quarta-feira, 30 de abril de 2014

Ieraishan, Moyu

Eu estava caçando um mangá para baixar e acabei fuçando um fórum. Lá, uma pessoa estava pedindo por um link para baixar Ieraishan, Moyu, o primeiro mangá que essa pessoa leu há alguns anos. Fiquei curioso e baixei também. Não havia lido essa história de Oumi Shinano antes e acho que foi uma leitura interessante.

Essa história se passa no período entre as Guerras Mundiais. O repórter Ozaki Izuho está tentando conseguir um furo de reportagem na casa de um visconde, quando é descoberto pelo herdeiro Takayanagi Saki. Ozaki revela que está interessado na rara planta Ieraishan que, dizem, existe na mansão e que só floresce em ocasiões especiais. Também logo somos apresentados aos dois antagonistas da história e parentes de Saki, o tio Koujirou e o irmão Kaito. Acaba rolando uma atração mútua entre Ozaki e Saki, sendo que o repórter é convidado a retornar à mansão para ver a planta que nunca dá flores. Aí descobrimos que nem tudo é tranquilo na vida de Saki: ele é constantemente abusado sexualmente por seu irmão, que o odeia por ele ser um filho bastardo e, ainda assim, escolhido como herdeiro pelo pai dos dois. Saki se encontra novamente com Ozaki e descobre que seu pai está envolvido em vários escândalos com corrupção e subornos, o que é, na verdade, uma armação do tio Koujirou. Quando a polícia vem prender o visconde, ele comete suicídio. Saki, então, jura para Ozaki que irá se vingar de seu tio e coloca fogo no local em que estava, assim, aparentemente, morrendo no incêndio. Nesse momento, a flor Ieraishan floresce e se encerra o prólogo da história.

Na segunda parte, Saki está trabalhando em uma casa de prostituição masculina de luxo, sob o nome Ieraishan. Ele diz ter perdido todas as memórias, mas, ao reencontrar Ozaki, acaba confessando que esse não é o caso: ele ocultou sua identidade e seu passado para, através de seu trabalho nessa casa de luxo, conseguir se aproximar de políticos e nobres e obter informações que pudessem ajudá-lo na sua vingança contra o tio. Saki diz ter vergonha do seu "eu" atual e diz não se sentir digno de Ozaki, apesar dos dois se amarem muito. Eu estava jurando que o Saki era um badass, mas aí na oportunidade que ele tem de se aproximar do tio para se vingar, ele toma uma bebida batizada e acaba sendo leiloado para um bando de ricaços pervertidos... Tipo, ele sabia que o tio era super do mal, como ele nem desconfiou da bebida? O mangá começa a ir por ladeira abaixo, na minha opinião, porque Saki é estuprado por trocentos caras diferentes nos próximos capítulos, incluindo Kaito e Koujirou. Ozaki tenta salvá-lo mais acaba falhando e, de novo, temos Saki sendo estuprado na frente dele. Kudos pro Ozaki por ter dito "Erga a cabeça, Saki. Aqui, você não é o culpado. Sua elegância e pureza não vão evaporar por causa disso", já que em geral, nos mangás, a vítima de estupro é criticada e considerada igualmente culpada (o que eu acho uma baita babaquice). No final, tudo dá certo (com a ajuda inesperada do Kaito). O Saki novamente fala sobre não ser mais a mesma pessoa de antes (que ele se tornou uma pessoa pior) e o Ozaki responde que "você não mudou muito, a não ser por você estar mais esplêndido agora". Ozaki é um querido, apesar de (ou justo por isso) ser um personagem pouco desenvolvido, estereotípico e superficial. 

A arte é a típica arte dessa autora, ou seja, bonita, mas antiquada. Ou devo dizer clássica? Eu gostei da premissa da história: herdeiro traído, perda de memória, vingança! Mas não curti muito a execução. O Saki realmente parecia determinado e estar se esforçando para fazer alguma coisa, já que ele descobriu muitas informações sobre as tramoias e sacanagens do tio, que datam desde antes do nascimento do próprio Saki, mas achei uma pena um personagem potencialmente forte precisar ser salvo toda hora e ser tão dependente. O relacionamento dele com o Ozaki também é bem fraco e não foi tão bem desenvolvido... Sinto que a autora estava tentando fazer uma bela história de amor, inserir bastante enredo de vingança com um vilão super-sacana, e colocar o máximo de sexo possível. Por isso, ela acabou se perdendo: o romance ficou fraco, a história de vingança poderia ter sido melhor desenvolvida, e as cenas de sexo, sendo todas exceto duas envolvendo estupro, não foram sexy. Quer dizer, o leitor que gostar de sexo cheio de raiva, estupro, violência e coisas do tipo vai curtir. Eu não curto esse tipo de coisa e, por isso, não gostei dessa parte do mangá.

  

Acho que "apesar dos pesares" eu recomendo o mangá. Não é um mangá ruim. Na verdade, é uma história ambiciosa com muitas possibilidades boas. O que pecou mesmo, pra mim, foi a sucessão de abusos que o Saki sofreu. O fato de ele se prostituir não me incomodou, pois realmente é um bom jeito de se aproximar de poderosos (sempre foi e sempre será), então achei que é uma estratégia válida. Também achei legal o Ozaki ser compreensivo e não condená-lo por nada do que ele fez, já que tudo que o Saki menos precisava era alguém para recriminá-lo (já que ele já faz isso demais por conta própria)! Vou dar uma nota "6" para o mangá.

A tradução em inglês é bem antiga e foi feita pelo grupo Fifay.net.

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Drops

Eu adoro quando um autor conhecido por seus trabalhos em um gênero resolve se aventurar em outro. Falei de autoras de yaoi desenhando shoujo antes e vou adicionar mais uma a lista: Aniya Yuiji. No caso, não sei como classificar esse mangá dela. Imagino que, por Drops ter um tom mais maduro, seja um josei.

Cada capítulo desse mangá foca em um dos irmãos da família Matsuno, que consiste em quatro meninas e um menino, que também é o caçula. Matsuno Shizuku é um menino gordinho e o escravo de suas irmãs. Ele está apaixonado por uma amiga sua, Yoshiyuki, que, por sua vez, gosta de Miyamoto, o melhor amigo de Matsuno. Mukai, outra amiga do trio, acaba armando para Miyamoto e Yoshiyuki ficarem juntos, fazendo com que Matsuno se sinta traído e só consolide a crença que ele já tem que as mulheres são um incômodo.

