Zankokuna Kimi to Tomoni

Já me disseram que eu deveria dar uma segunda chance para os autores, antes de afirmar que não gosto deles. Caí na bobeira de dizer um fórum que não gostava da Chitose Piyoko e as fujoshi me apedrejaram. Por isso, vou ler 13 mangás de autoria dela. Por quê 13? Porque sim. A bola da vez é Zankokuna Kimi to Tomoni. Esse foi o único mangá dela que eu já li, antes de começar essa série de comentários, e foi o suficiente para me fazer decidir que não gosto dela. 

Narushima (nem lembro o primeiro nome dele) é o presidente de uma empresa que está prestes a falir. Estranhamente os bancos e empresas que costumavam fazer negócios com ele repentinamente pararam. Isso o faz ir à última empresa pedir ajuda, que, para a surpresa dele, é de propriedade de seu "irmão" mais novo, Isami Soushi. Na verdade, os dois não são irmãos: a mãe de Soushi casou com o pai de Narushima. Narushima, entretanto, nunca aceitou Soushi como seu irmão e o maltratou muito, até o falecimento da mãe de Soushi, momento que ele foi "abandonado" pela família e seguiu seu próprio rumo, acabando bem-sucedido.

A falência da empresa de Narushima foi obra de Soushi, que queria ter Narushima sem nenhuma opção a não ser ele para salvar a empresa. Eu achei interessante e estava preparado para ver uma história de tortura e humilhação, por causa de uma vingança. Só que de cara o Soushi já diz que nunca culpou nem odiou o Narushima por nada, tendo se esforçado tanto para se tornar um irmão ideal para o Narushima. Hmm. Ok. Apesar disso, ele rapidamente estupra o Narushima, em troca de auxilia-lo financeiramente. Eu achei que isso fosse se arrastar mais, mas não. Soushi perde o cargo, tipo 15 páginas depois. E esse é o argumento perfeito que a Chitose Piyoko criou: agora Narushima não precisa mais de auxilio financeiro, mas percebe seus sentimentos por Soushi e os dois ficam felizes para sempre, fazendo kinky sex.

Ah, é. Tem uma oneshot também. Haruki tirou o primeiro lugar nos exames nacionais (tipo o ENEM japonês do ginasial) e, por isso, foi convidado a entrar numa escola chique. Em troca de entrar na escola, ele diz que quer que o diretor, Fuchigami, se torne dele. Wow! Sexo em troca de favores! Nunca vi nada assim antes... Nem parece com a idéia básica da primeira história. Ao contrário do capacho do Narushima, o Fuchigami meio que dá o troco em Haruki. Foi a semente de um enredo legal que a Chitose Piyoko podia ter desenvolvido um pouco mais. 

Primeiro motivo pelo qual não gosto desse mangá: ele é adepto da idéia de que estupro resulta em amor. Segundo: detesto personagens abusivos e o Soushi é abusivo pacas desde o início do mangá, apesar de ficar mais ameno depois. Terceiro: inconsistência da autora na forma de retratar o Soushi, que como até meio (?) perturbado mentalmente e passa a ser mostrado de uma forma super simpática, tímida e carinhosa. Quarto: tentativas esdrúxulas em justificar o comportamento do Soushi, porque, afinal (sarcasmo on), se ele sempre foi apaixonado pelo Narushima, nada mais justo do que estuprá-lo na primeira oportunidade, né? 

  

Vocês vão me ver escrevendo isso MUITAS vezes ainda, mas aqui vai a primeira vez: eu acho a arte dessa autora simplesmente pavorosa. É horrível. O traço dela não é bonito, os personagens são estáticos, os corpos são esquisitos, a anatomia mandou lembranças... Odeio a arte dela. Além disso, ela é a favorita das fujoshi em termos de fazer cenas de sexo muito quentes. Pfff. Não me façam rir. Não tem nada demais. O único ponto ""favorável"" é que as cenas são pouquíssimo censuradas e muito explícitas. Ainda assim, as cenas acontecem tão frequentemente que perde a graça e o interesse. Não tenho como dar uma nota maior que "3" para esse mangá, mesmo pensando nele como um PWP escrito somente por essas cenas pornográficas.

Como praticamente todos os mangás da Chitose Piyoko, a tradução para o inglês é do Attractive Fascinante.

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