sexta-feira, 31 de maio de 2013

Primeiro capítulo: Interval Zero

Watarumi Naho é uma escritora no gênero BL, sendo que colabora com mangakas para ilustrarem suas histórias. O diferente é que ela teve uma ótima idéia: escreveu duas histórias se passando no mesmo ambiente, que compartilham personagens, e fez com que autoras diferentes ilustrassem cada uma delas. Suzukura Hal, dessa forma, é a ilustradora dessa história chamada Interval Zero.

O cenário é o seguinte: há uma determinada escola com um excelente programa para atletas, fazendo com que os alunos se dividam em "Alunos do Programa Geral" e "Alunos do Programa de Esportes". Existe uma grande rivalidade entre esses dois grupos, sobretudo no conselho estudantil. Kadokura é o presidente do conselho estudantil, aluno do Programa Geral, sendo também o filho de um treinador de esportes. Por causa disso, quatro outros colegas de escola moram em sua casa, uma vez que foram "recrutados" de longe e são treinados por seu pai. Kadokura, por isso, acaba sendo responsável por cuidar desses colegas, cuidando dos afazeres domésticos e obedecendo os pedidos dele. Sua situação é ruim e se torna ainda pior por causa de Kima, um dos alunos que mora em sua casa, que é rude e grosseiro com ele. Tudo, entretanto, fica mais confuso quando Kima beija Kadokura.

Não sei se é porque eu gosto muito, muito, muito da história-irmã desse mangá, mas eu achei tão bobo esse primeiro capítulo. A história não é nada instigante e os personagens não são atrativos. Acho que Kadokura parecia infinitamente mais interessante interagindo com Kasukabe no outro mangá desse projeto. Bem, esse primeiro contato com a história me deixou profundamente decepcionado, mas vou me esforçar para ler os próximos. Tenho esperanças de que a história melhore e, mesmo que não chegue ao nível da outra, seja memorável.

  

Não sou um grande fã da Suzukura Hal. Não acho o estilo dela ruim, mas sua arte parece tão estática e pouco graciosa... A história também não me interessou muito. Kima é um tipo de personagem que eu não gosto, então espero que ele se torne mais agradável nos próximos capítulos. Nota "6", porque eu ainda tenho esperanças. 

Crazy Kouzu Scanlations foi o responsável por traduzir o primeiro capítulo para o inglês. Não acho que está disponível em outras línguas.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Koitomo!?

Koitomo!? é uma história sobre personagens secundários de Katekyo! que roubaram a cena. Moegi Yuu teve o bom senso de explorar personagens que apresentavam o mínimo de fatores de interesse, ao contrário dos protagonistas da série original.

De qualquer forma, em Katekyo! somos apresentados a Haruka, que é um parente e ex-aluno de Kaede, e a Tokiwa. Enquanto o primeiro é extrovertido e extremamente popular (apesar de esconder uma personalidade cruel), o segundo é admirado, mas apresenta um semblante frio e sério e, por isso, não há muitas pessoas que se aproximam dele. Tokiwa deseja que as outras pessoas gostem dele e fazer amigos, mas não tem muita habilidade com isso. Uma das poucas pessoas que interage com ele, além de Kaede, é Haruka. 

Já em Koitomo!?, que se passa após Katekyo!, temos Haruka e Tokiwa já namorando. O enredo gira em torno de Haruka estar ficando frustrado devido a personalidade fria e indiferente de Tokiwa, que tem dificuldade em falar como realmente se sente. Haruka coloca Tokiwa na parede logo no primeiro capítulo, questionando se ele o ama como um amigo ou como um namorado. Tokiwa, entretanto, nunca conseguiu ter amigos e, por isso, não consegue mensurar seus sentimentos. Por isso, Haruka decide "recuar" para que ele tenha tempo de pensar sobre seus sentimentos.

Apesar de não ser inovadora, essa história me interessa mais do que Katekyo!?. Em primeiro lugar, Tokiwa e Haruka fogem de alguns estereótipos do padrão "seme e uke". Isso por si só já me agrada muito. E, em segundo lugar, gostei mais da forma que o relacionamento deles foi construído. A arte é muito bonita, o que não é nenhuma novidade, mas adoro a forma que a autora desenha o Haruka.