No capítulo seguinte, as gêmeas Kaede e Momiji levaram a sério demais a recomendação de sua mãe sobre "sempre dividirem tudo", pois agora elas estão em busca de um namorado que aceite namorar as duas ao mesmo tempo. Tsubaki, a próxima irmã, é uma escritora e mãe solteira, que havia fugido de casa e retorna agora depois de seus pais terem falecido. Ela tem um relacionamento sexual (onde podemos ver todas as gloriosas expressões faciais que a Anija Yuiji desenha tão bem) com Andou-san, seu editor, que acaba se transformando cada vez mais num relacionamento romântico. Aí vem a irmã mais velha, Hisagi, que ficou responsável pelos mais novos depois do falecimento de seus pais e do sumiço da Tsubaki. Ela sempre se viu cheia de responsabilidades e tarefas, mas agora, com seus irmãos já crescidos e cuidando das próprias vidas, ela se vê, finalmente, independente e livre. Acho que essa é a mais interessante das histórias, pois Hisagi nem sabe muito bem o que fazer com sua liberdade. Ela por fim acaba se envolvendo com seu chefe (23 anos mais velho), por gostar de provocá-lo.

No final, temos um epílogo, mostrando como os personagens ficaram com o passar de alguns anos. A Hisagi continua seu relacionamento com o chefe, eventualmente se casando com ele. Temos a Tsubaki, agora, casada com o Andou e com mais um monte de filhos. As gêmeas trabalham com S&M, ainda em um relacionamento poliamor com Minoru.  Shizuku acaba emagrecendo um monte e reencontra Mukai no casamento de Miyamoto e Yoshiyuki. Os dois ficam juntos, ele engorda tudo de novo, e terminamos a história com a Mukai revelando que está grávida! Eu achei o final um amor.

  

Eu achei muito interessante ter a perspectiva de cada um dos personagens, sendo cada qual bem diferente do outro. O final que Aniya Yuiji deu para cada um deles foi bastante satisfatório (o das gêmeas foi o mais exótico, mas, ainda assim, combinou com a visão desapegada de sexualidade e amor que elas têm). O ponto forte é a arte, que é muito bonita. Fico sempre boquiaberto com a habilidade que a Aniya Yuiji tem em fazer expressões faciais. Quando um personagem dela chora, não é aquele clássico "expressão congelada, lágrimas escorrem" que adoram fazer nos mangás. A Aniya Yuiji desenha todo o rosto se compondo na expressão, desde os lábios trêmulos ou em um beicinho, até a testa franzida, os olhos entreabertos, lágrimas... É incrível! Vou dar uma nota "9" para esse mangá.

Foi licenciado e publicado virtualmente em inglês pela JManga, que faliu. Pode ser encontrado por aí na internet, é só saber onde procurar. 

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Kusatta Kyoushi no Houteishiki

Finalmente tomei vergonha na cara e fui ler um mangá clássico: Kusatta Kyoushi no Houteishiki. Tentei ler uma vez há alguns anos, mas eu era do tipo que implicava com arte "antiquada" e não passei do primeiro volume. Como eu gosto de vários outros trabalhos da Kodaka Kazuma, resolvi dar uma segunda chance a essa série e enfrentar a arte. Cara, como valeu a pena!

O protagonista, Arisawa Atsushi, decidiu ir estudar em uma escola cheia de delinquentes para reencontrar seu grande amor, Maa-kun (Shibata Masami), que trabalha na enfermaria desse colégio. Lá, ele fica apavorado com seus novos colegas e, ainda por cima, reencontra Inagaki, um ex-colega do primário, que declara estar apaixonado por Atsushi. Se isso tudo já não fosse o suficiente, ele ainda dá de cara na enfermaria com o Maa-kun... Só que com uma personalidade completamente oposta a de suas lembranças. Esse "Maa-kun", na verdade, é o irmão mais novo de Masami, Masayoshi, mas Atsushi não descobre isso imediatamente, realmente acreditando que seu Maa-kun mudou. Ainda assim, ele, aos poucos, começa a gostar dessa nova versão do Maa-kun. Porém, chega o momento em que ele descobre a verdade sobre Masami e Masayoshi. O que eu achei legal é que não demora muito para isso acontecer e é o próprio Masayoshi que conta (ou, melhor, tenta contar) a verdade para o Atsushi. Como eu detesto mangás com relacionamentos que começam na base da mentira, curti muito isso... Apesar do Atsushi ter se sentido enganado de qualquer forma. Mas ok. 

Atsushi, ainda assim, reflete que está, na verdade, apaixonado por Masayoshi. Até porque Masami está feliz da vida namorando Tooru, professor de matemática da escola e amigo dos irmãos Shibata. Aí que a história se tornou interessante! Eu estava esperando que o Masayoshi fosse um playboy canalha clássico que faz o uke inocente de gato e sapato. Não é isso que acontece. Na verdade, é Atsushi que persegue incansavelmente Masayoshi, tentando conquistá-lo... de qualquer jeito! Enquanto isso, Inagaki também não desistiu de seu amor por Atsushi e também faz questão de demonstrar isso.

O humor nesse mangá é sempre presente e, em geral, funciona muito bem (nota: super me identifiquei com o Masayoshi aqui). Algumas piadas são meio bobas, e a autora usa e abusa de alguns cenários. Por exemplo, Masayoshi e Atsushi estão sempre atrapalhando os momentos românticos de Tooru e Masami e vice versa. Além disso, enquanto um casal está lá trocando juras de amor, o resto dos personagens costuma observar à distância, comentar as ações e, por vezes, atrapalhar. É engraçado? Sim, é. Mas fica meio cansativo.

A arte é uma questão importante. Ela começa antiquada, mas eficiente (tipo na cena do basquete). O character design também é bem bizarro, cheio daqueles estilos de cabelo ma-ra-vi-lho-sos anos 1980 e 1990. Mas isso melhora muito ao longo dos volumes. É engraçado comparar a primeira aparição dos personagens com suas versões posteriores, nos últimos dois volumes. Outro mérito da K2 é conseguir dar rostos com características bem únicas a cada personagem.

