segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Hydra (e seus doujinshi)

Eu acabei demorando mais que gostaria para ler esse mangá... É que é tão chato ir catando os doujinshi... Vou fazer esse post numa estrutura diferente da que eu normalmente uso nesse blog (minha personalidade obsessiva me faz sofrer por isso, mas é que não tem outro jeito), para poder comentar e listar todos os doujinshi que fazem parte da linha do tempo de Hydra. Obviamente, todos esses doujinshi são de autoria da Miyamoto Kano.

Kiss (doujinshi de Hydra)
Cronologicamente, essa história dá continuidade ao que já foi apresentando em Please. Temos Utsumi Ryuu alguns anos mais tarde e em outra escola, prestes a ser transferido novamente. Seu colega, Sakai, acaba declarando seus sentimentos para Ryuu, quando fica sabendo da transferência, e recebe um beijo como despedida.

Kiss After (doujinshi de Hydra)
Obviamente, segue o que foi começado em Kiss: Sakai, não satisfeito com como as coisas terminaram com Ryuu, o procura em sua casa para conversar melhor sobre isso. Nessa história que Ryuu menciona ter acabado de fazer a tatuagem que tem uma importância em Hydra.

Skies (doujinshi de Hydra)
Aqui, um conflito que permeia os primeiros capítulos de Hydra começa a ser explicado: Itou Yuuji, o líder de um grupo, pega uma implicância por Ryuu e resolve ensinar uma lição a ele. Taira Hikaru é um amigo de infância de Itou e, apesar de não estar interessado em brigar com Ryuu, é quem escuta sobre ele ter um segredo (lembram? Ele é o responsável pela morte de outra pessoa, conforme é abordado em Please).

  

Hydra volumes 1 até 8
Finalmente, vamos começar a falar de Hydra per se. Hitomi Naoyuki volta para a escola depois de ter passado algum tempo afastado, em função de um acidente de motocicleta. Nesse meio tempo, Utsumi se transferiu para a escola (conforme é mostrado em Skies) e, por isso, Hitomi não o conhecia. Ele fica curioso por Ryuu ter essa "aura" estranha a seu redor, bem como boatos de que ele derrotou a gangue do Itou sozinho e que tem uma tatuagem de yakuza nas costas. Com a motivação inicial de querer ver e desenhar a tatuagem que Ryuu tem nas costas, Hitomi começa a se aproximar de Ryuu e a fazer amizade com ele. Tudo vai muito bem, até que na escola começam os boatos sobre Ryuu ter matado uma pessoa. Apesar de Ryuu ser estigmatizado e excluído na escola, Hitomi e Satou Sumika, uma menina que ele conheceu ainda em Skies, seguem sendo seus amigos e Taira também começa a sair com eles. Isso só serve pra irritar mais Itou, que está determinado a infernizar Ryuu e até seus amigos para atingí-lo. Ele acaba machucando Satou, que deixa o grupo para ir morar com sua família nos Estados Unidos. Os outros três rapazes seguem suas vidas e começam um estranho triangulo amoroso: Ryuu gosta de Hitomi, mas já decidiu, em função da culpa que sente, que jamais irá amar alguém; Hitomi também gosta de Ryuu, mas acaba se envolvendo com Taira por ter seus sentimentos rejeitados; e Taira acaba gostando mais e mais de Hitomi, apesar de saber dos sentimentos dele por Ryuu. Taira e Hitomi iniciam um relacionamento sexual, e Ryuu se distancia cada vez mais deles.

Blue Film First (doujinshi de Hydra)
Um doujin bem curtinho... Serve - além de ser bem pervertido para os padrões da autora - para ilustrar a confusão nos sentimentos do Hitomi, que gosta do Ryuu, mas o vê como alguém inalcançável e se culpa por estar num relacionamento sexual com Taira.

Hydra volume 9
Não tem como explicar esse volume além de dizer que é onde os personagens resolvem, finalmente, encarar seus próprios sentimentos e falar. 

Heavenly (doujinshi de Hydra)
E essa história se passa nos tempos de colégio, sendo que o Taira percebe que seus sentimentos por Hitomi são mais duradouros que ele inicialmente imaginou.