  

De um modo geral, esse mangá é uma história que mantém o leitor entretido. Não é a história mais original ou instigante do mundo, mas é uma história bastante razoável com vários pontos positivos. Por isso, nota "7" para ela.

Quem está traduzindo para o inglês é o Blissful Sin. Lembro de ter visto que está sendo traduzido para o espanhol, e uma rápida pesquisa no Google deve descobrir qual o grupo responsável.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Katekyo!

Eu realmente não gosto desse mangá, nem dessa autora.  Não foi por falta de tentativa, já que eu li Katekyo! mais de uma vez, devido a sua popularidade, e realmente me esforcei para gostar da Moegi Yuu, porque a arte dela é bem agradável... Mas não dá. Esse post serve como lembrete para que eu não tente ler essa série de novo, porque eu não vou gostar mesmo.

Katekyo! é o termo japonês para "professor particular" ou "tutor particular". Sabe, você tá se dando mal em matemática, aí seus pais pagam alguém para te dar aulas. No Japão, é comum que universitários sejam contratados para ensinar colegiais ou ginasiais. Dessa forma, é fácil adivinhar o enredo da história: Rintarou tem uma queda, ou melhor, um tombo por seu professor particular, Kaede. Ele ainda não se deu conta disso, então resolve ir mal em uma prova de propósito para tentar se livrar de Kaede. Isso não só falha, como faz com que Kaede resolva ajudá-lo a relaxar (da forma que isso ocorre em mangás yaoi, né, gente) e ele descubra que está, realmente, apaixonado por seu sensei. Rintarou, então, passa a se preocupar por não conhecer os verdadeiros sentimentos de Kaede.

O enredo fica ainda mais tosco contado assim. Também há outras histórias (oneshots, twoshots...) junto com Katekyo!, mas não vou comentar uma por uma aqui. Vou só destacar duas. "The start of love is XXX", que é sobre um aluno que se encontra atraído por um professor super-severo. Tinha potencial, mas a repentina mudança de personalidade do professor me deu nos nervos. Também tem "Melancholic Trickster", sobre um host e seu vizinho, que, na verdade, é seu meio-irmão (não é spoiler, porque isso estava óbvio desde a terceira página). 

Eu já mencionei que não gosto de personagens verbalmente, sexualmente ou fisicamente abusivos. Kaede é os dois primeiros no início da história. Depois, ele vai ficando menos chato (por exemplo, achei engraçado o capítulo que ele tenta várias coisas para deixar o Rintarou irritado), mas ainda assim, definitivamente, não é o meu tipo favorito de personagem. Rintarou também não ajuda. É o típico uke-capacho. Não consegui gostar do casal, mesmo ao longo dos quatro volumes. Aliás, eu achei que a história é tão simplória que poderia ter acabado no primeiro volume. O único ponto que me despertou o mínimo de interesse foi o Haruka, que é um dos protagonistas de outra série que falarei aqui eventualmente. Os capítulos com a presença dele foram os que eu mais gostei.

  

A arte dessa autora é muito bonita. Adoro o modo que a Moegi Yuu desenha os corpos dos personagens. Acho legal como a arte consegue ser detalhada e "clean" ao mesmo tempo. Pena que o enredo não é lá grande coisa. Nota "6". Sim, meu gosto não é sempre "mainstream". 

Em inglês, quem traduz esse mangá é o Blissful Sin. Já para o português, a tradução é do Yaoi Home.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Cat Street

Kamio Youko é uma autora muito renomada no gênero shoujo, mas eu não sou um grande fã da obra mais famosa dela. Pelo contrário, detesto Hana Yori Dango. Algum dia, vou juntar paciência o suficiente para reler, mas não vejo isso acontecendo nos próximos meses. De qualquer forma, eu resolvi ler Cat Street e gostei. Infinitamente melhor do que o mangá que deixou essa autora famosa.