  

Esse mangá é muito divertido e muito imprevisível. Também acho legal ver a autora evoluindo ao longo das páginas, bem como ver o Atsushi crescendo. Tanto em aparência quanto como pessoa. Na verdade, quase todos os personagens encontram algum crescimento pessoal. Um ponto negativo foram as brigas do Masami com o Tooru, pelos motivos mais imbecis e esdrúxulos. Em compensação, todas as personagens femininas retratadas foram interessantes, fortes e muito carismáticas, sobretudo, é claro, a Yuriko. As "sub-histórias", tipo o flashback do pai dos irmãos Shibata ou aquela história do irmão do Tooru, foram muito legais também. Ah, um ponto que pode incomodar os mais sedentos por cenas pervertidas: demora uns oito volumes para vermos um dos casais ir para cama e o outro só vai no último! Vou dar uma nota "9", simplesmente porque o Masami me irritou demais. 

Tantos grupos trabalharam na tradução desse mangá para o inglês! O mais notável, acho, foi o MegKF. Também foi licenciado e lançado pela Juné numa edição bem legal, sob o título Bad Teacher's Equation. A K2 também lançou dois doujinshis para a série: Happy Dream? e Encore. Recomendo muito o segundo.

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Mousou Shoujo Otakukei

Assim como dois outros mangás que eu comentei recentemente, Mousou Shoujo Otakukei também é uma história sobre fujoshi. Ao contrário dos outros (escritos por notáveis autoras de yaoi), a autora Konjoh Natsumi é famosa por seus títulos hentai. 

A história possui quatro protagonistas: duas meninas e dois meninos. Dois meninos típicos; duas meninas que são fervorosas fãs de yaoi. O centro da trama é Asai Rumi, uma menina otaku que volta e meia se perde no seu mundo de yaoi, cheio de bishounens com orelhas de gato, e pouco se importa com meninos de verdade... Ou melhor, ela se importa. Rumi adora imaginar seus colegas do sexo masculino como casais! Ela até gostaria de ter uma amiga para falar sobre mangá, mas já se resignou em ficar sozinha e ser o único membro do clube de artes. Abe Takahiro acaba esbarrando em Rumi e, para se desculpar, aceita ser modelo dela para que ela o desenhe... Logo, entretanto, Abe se vê apaixonado por Rumi, apesar de não entender boa parte das coisas que ela fala. Tão perdidamente apaixonado que ele topa usar orelhas de gato, fazer cosplay e posar junto com seu amigo, Chiba Shunsuke. Rumi, entretanto, não percebe os sentimentos de Abe, pois ela só consegue vê-lo como um par perfeito para Chiba, que também é o garanhão da escola. Por fim, temos a Matsui Yoko, a última protagonista, que costumava ser pouco popular no ginásio por ser otaku, por isso decidiu esconder seus gostos no colegial... O que acaba não dando muito certo, porque ela faz amizade com Rumi e volta a fangirlar!

A história é o típico mangá colegial... Tendo um festival cultural, clubes, provas, etc. Só que há um twist otaku, também, porque o mangá foca bastante no hobby de Rumi como uma autora de mangás amadores sobre séries populares (doujinshi). No caso, ela e Matsui trabalham em histórias yaoi sobre Full Metal Prince (não tenho certeza se essa é a paródia feita no original, porque a tradução em inglês é bem porca), vão à eventos de mangá, conhecem autoras famosas... Tendo a ajuda de Abe e Chiba em vários momentos também. Mousou Shoujo Otakukei comenta diversas vezes de um jeito positivo o que é ser otaku, defendendo que não há nada de errado em ter paixão por algo, mesmo que sejam mangás yaoi. Abe, muitas vezes, tem a reação de uma pessoa não-otaku e, por isso, acaba ofendendo ou magoando Rumi por sua falta de tato, mas, ainda assim, ele se esforça para entendê-la e conhecer mais sobre essas coisas de que Rumi tanto gosta (mesmo que ele não consiga entender muito). Um ponto que eu achei muito interessante foi quando a Rumi começa a perceber que possui sentimentos pelo Abe... Mas só se ela estiver se imaginando como um homem! Ela até chega a sugerir que eles se chamem de "Shinji" e "Kaworu" (Evangelion). 

O mangá é recheado de fanservice, mas não só por causa da imaginação da Rumi vendo Abe e Chiba como um casal. Na verdade, muito pelo contrário. Matsui (que possui seios enormes) e a própria Rumi são os maiores alvos de fanservice do mangá, que também se identifica como uma série ecchi. Outros personagens como o Hidemi-senpai (um cara super-forte do time de judô que se apaixonou pelo Chiba) e a Momose (uma fujoshi enrustida que, por ciúmes, resolve trollar o site da Matsui) também ajudam a adicionar tempero à história. Eu adoro em especial o Fuji-kun, que é um querido, apesar de ele não ter aparecido muito.

  

Como é uma série cômica que nem de longe foi feita para ser levada a sério, esse mangá mais do que atinge seu objetivo. A arte também é bonita e super-dinâmica, combinando bem com a comédia, apesar de ser bastante típica. Eu gosto bastante desse mangá, mas o que me faz preferir outros (como Watashi ga Motete Dousu n da e Fujoshi Kanojo) a esse é que Mousou Shoujo Otakukei é feito pela comédia e pelo ecchi, sem o lado realmente romântico ou um pouco mais de desenvolvimento nos relacionamentos ou nas personagens. Não que Mousou Shoujo Otakukei não tenha desenvolvimento, é só que essas outras séries funcionam melhor, para mim, pelo menos. Vou dar uma nota "8" e realmente recomendo a leitura, porque rende umas boas risadas!

Em inglês, foi licenciado pela JManga e pela Mediablasters, sendo que a primeira faliu e a segunda interrompeu a publicação. Assim, é fácil de encontrar em inglês para baixar. A tradução é bem ruim em vários momentos, mas dá pra ler. Essa série é conhecida também pelos títulos: Fujoshi Rumi, Otaku Girls, e Otaku-Type Delusion Girl. 

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Watashi ga Motete Dousu n da

Mais um mangá da Junko hoje! Dessa vez, vou comentar um shoujo que ela está publicando atualmente e que, com certeza, irá interessar as fãs de yaoi. Eu vi que já há várias resenhas, tanto em português como em inglês, para esse mangá, o que me deixa super-feliz! Adoro quando as pessoas gostam do trabalho de uma autora que eu adoro. O título é Watashi ga Motete Dousu n da, que, de acordo com o MangaUpdates, pode ser traduzido como "Meninos, por favor, o beijem ao invés de mim". 