  

Hydra volumes 10 e 11
E aqui as coisas ficam tensas pra caramba! Interessante como a autora construiu a história de um jeito que um personagem que eu já tinha esquecido que existia aparece e se torna relevante novamente. De certa forma, era esperado, mas a forma que a história se desenvolveu me pegou de surpresa. Esses dois últimos volumes foram muito comoventes. Lá pela metade do volume 11, eu achei que a história estava se encaminhando para um final melancólico e triste, mas esse não foi o caso. Felizmente, a história do Taira (que agora passará a ser chamado de Hikaru) terá continuidade nos próximos volumes da série.

The Days Before (doujinshi de Hydra)
Nesse epílogo, temos a visão do Ryuu sobre os momentos que antecedem o final de Hydra. Ele também conversa com Tomo, um estudante do ginasial, sobre ser gay e sobre encarar seus sentimentos. 

Real Thing (doujinshi de Rules)
Nessa história, Taira começa um relacionamento com um veterano da universidade, Kagami. E é mais uma história da série "Taira só tem azar no romance"! Estou muito curioso pra ver como as coisas vão se desenrolar em Rules, porque eu estou com muita pena dele. Cronologicamente, na real, eu acho que essa história se passa na metade do volume 11...

Hello Again (doujinshi de Rules)
...E essa também, com certeza se passa antes do final de Hydra, durante o volume 11. E também faz parte da série "Taira só tem azar no romance". Não tem muito enredo acontecendo, apenas serve pra reiterar os sentimentos de Taira e Hitomi. E propiciar um pouco de eye candy, é claro.

Ufa! Acho que esse post só não é mais longo do que os meus mimimis falando de um mangá da Takanga Hinako e de outro da Takarai Rihito. Entretanto, não tinha como falar de Hydra sem fazer uma postagem longa. Espero que eu tenha conseguido expressar o quanto essa série é complexa. Todos os personagens são humanos. Nenhum deles soa como uma caricatura ou como uma personagem plana. Justo o oposto: todos tem múltiplas nuances. O Taira que era um personagem tão desinteressante nos primeiros capítulos que ele apareceu acabou progressivamente se tornando meu personagem favorito dessa história. Estou curioso para vê-lo em Rules.

  

Acho que por ter lido uma quantidade significativa de mangá, e especificamente de mangá BL, eu posso afirmar com certeza: Hydra é um trabalho muito especial nesse universo de zilhões de mangás clichês. Poucas histórias são tão complexas como essa e não por uma questão de ter trama complicada. Na verdade, a história de Hydra é muito simples: é uma história de amor. Era para ser simples, mas as questões mais humanas e profundas acabam complicando um enredo que, nas mãos de outra autora, poderia ser simplório. Acho que não é fácil ler Hydra, porque, em primeiro lugar, é um saco ler em ordem. E, em segundo, porque não é uma história simples. Muita gente dá nota baixa pra esse mangá e vi muitos comentários dizendo o quanto o Hitomi e o Ryuu são pessoas horríveis. Apesar de eu ter pena do Taira (sério, ele é o melhor amigo que se pode ter), não concordo com esses comentários endemonizando os outros dois protagonistas. Novamente, acho que o que incomoda o leitor ao lidar com esses personagens é o quanto eles soam reais, justo por serem cheios de falhas e defeitos. E eu acho isso mais interessante do que os perfeitos bishounen que se acha aos baldes por aí. Vou dar nota "9" e recomendo a leitura... Mas aviso o leitor que se interessar para se preparar para ler, porque uma série de coisas podem incomodar. Na verdade, as únicas coisas que eu não curti muito na história foram: 1) Satou ter sumido durante boa parte da trama, apesar de ser uma personagem super legal e ter uma importância na história; 2) não termos visto o que aconteceu e como ficou o Itou, que também é outro personagem merecedor de pena; 3) faltou romance no final e nos epílogos, o que é uma pena. A arte, aliás, dispensa comentários: bonita, real, expressiva e eficiente.

A tradução em inglês de Hydra e de seus vários doujinshi foi feita há muitos anos pelo Liquid Passion

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