Aoyama Keito era uma atriz mirim. Em sua infância, ela fazia comerciais e peças de teatro, se destacando muito e parecendo ter um futuro promissor. Certo incidente, entretanto, destruiu sua carreira e a fez se excluir da vida social, parando de frequentar a escola e se trancando em seu quarto. Aos 16 anos, Keito continua vivendo reclusa, com vários problemas familiares, e adquiriu o hábito de vagar pelas ruas, sem rumo. Certo dia, ela encontra um estranho que a leva para El Liston, uma escola "livre" para alunos como ela, que não têm um local ao qual pertencem. Ainda que hesitante, Keito decide entrar para essa escola e, dessa forma, inicia um novo estágio em sua vida. Com a ajuda de seu único amigo de infância, Taiyou, e seus novos colegas Rei, Momiji e Kouichi, Keito começa a recuperar sua coragem e sua vontade de viver, também voltando a se importar com seu futuro...

Apesar desse sumário cobrir o enredo, ele é insuficiente. Por quê? Porque o grande mérito desse mangá não está em sua história em si, mas na forma como a autora a desenvolveu. É uma história profunda, sentimental. É uma jornada: descobrindo a si mesmo, descobrindo os outros, descobrindo o amor... É uma jornada cheia de obstáculos. O romance é um ponto importante dessa história, mas não é o primordial. O amor por si mesmo e o desenvolvimento de amizades são dois enfoques muito interessantes que Kamio-sensei usa aqui. Amor, amizade, drama, humor... Tudo está balanceado na medida certa.

O mangá inicia quando a protagonista está com 16 anos, mas a história segue por vários anos, mostrando como a vida, não só de Keito, mas de todos os que eram importantes para ela se desenvolve. O final da história é muito bonito também, com uma conclusão bastante simbólica que combina perfeitamente com a história que foi desenvolvida até então. O tema principal desse mangá é dar o seu melhor e nunca desistir, mas não da forma obstinada e tosca que aparece nos mangás shounen ou da forma rasa que outros shoujos trazem ("ai, ai, ele não gosta de mim, então vou ficar linda e encher o saco dele até que olhe pra mim"). Nesse contexto, todos os personagens parecem humanos e reais, lidando com problemas, desenvolvendo suas personalidades e ficando mais maduros durante a história. Cada um dos personagens tinha seu próprio jeito de ser e cada um deles permitia que você empatizasse com eles. Não há vilões. Apenas pessoas.

  

Em outras palavras, esse mangá é o pináculo dos mangás shoujo para mim. O melhor dentre os melhores. A caracterização é perfeita. O modo que a autora lida com questões emocionais sem ficar exagerado ou melodramático é perfeito. A arte é muito agradável. Nota "10". Um grande plus desse mangá para mim foi o final inesperado e o fato de eu não ter conseguido adivinhar o futuro romântico da Keito. Simplesmente adorei isso!

Foi traduzido para o inglês pelo grupo A Willful Muse. Já em português, a tradução foi feita pelo Mangás Space. Há um live action desse mangá, mas eu não assisti. É fácil de encontrá-lo pela internet!

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Koukou Debut

Mais um titulo shoujo nessa semana. Esse é outro dos poucos shoujo românticos que eu gosto. Koukou Debut é um mangá cheio de clichês, mas, ao contrário de outras séries, isso não se torna um problema, pois esses elementos são bem empregados e, de fato, funcionam. Li outros mangás shoujo da mesma autora, Kawahara Kazune, e também gostei; eventualmente irei comentá-los aqui.

Nagashima Haruna é a protagonista dessa história. Quando estava no ginasial, sua vida consistia em jogar softball e ler histórias em quadrinhos, mas, agora que entrou no ensino médio, Haruna decide colocar toda sua energia em arranjar um namorado e viver um grande romance. Essa situação dá o nome ao mangá: Koukou Debut significa "estréia no colegial", descrevendo essa mudança de vida que Haruna objetiva. Para ajudá-la nesse objetivo, Haruna pede a ajuda de um senpai, Komiyama Yoh, que concorda em treiná-la para que se torne uma menina atraente para os rapazes, desde que ela não se apaixone por ele.