Serinuma Kae é a protagonista da história. Ela é uma menina gordinha, muito querida pelos colegas, amiga de vários meninos bonitos... E uma grande fujoshi. Ou seja, ela é fã de yaoi, chegando ao ponto de shipar dois colegas de aula. Ela comenta sobre seus animes favoritos e sobre, é claro, seus casais favoritos com sua melhor amiga, Aa-chan. Seu personagem favorito (e maior obsessão) é o Shion, sendo que ela tem uma coleção de produtos sobre ele. Tudo vai muito bem, até que o Shion morre no episódio mais recente do anime. Kae fica muito deprimida e passa uma semana reclusa de luto, preocupando seus colegas e familiares. Quando ela consegue se recuperar (graças a um empurrão nada delicado de seu irmão), percebe que esse período de depressão a fez emagrecer um monte.

Ok, muita gente não curtiu isso da história. Kae era bem cheinha e passa a ser um palito em uma semana, assim, do nada. Eu tomei como a situação cômica que é e não me incomodei muito. De qualquer forma, ela volta a ir nas aulas e chama a atenção de todos. Igarashi e Nanashima, o potencial casal de colegas que Kae adora, ficam boquiabertos logo de cara. Até o kouhai super-certinho, Shinomiya, que costumava ser bem rude com a Kae muda de atitude. O único que não muda seu jeito de agir, porque ele sempre foi um querido com a Kae, é o Mutsumi-senpai. Ainda assim, esses quatro caras agora disputam as atenções da Kae!

É muito engraçado que mesmo cercada de caras atraentes a Kae fica mais preocupada em babar nos momentos Igarashi x Nanashima, ou em perceber o potencial que há em um novo casal Mutsumi x Shinomiya. Ela, inicialmente, tenta esconder seus hábitos de otaku e de fujoshi, mas os meninos acabam descobrindo de qualquer forma. O Mutsumi-senpai a encoraja a ser ela mesma e os outros meninos concordam que gostam da Kae e aceitam os hobbies dela! Como que a Junko sempre consegue fazer cenas tão fofas?!

  

Eu estou adorando o mangá! É muito engraçado, sobretudo as cenas que a Kae está fangirlando, mas também cheio de momentos bonitinhos e fofos. Todos os meninos têm o seu próprio charme, tanto individualmente quanto como casais! A Kae também é uma protagonista bem divertida e querida, apesar de haver vários clichês na personalidade dela (não é tão diferente assim da protagonista também gordinha que perde peso e consegue um harém para si em Otometeki Koi Kakumei Love Revo, apesar de essa outra série ser bem mais mal escrita). A arte é aquela arte tipicamente Junko, ou seja, muito bonita. Cada personagem tem um rosto bastante único e é fácil saber quem é quem na história. Ao contrário de certas autoras que só mudam o cabelo dos personagens. Bem, vou dar uma nota "9" para o mangá. Ah, e eu já escolhi com quem eu quero que a Kae fique no final. Mas eu posso acabar mudando de opinião

Em português, temos a tradução do Kokoro Nin-Nin. Já em inglês, a tradução é dos grupos Summer Rain e Phoenix Serenade Scans.

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Susume! Otome Road

Hoje vou comentar rapidinho uma oneshot chamada "Susume! Otome Road". A autora é a Sakurai Shushushu, que escreveu um mangá yaoi que eu não curto, mas todo mundo parece amar, e um dos mangás yaoi mais engraçados que existe. 

Nessa oneshot, a protagonista é Wakaba Chiharu, uma fujoshi (ou seja, fã de yaoi), que fantasia constantemente sobre dois colegas de aula e fica muito excitada. Ela escreve doujinshis yaoi e está trabalhando em uma história baseada nesses colegas. Sua irmã também curte yaoi, mas ao contrário de Chiharu, ela é mais fã de bara e não se importa com sua aparência. Chiharu, assim, é vaidosa e procura parecer "normal", escondendo seu hobby de todos.

Essa oneshot é muito, muito engraçada. Mesmo estilo de humor que essa autora já apresentou em outros trabalhos seus, mas a arte dela, nossa, como melhorou. Não tem muito o que comentar: alguns momentos me renderam boas risadas, mas deu aquele gostinho de "quero mais". Achei legal a introdução que a Sakurai Shushushu faz sobre o yaoi, explicando brevemente, mas de forma muito acurada, suas origens.

  

Vou dar uma nota "7", porque esse mangá é engraçado e... é isso. A arte mostrou uma grande melhora por parte da autora, bem como uma versatilidade (os homens que ela desenhou para representar o bara parecem ter sido até feitos por outra pessoa, de tão diferentes). Acho que as moças por aí que gostam de yaoi vão se identificar com a Chiharu em algumas coisas... 

Tradução do Imangascans em inglês.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Sakamoto Desu ga?

Vou dar uma pausa na Chitose Piyoko, porque esse último mangá dela me deixou muito irritado. Por isso, hoje temos um seinen cômico: Sakamoto Desu ga?. Esse mangá é muito engraçado e, de certa forma, incrivelmente único. Muitos kudos para Sano Nami!

A história é sobre o aluno do primeiro ano do colegial, Sakamoto. Ele é simplesmente O Cara. Todos ficam completamente boquiabertos e encantados por Sakamoto: as meninas o amam e a os garotos o admiram. Alguns invejosos tentam pregar peças nele, mas Sakamoto sempre consegue vencê-los, com facilidade e graça. Sakamoto é incrível e perfeito, sendo que tudo que ele faz é da forma mais fantástica o possível. Tudo que pode dar errado se torna maravilhoso nas mãos de Sakamoto, que age com a maior naturalidade do mundo. Ainda que pareça meio distante, ele ajuda os outros se lhe pedirem

Esse mangá é ridículo no lado bom da palavra. Sakamoto consegue fazer as coisas mais simples de uma forma super-épica... É tão épico que chega a ser ridículo e engraçado. O mangá é episódico e narra as mais diversas situações na vida escolar desse cara perfeito. Ele consegue dobrar as vendas do M*Donalds! Ele faz delinquentes pararem de fumar para soprarem bolhas de sabão! Ele luta esgrima com uma abelha! Em um momento, o Sakamoto diz que "observar a humanidade é interessante". Me pergunto se ele possui alguma origem misteriosa e oculta... Mas não acho que o (a) autor (a) pretende explorar isso. O Sakamoto é o Sakamoto e isso é suficiente para manter a graça da história.

