quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Liar Game

Vi algumas pessoas chamando Liar Game de "cópia de Death Note" por aí. Acho que esse tipo de comentário é demasiadamente simplório e reducionista, não valorizando os méritos desse trabalho de Kaitani Shinobu e ignorando o fato de que Death Note não é o primeiro, nem o único mangá em que a manipulação e o pensamento lógico têm destaque. 

Kanzaki Nao é uma protagonista dessa história. Ela é conhecida por ser uma pessoa muito honesta, ao ponto de ser considerada boba e tola, mas acaba sendo escolhida para participar do "Liar Game". Como o nome diz, esse é um jogo de alto risco, com apostas pesadas, em que sua vitória depende da sua habilidade de enganar o adversário e roubar o dinheiro dele. Em contrapartida, perder o jogo significa receber uma dívida gigantesca com a companhia misteriosa que organiza o jogo. 

Inicialmente, Nao recebe uma caixa contendo 100 milhões de ienes e um cartão confirmando sua participação no jogo. Devido a sua ingenuidade, ela é logo enganada e tem o dinheiro do jogo roubado por seu adversário. Então, ela decide pedir a ajuda de um golpista, Akiyama Shinichi, para ajudá-la a se livrar da dívida gigantesca. Com esse início, os dois acabam se unindo para serem participantes desse jogo, tendo como objetivo salvar todas as outras pessoas que acabaram nesse jogo devido às dívidas que adquiriram e desmascarar essa companhia que organiza os jogos.

Como eu comentei, a Nao é a principal personagem da história (ao lado do Akiyama, mas ela tem mais destaque). No início, ela é irritante. Estúpida, boba, fácil de enganar, sempre dependendo do Akiyama pra tudo, chorona... Aos poucos, entretanto, ela vai aprendendo com o jogo, com o Akiyama e com os adversários a ser mais forte. Ela continua honesta e pura, mas ela se torna mais perspicaz e astuta. Em contrapartida, o Akiyama é um gênio e consegue bolar as melhores estratégias para garantir vitórias tanto para si próprio quanto para a Nao, bem como ajudar os demais jogadores. Outra personagem que eu gosto muito é Fukunaga Yuuji. Ela é uma travesti muito inteligente, manipuladora e forte. Fukunaga está no jogo por ser uma pessoa muito gananciosa, o que acaba, muitas vezes, sendo sua maior fraqueza no jogo. O restante do elenco muda com frequência. A maior parte dos personagens consegue ainda mostrar que há um lado de bom em si, apesar desse jogo trazer o pior de que há nas pessoas. Nao argumenta que o ponto desse jogo é continuar honesto, apesar de tudo (algo que ainda não foi confirmado nem refutado, até onde eu li).

  

A arte pode ser considerada um dos pontos fracos desse mangá. No início, as pessoas são desenhadas de forma desproporcional e alguns rostos são esquisitos, para dizer o mínimo. Progressivamente, a arte vai se tornando cada vez melhor e mais expressiva. Eu curti bastante o mangá, sendo que acredito que os personagens tornam a história muito mais interessante do que as situações em que se encontram. Algumas vezes, assim como Death Note, eu fico impressionado (e até incrédulo) com a capacidade estratégica das pessoas nesse mangá! As explicações que o Akiyama fornece são muito legais. Vou dar nota "9".

Muitos grupos trabalharam na tradução para o inglês. O primeiro foi o Null e o mais recente é o TDX.

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