É bem óbvio que essa condição, mais cedo ou mais tarde, será quebrada, mas ainda assim Koukou Debut consegue se manter interessante. O novo casal enfrenta cenários bastante estranhos (e cômicos!), mas também tem seus momentos tranquilos em que podem compartilhar seus sentimentos. Cada personagem da história é interessante a seu modo e tem seu papel na história. 

Haruna pode parecer a típica protagonista de shoujo, por esse simples sumário, mas ela não é. Ela é atrapalhada, gentil e tolinha, mas também é forte, determinada e valente. Eu realmente gostei dela nessa história, especialmente por ela ser tão engraçada, sendo que ela estabelece um grande contraste com Yoh, que é um herói relutante, sério e sincero. 

  

O grande ponto forte da história é como o relacionamento entre os protagonistas desenvolve e os faz se tornarem pessoas melhores, superando seus defeitos. Essa mangaka escreveu bem seus personagens, inclusive os personagens mais secundários, fazendo-os se tornarem bastante críveis. Nota "9" para esse mangá!

NCIS e Boku-Tachi o traduziram para o inglês, mas também foi publicado pela editora VIZ. Em português, as traduções do Manga Dream estão paradas há bastante tempo.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Akuma to Love Song

Vamos falar de alguns shoujo agora. Eu sou chato para mangás yaoi, mas eu sou muito mais chato para shoujo. Gosto de vários que não abordam a temática romântica (tipo Karneval), mas tenho dificuldade de achar mangás shoujo que me agradem. Costumo curtir mais os josei. Akuma to Love Song é um dos raros shoujo focados em romance que eu realmente curti. Escrito por Toumori Miyoshi, essa é uma história que desafia alguns estereótipos desse gênero. 

O grande destaque dessa história é sua protagonista, Kawai Maria. Ela foi expulsa de sua escola anterior, uma escola católica de muito prestígio, Escola para Meninas St. Katria, e acaba se transferindo para uma escola pública bastante medíocre, Escola Touzuka. A personalidade de Maria é bastante difícil, com uma língua ferina e um jeito de falar sem floreios, acaba fazendo com que todos desgostem dela, com a exceção de dois garotos. Kanda Yuusuke é super-extrovertido e popular, enquanto Meguro Shin é mais retraído, mas os dois acabam se interessando por essa garota estranha, com uma aura demoníaca e uma expressão arrogante. Maria, em sua nova escola, tem de lidar com bullying, novos colegas, se ajustar a um local novo e romance, enquanto fantasmas de seu passado voltam para assombrá-la. 

Maria é uma das melhores protagonistas de shoujo que há por aí. Essa não é uma história que permite que o leitor aponte o dedo para um personagem X e afirme que ele é uma boa ou má pessoa. Todos os personagens dessa história são multifacetados, ora tomando atitudes boas ou ruins. Maria, mesmo, que é tão arrogante e insensível, muitas vezes age dessa forma por pura ignorância, não sendo completamente ruim. O mesmo se aplica a Anna, que alguns leitores apontam como uma vilã da história. Não dá para chamá-la dessa forma, uma vez que ela possui várias justificativas para suas ações e, assim como os demais personagens, está sofrendo por várias circunstâncias.

Eu gostei da arte desse mangá de um modo geral, mas tive dificuldades para me acostumar com a forma que a autora desenha o rosto de Maria. A forma que ela é desenhada destoa dos demais personagens, sobretudo quando estão em forma "chibi". 

  

Gosto muito dessa história, sendo um dos melhores shoujo românticos que eu já li. Por isso, acho que uma nota "8" é bastante cabível. Como esse mangá ainda não foi completamente traduzido, não sei como é o final. Dependendo da forma que a autora lidar com essas questões finais, posso mudar de idéia quanto à nota.

Vários grupos trabalharam na tradução desse mangá para o inglês, sendo que atualmente um grupo chamado Akuma Love Scans trabalha nessa tradução. Quem trabalha nesse mangá em português é o Redisu.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Karneval

Tentei ler Karneval há alguns anos, mas não curti e desisti de ler. Tanto me encheram o saco que resolvi dar uma olhada na adaptação em anime dessa obra de Mikanagi Touya e acabei curtindo. Por isso, decidi dar uma segunda chance ao mangá.