Eu adoro a arte. Ela ilustra muito bem as cenas cômicas e as situações absurdas. O Sakamoto, também, tem um design bem típico, mas ele é um super-bishounen (claro, afinal, ele é o Sakamoto!). Eu adoro o estilo de humor desse mangá: recheado de situações absurdas. De certa forma, também, esse mangá satiriza os personagens perfeitos que povoam outras séries e fazem coisas igualmente absurdas.

  

Gostei muito dessa história como um todo: arte, personagens, humor... Tudo funciona muito bem. Eu sofri muito para escolher quais ilustrações usar no post, porque várias páginas são fantásticas. Minha única reclamação é que pouquíssimos capítulos estão disponíveis por enquanto! (Ou, se eu quisesse ser chato, eu poderia reclamar da representação estereotipada de Brasil que aparece... Mas como a piada me fez rir, eu vou calar a boca e encerrar o post logo). Recomendo muito essa série: nota "10"!

A tradução para o inglês é do Cursive Scans.

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Zenryousei Ginsei Gakuen Monogatari

Não sei se é evidente para os leitores, mas as minhas postagens são feitas com meses de antecedência. Por isso alguns posts de "primeiro capítulo" se referem a séries com mais de um capítulo traduzido, por exemplo. Eu tenho postagens sobre outros mangás já agendadas para as próximas semanas, mas eu estava empacado na minha quest de ler mangás da Chitose Piyoko. Resolvi continuar e escolhi Zenryousei Ginsei Gakuen Monogatari para hoje.

É uma coleção de oneshots. Todas as histórias se passam na (ou estão relacionadas a) Escola Interna Ginseigakuen, começando pela história de um menino rico, Atsuya, e o seu servo/amigo de infância, Kyousuke. O problema é que agora, no colegial, Atsuya se descobre apaixonado por Kyousuke, que, por sua vez, parece desinteressado romanticamente, mas diz que faria qualquer coisa por ele. Atsuya, assim, diz que quer transar com ele e essa é a única coisa que Kyousuke diz que não fará. O que acontece? Surpresa, surpresa: estupro que leva a declarações de amor. Clichê e de mau gosto. A seguinte é tão besta quanto. O professor substituto Nakatani fica preocupado quando vê que que um aluno Takamori tem muitas faltas e tenta convencê-lo a ir para a aula. Takamori eventualmente concorda (lê-se: depois de smut). E é isso. Um pouco de drama por o Nakatani achar que é só um brinquedo sexual nas mãos do Takamori... O que é resolvido em, tipo, meia página depois e aí temos MAIS smut.

Na terceira história, Ayusawa corre atrás de Miyako para lhe fazer um singelo pedido... "Por favor, me deixe transar com você!". Miyako é um amigo de Takamori, da história anterior, e, por ser tímido e pequeninho, tem se sentido "desprotegido" desde que Takamori se tornou mais ocupado (por causa do Nakatani). Apesar das maluquices iniciais do Ayusawa, eles acabam se aproximando em função da solidão do Miyako. Achei fantástico que o Miyako desmaia por deixar uma das bocas do fogão abertas (isto é, com o gás saindo). Tipo, eu já fiz isso e quase tive um troço quando percebi (até porque eu podia ter riscado um fósforo e explodido minha cozinha), mas... Desmaiar? Depois de tão pouco tempo? Ok, então. Licença poética, eu suponho. Na próxima, o guarda noturno Kurafuji tem medo de fantasmas, então patrulhar os corredores escuros é uma situação complicada para ele. Ele faz amizade com Ooga, o professor de artes, que sempre fica até muito tarde desenhando na escola. Eu estava gostando da história até que uma mulher aleatória pede pro Kurafuji entregar um presente pro Ooga, que vê isso e acha que a mulher estava se declarando pro Kurafuji. Resultado? Kurafuji acaba sendo estuprado pelo Ooga enquanto patrulha a escola, sem saber que é ele. No fim, Ooga confessa o que fez para o Kurafuji e a autora tenta passar a mensagem de que "ah, ok. Eu fui violentado no meio do escuro, algo horrível e traumático... Mas, já que era o Ooga, tudo bem! Eu amo você! Yaaay!".

Por fim, o pai de Shiro pede a ajuda dele para acertar um negócio com o príncipe de um país aleatório. Esse príncipe, Remul, só está interessado por uma coisa: Shiro. O príncipe insiste que Shiro precisa se lembrar de uma coisa e o mantém no palácio para tal. Quando Shiro se lembra da tal coisa (por ter passado um tempo fritando nas areias do deserto), sobre quando conheceu Remul na infância, ele se vê profundamente apaixonado pelo Remul. Assim, tipo, do nada. O cara que mentiu para ele e o manteve em cativeiro. Do nada ele o ama. Ok. Santa babaquice, Batman.

  

Céus, que mangá RUIM. Uma história pior que a outra, com personagens uns piores que os outros. Todos os semes de alguma forma tentaram ou efetivamente abusaram sexualmente e/ou psicologicamente de seus ukes. Todos! Em maior ou menor grau!! Sem exceção!!! E a autora tenta passar essa idéia de "tudo bem, porque eles se amam". Não, não está tudo bem. Esse só não é o pior mangá que eu já li, porque eu já li Okane ga Nai e alguns da Kayono. Mas é uma nota "1". Céus, as histórias são ruins e clichê, os ukes são todos capachos, os semes são abusadores... Nada se salva nesse troço. Até o smut não é lá grande coisa.

Traduzido pelo Attractive Fascinante em inglês.

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Yumemiru Otokonoko

Eu não consigo nem explicar com palavras o quanto eu ando obcecado por Yowamushi Pedal. O mangá fica cada vez melhor e o anime é muito bom também. Por isso, é meio esquisito, agora que eu não tenho mais nada de YowaPedal para ler, voltar a ler um mangá yaoi... E ruim ainda por cima. Ok, eu acho que estou sendo meio duro demais com a Chitose Piyoko, então vou ler Yumemiru Otokonoko.

O grande problema da Chitose Piyoko, além da arte (que eu não curto, se ainda não ficou claro), é que para ela a história é toda focada no sexo/smut/como queiram. Ela até tem boas idéias... Mas as acaba desperdiçando por não saber desenvolver o enredo e as personagens. Os dois primeiros capítulos desse mangá ilustram bem: Takanori está apaixonado por um colega, Akikawa, que é muito lindo, puro e angelical. Por isso, apesar de já estar há anos apaixonado, ele não consegue se declarar. Ele sempre tem o apoio (ainda que relutante) de Mioki, seu amigo de infância, nesse amor. Quando ele consegue juntar coragem para se declarar, ele acaba dando de cara com Akikawa em um momento muito íntimo com um professor. Há algumas sementes de diálogo interessante ("você só estava apaixonado pela idéia que tinha dele, não por quem ele realmente é, blablabla") e uma nova bomba é jogada para Takanori: Mioki, na verdade, é apaixonado por ele. Olha só! Que interessante! Mas aí a Chitose Piyoko enlouquece, porque ainda não teve smut o suficiente no mangá, e coloca a carroça na frente dos bois... No caso, ela faz Mioki acreditar que Takanori, que passou cinco anos apaixonado por outro cara, olha só, agora o ama e quer fazer o mesmo que o Akikawa estava fazendo com o professor de química... Estava indo muito bem, mas aí ela se atrapalhou com o ritmo da história...

Bem, aí vem a história que eu tinha esquecido que existia, apesar de ter lido esse mangá há algumas poucas horas atrás: Tokura admira o diretor da escola, Shiraizumi, à distância. Ele pretende continuar só stalkeando o diretor, mas aí um professor pervertido, Sasamori, diz que está a fim do diretor, forçando Tokura a tomar uma atitude. Não é nada demais essa história, mas quem gostar da arte da Chitose Piyoko e de smut vai se divertir. Na próxima história, eu achei que até que a autora conseguiu fazer algo que preste: Hanamura é um aluno bolsista muito esforçado e ambicioso, pretendendo ser o melhor da escola, mas aí o filho do diretor/dono da escola/algo assim consegue ser melhor que ele. Ele não curte muito isso, é claro, e curte menos ainda ser encarregado de ajudar Soushi... Até ele descobrir que Soushi tem uma fraqueza e acaba decidindo usá-la contra ele. Não, o enredo não é lá grande coisa, mas os personagens são interessantes e acabam sendo imprevisíveis.

Na última, Orihara acorda pelado numa cama ao lado de outro cara, Miyagi, e sem lembrar do que aconteceu na noite anterior. Miyagi acaba confirmando suas piores expectativas e decide que irão namorar. Orihara sempre teve uma queda por Miyoshi, então ele até não fica muito insatisfeito com a idéia de sair com ele, mas ter um namorado que nunca quer beijá-lo acaba se tornando uma preocupação. É uma história bonitinha, mas só isso. Não tem nada especificamente ruim ou bom nessa história.

  

Esse foi o melhor mangá da Chitose Piyoko que eu li até agora, mas isso não significa muita coisa, porque é um mangá yaoi mediano. Vou dar uma nota "5" pela semente de boas idéias e porque eu gostei da terceira história. Minhas reclamações são as de sempre: não gosto da arte, muito smut e pouco enredo, personagens rasos, etc.

A tradução em inglês é do Attractive Fascinante, é claro.

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Yowamushi Pedal

Ninguém é de ferro e eu já enchi o saco de ler Chitose Piyoko. Vamos falar de um mangá realmente bom hoje. Um shounen que tem tudo que um mangá shounen precisa e mais um pouco, conseguindo, ainda assim, ter vários aspectos originais. Estou falando de Yowamushi Pedal, um mangá sobre ciclismo, escrito por Watanabe Wataru.

Eu assisti ao anime primeiro e curti. Algumas coisas me incomodaram no anime, mas não me incomodaram no mangá. No caso de Yowamushi Pedal, acho que vale a pena acompanhar os dois. De qualquer forma, como eu já disse, esse é um mangá shounen sobre esportes, especificamente sobre ciclismo. Possui um grupo de personagens principais forte e várias outras escolas rivais (como já é o padrão do gênero) com personagens igualmente carismáticos. 

Temos como protagonista Onoda Sakamichi, um otaku. Para ele, a bicicleta é apenas um meio de transporte barato que lhe permite economizar dinheiro para gastar em seus hobbies. Assim, toda semana, ele vai de bicicleta de sua escola até Akihabara para comprar coisas, pedalando cerca de 60km. Certo dia, Imaizumi, um grande gênio do ciclismo, vê Onoda subindo uma lomba íngreme em uma bicicleta pesada e velha enquanto sorri e canta o tema de um anime. Imaizumi fica chocado por aquilo e desafia Onoda para uma corrida, apostando que se perder entrará para o clube de anime que Onoda está tentando montar. Isso é suficiente para motivar Onoda, pois ele sempre quis ter amigos, sobretudo alguém que tivesse o mesmo hobby.

Infelizmente, seus melhores esforços não são suficientes para derrotar Imaizumi, que fica, de qualquer forma, impressionado com o potencial que Onoda demonstrou. Kanzaki, uma menina cuja família possui uma loja de bicicletas, também incentiva Onoda durante a corrida contra Imaizumi. Por fim, Onoda conhece Naruko, um estudante que se transferiu de Osaka para Chiba, em Akiba e faz amizade com ele, descobrindo que Naruko também curte ciclismo e pretende entrar no clube de ciclismo da escola. Com tanta gente o incentivando e por ter se sentido bem enquanto corria contra Imaizumi, Onoda decide entrar para o clube de ciclismo

Então começam os treinamentos impossíveis, corridas tensas e superação de limites, temas já bem batidos dos mangás sobre esportes. Os veteranos do terceiro ano do clube de ciclismo, Kinjou, Tadokoro e Makishima, são personagens muito interessantes por si só. Mas eu, particularmente, gostei da dupla do segundo ano, Aoyagi e Teshima. Sério, eles são uns amores. Enfim! Também aparecem vários rivais de outras escolas, cada qual com sua especialidade... E esquisitice também. Eu chorei de rir com o cara, Izumida, que batizou os próprios peitorais. O character design de Yowamushi Pedal é muito esquisito (o Midosuji me dá medo), podendo rivalizar com as bizarrices de Inazuma Eleven, ao ponto de causar estranheza quando um personagem de aparência normal, como o Manami, aparece! 

  

Algo que eu curti muito foi o quanto os personagens vão evoluindo ao longo da história. Fiquei curioso e fui fuçar os volumes mais recentes lançados no Japão e dá para ver várias mudanças nos personagens. A arte pode incomodar alguns, mas eu achei legal ver um mangá de esportes que não é recheado de bishounens para variar (ao contrário de Tennis no Oujisama e Kuroko no Basuke, não que haja um problema com bishounens!), além do que, as cenas de corrida mesmo são muito bem desenhadas. O humor é sempre presente e funciona muito bem. Eu não tenho nenhum problema com Yowamushi Pedal, sendo praticamente perfeito para mim. Darei nota "9" por enquanto. Algumas coisas que me irritaram no anime - como os gritos/gemidos do Onoda e o Naruko como um todo - foram bem mais toleráveis no mangá. Até por não ter som.

No inglês, há dois grupos principais que estão traduzindo: sukikatte e Sleeping Dragons.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Kimi ga Ichiban Soba ni Iru

É apenas o terceiro mangá da Chitose Piyoko e eu já comecei a cansar... Para hoje, eu escolhi Kimi ga Ichiban Soba ni Iru. Como a maior parte dos trabalhos dela, se trata de uma coleção de oneshots.

Nas duas primeiras, temos Minato e Ozumi. Os dois são melhores amigos e vizinhos e, assim, estiveram sempre juntos. Ozumi tem achado Minato meio distante ultimamente, mas acaba conhecendo um cara mais velho e se dá muito bem com ele, assim encontrando uma companhia durante o distanciamento de Minato. Eventualmente, ele descobre que o cara mais velho só estava enganando-o para usá-lo para pagar uma dívida (i.e dando o Ozumi para o agiota curtir). Um ponto positivo dessa história é que o Ozumi, apesar de ser facilmente enganado, não é um completo inútil e, na real, consegue tomar a iniciativa e resolver seus problemas sozinho. Na segunda parte dessa história, o Minato se torna um grande babaca, porque "mimimi não consigo proteger o Ozumi então, mimimi, vou ir embora". O Ozumi não precisa de proteção, até porque ele é mais forte em lutas que o Minato, e sempre foi assim... Então pra que tanto drama? Bem, eventualmente tudo dá certo e temos um final feliz.

Na próxima, dois caras, que aparentemente se conhecem há bastante tempo e parece que um deles pratica boxe ou algo assim, transam em um dia de chuva. Só. Na seguinte, um cara quebra uma miniatura de coleção de outro cara e paga com seu corpo. Aparentemente quebrar miniaturas é só uma desculpa para ficarem juntos e mimimi. Ah, além de miniaturas, ele coleciona sex toys. Notaram a falta de nomes? Pois é, a Chitose Piyoko nem se deu ao trabalho de batizar os personagens desses capítulos. São só pelo smut. Voltam os nomes na penúltima: Kasumi é um cara estudioso, mas seu colega de quarto, Mochiduki, fica sempre brincando e incomodando. Os dois apostam que se Kasumi for melhor que seu colega nas provas, Mochiduki vai sair do quarto. Quando Mochiduki ganha, ele decide ensinar um jogo para Kasumi e, como estamos falando de um mangá yaoi, é fácil deduzir a qual jogo ele se refere.

A última foi a que eu mais gostei: Sekiya se apaixonou por Shidou a primeira vista, mas foi rejeitado... E, apesar de sua insistência, continua sendo rejeitado. Até que ele descobre que Shidou está para se mudar, então decide convidá-lo para ir, com um grupo de amigos, até as fontes termais para ter uma última memória junto com ele e uma última chance de mostrar seu amor. Não, essa história não é nada demais. Mas ela é a menos pior nesse volume cheio de histórias ruins pra caramba. Digamos que seja uma oneshot yaoi medíocre, mas acabou sendo a menos ruim.

  

De um modo geral, eu não curti esse mangá. Reforço: se o leitor está procurando um mangá cheio de cenas eróticas e gosta do estilo de arte que a Chitose Piyoko tem, provavelmente vai gostar desse mangá. Agora, se você quer ler algo com uma história, de fato, ou não gosta da arte, recomendo que passe longe desse mangá. Vou dar nota "4", só porque eu meio que curti a última história (sabe quando as suas expectativas estão tão baixas que acaba se surpreendendo?).

Muitos grupos trabalharam nas oneshots: Liquid Passion, Atlantis Dream, Fushichou e Attractive Fascinante.

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Chou Dakaretai Otoko

Meu segundo mangá da Chitose Piyoko! Para verem como gostei desse mangá, eu o li ontem para escrever sobre ele hoje e já tinha esquecido da história. Tive de dar uma olhada rápida para relembrar. Chou Dakaretai Otoko é bom desse jeito! 

História? Pra que história? Tem meninos bonitos transando em metade das páginas. De que mais você precisa em um mangá yaoi? Enredo? Personalidades para os personagens? Pfff, coisas supérfluas. Ok, vou desativar meu sarcasmo (em parte) e vamos falar sério desse mangá...  Asakura Shinobu é um ilustrador novato, ainda estando na escola. Ele mora com Kouki, seu primo, que age como um cuidador, cozinhando e limpando para ele. Ocasionalmente, Kouki pede beijos para Shinobu em troca de sua ajuda, sendo sempre negado (Kouki até diz "eu vou te estuprar~" como resposta a Shinobu). Enfim, Shinobu encontra Riku, um ex-vizinho e amigo de infância, que o convida para sair e tal. Os dois acabam na cama, mas não chegam a transar, porque Shinobu pensa constantemente em Kouki

Eventualmente, o Riku consegue para Shinobu uma entrevista com um autor famoso, Shirakura Yuushi, que convida o ilustrador para seu apartamento e começa a dar em cima dele. Aparentemente, Riku não só sabia disso como armou tudo para Shirakura e Shinobu ficarem juntos. Chegando em casa, ele não consegue dizer nada para Kouki sobre o que aconteceu... Mas Kouki descobre de qualquer forma, quando Riku volta à casa de Shinobu para se desculpar e dizer que está atraído por Shinobu. Esse, também, acabou sendo o estopim para o relacionamento de Kouki e Shinobu evoluir, os dois ficam juntos, etc. Shinobu, sei lá o porquê, continua fazendo mimimi e não querendo admitir seus sentimentos por Kouki. Podia ter acabado aí, mas a história segue por mais três capítulos, que só servem para proporcionar mais cenas de smut.

Também tem uma oneshot. Lembra outro mangá que eu li antes. Um artista, Haru, por algum motivo, acaba se perdendo na selva e é resgatado por um (cara que parece ser) nativo. Ele começa a sentir uma conexão com esse cara, apesar de não conseguirem se comunicar verbalmente, especialmente depois de ter sido salvo (novamente) por ele. Em certo momento, ele expressa vontade de voltar ao Japão, mas diz preferir ficar com Lebu na ilha. 

Esse mangá é tão ruim quanto o primeiro que eu li. A arte da Chitose Piyoko é uma questão de extremos: ou você gosta ou você odeia. Eu estou no segundo grupo. Quem gosta da arte dela e também curte bastante sexo sem enredo, vai gostar desse mangá. Muitos dizem que esse mangá é "fofo" ou "meigo". Me pergunto EM QUE parte enxergaram meiguice. O Shinobu é um baita capacho e foi abusado duas vezes, tanto pelo Riku como pelo Yuushi, não parecendo ser capaz de entender que não dá pra confiar nesses malucos. A única meiguice que consigo imaginar ser possível é, talvez, os sentimentos do Kouki para com o Shinobu e talvez o casal da oneshot. Mas mesmo assim, isso é forçar a barra.

   

O tão falado smut presente nos mangás dela foi mais perturbador do que qualquer outra coisa nesse mangá. Especialmente no quarto (acho) capítulo, com um apetrecho que fez com que eu me arrepiasse de dor imaginária. Alguns momentos foram mais ou menos engraçados, tipo o autor de mangás no capítulo... 3? Acho. Não tem como, não consigo encontrar razões para esse mangá merecer uma nota maior que "3". 

Tradução do Attractive Fascinante, of course.

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Zankokuna Kimi to Tomoni

Já me disseram que eu deveria dar uma segunda chance para os autores, antes de afirmar que não gosto deles. Caí na bobeira de dizer um fórum que não gostava da Chitose Piyoko e as fujoshi me apedrejaram. Por isso, vou ler 13 mangás de autoria dela. Por quê 13? Porque sim. A bola da vez é Zankokuna Kimi to Tomoni. Esse foi o único mangá dela que eu já li, antes de começar essa série de comentários, e foi o suficiente para me fazer decidir que não gosto dela. 

Narushima (nem lembro o primeiro nome dele) é o presidente de uma empresa que está prestes a falir. Estranhamente os bancos e empresas que costumavam fazer negócios com ele repentinamente pararam. Isso o faz ir à última empresa pedir ajuda, que, para a surpresa dele, é de propriedade de seu "irmão" mais novo, Isami Soushi. Na verdade, os dois não são irmãos: a mãe de Soushi casou com o pai de Narushima. Narushima, entretanto, nunca aceitou Soushi como seu irmão e o maltratou muito, até o falecimento da mãe de Soushi, momento que ele foi "abandonado" pela família e seguiu seu próprio rumo, acabando bem-sucedido.

A falência da empresa de Narushima foi obra de Soushi, que queria ter Narushima sem nenhuma opção a não ser ele para salvar a empresa. Eu achei interessante e estava preparado para ver uma história de tortura e humilhação, por causa de uma vingança. Só que de cara o Soushi já diz que nunca culpou nem odiou o Narushima por nada, tendo se esforçado tanto para se tornar um irmão ideal para o Narushima. Hmm. Ok. Apesar disso, ele rapidamente estupra o Narushima, em troca de auxilia-lo financeiramente. Eu achei que isso fosse se arrastar mais, mas não. Soushi perde o cargo, tipo 15 páginas depois. E esse é o argumento perfeito que a Chitose Piyoko criou: agora Narushima não precisa mais de auxilio financeiro, mas percebe seus sentimentos por Soushi e os dois ficam felizes para sempre, fazendo kinky sex.

Ah, é. Tem uma oneshot também. Haruki tirou o primeiro lugar nos exames nacionais (tipo o ENEM japonês do ginasial) e, por isso, foi convidado a entrar numa escola chique. Em troca de entrar na escola, ele diz que quer que o diretor, Fuchigami, se torne dele. Wow! Sexo em troca de favores! Nunca vi nada assim antes... Nem parece com a idéia básica da primeira história. Ao contrário do capacho do Narushima, o Fuchigami meio que dá o troco em Haruki. Foi a semente de um enredo legal que a Chitose Piyoko podia ter desenvolvido um pouco mais. 

Primeiro motivo pelo qual não gosto desse mangá: ele é adepto da idéia de que estupro resulta em amor. Segundo: detesto personagens abusivos e o Soushi é abusivo pacas desde o início do mangá, apesar de ficar mais ameno depois. Terceiro: inconsistência da autora na forma de retratar o Soushi, que como até meio (?) perturbado mentalmente e passa a ser mostrado de uma forma super simpática, tímida e carinhosa. Quarto: tentativas esdrúxulas em justificar o comportamento do Soushi, porque, afinal (sarcasmo on), se ele sempre foi apaixonado pelo Narushima, nada mais justo do que estuprá-lo na primeira oportunidade, né? 

  

Vocês vão me ver escrevendo isso MUITAS vezes ainda, mas aqui vai a primeira vez: eu acho a arte dessa autora simplesmente pavorosa. É horrível. O traço dela não é bonito, os personagens são estáticos, os corpos são esquisitos, a anatomia mandou lembranças... Odeio a arte dela. Além disso, ela é a favorita das fujoshi em termos de fazer cenas de sexo muito quentes. Pfff. Não me façam rir. Não tem nada demais. O único ponto ""favorável"" é que as cenas são pouquíssimo censuradas e muito explícitas. Ainda assim, as cenas acontecem tão frequentemente que perde a graça e o interesse. Não tenho como dar uma nota maior que "3" para esse mangá, mesmo pensando nele como um PWP escrito somente por essas cenas pornográficas.

Como praticamente todos os mangás da Chitose Piyoko, a tradução para o inglês é do Attractive Fascinante.