A história não é simples e tem vários aspectos bem originais. Apesar disso, acho que o grande diferencial desse mangá não é seu enredo, mas sim a arte e os personagens. A arte é belíssima e cada um dos personagens tem alguma característica interessante ou envolvente. Sério, é difícil desgostar de algum deles, apesar de ser muito, muito fácil eleger favoritos. O anime é bem interessante, por mostrar as cenas de luta animadas (que são complexas e detalhadas pra caramba, diga-se de passagem), mas eu acho que ainda assim prefiro o mangá.

Bem, Karneval fala sobre Nai, um "menino", que está procurando por seu "irmão" desaparecido, Karoku. Muitas aspas porque nada é o que parece em Karneval. Bem, em sua jornada, ele acaba esbarrando em Gareki e os dois acabam se envolvendo com uma organização chamada Circus, na qual eles ficam amigos de dois agentes dessa organização, Yogi e Tsukumo. Essa organização funciona como um "FBI" do mundo fictício em que a história se passa, com o adicional de fazerem performances circenses para alegrarem a população durante suas investigações. Aos poucos, são apresentadas informações sobre os quatro personagens principais e a chave para todos os mistérios parece ser o tal Karoku.

Cada um dos protagonistas tem uma personalidade distinta e uma função clara no grupo. Nai é fofo e gentil, não conhecendo muito além da vida que teve junto de Karoku. Gareki é rebelde e anti-social, sofrendo por algumas situações do passado. Yogi é engraçado, infantil e otimista, enquanto Tsukumo é quieta, mas extremamente talentosa. Apesar de não terem nada a ver uns com os outros, acabam se aproximando cada vez mais.

  

Muitos apontam esse mangá como sendo shounen ai, só que não é o caso. Já vi comparações com outros animes com um setting parecido (em termos de protagonistas) como K ou No. 6, mas acho que cada uma dessas séries tem seus focos e seus méritos. Karneval é uma série interessante, com vários pontos positivos. Nota "9", portanto. Acho que agradará os fãs de aventura e fantasia.

Os grupos Scarlet Carnival e L.O.V.E. traduzem esse mangá para o inglês, enquanto em português tem alguns grupos trabalhando nessa série, como Onegai Manga em parceira com Redisu

quarta-feira, 15 de maio de 2013

10 Dance

Eu adoro quando as autoras desenham pessoas realizando movimentos complexos ou inusitados, por isso fiquei curioso quanto a 10 Dance, um mangá que, obviamente, trata sobre dança. A capa já é um indicativo da arte linda da Inoue Satou, que combinou perfeitamente com os passos de dança que ela ilustrou ao longo dessa história.

Somos logo de cara apresentados aos personagens principais: Shinya Sugiki e Shinya Suzuki. Os dois são dançarinos profissionais sendo que o primeiro é especializado em valsa (e outras danças européias) e o segundo, em danças latinas. Apesar dos nomes serem parecidíssimos, os dois não poderiam ser mais opostos tanto em personalidade quanto em estilo de dançar. Sugiki propõe para Suzuki uma troca: ele ensinará a Suzuki danças européias enquanto o outro o ensina danças latinas. O objetivo disso é participar da grande maratona da dança, o evento "10 Dance". Suzuki inicialmente recusa a proposta, logo reconsiderando por se sentir desafiado e impressionado por Sugiki.

O ponto forte desse mangá são as cenas de dança. São bem ilustradas e, diga-se de passagem, sensuais. Os protagonistas não são muito afeiçoados um ao outro no início, mas isso gradualmente vai mudando conforme os capítulos se passam. Não há muito acontecendo nesse mangá: ele é bem focado no treinamento de dança dos dois personagens. Não vejo isso como um ponto negativo... Se é um mangá sobre dança, ora, que dancem!

  

Eu diria que essa história, até onde eu li, é uma nota "8" se aproximando de um nove. Gostei muito dos personagens, da arte e, como eu enfatizei aqui, das cenas de dança. Algumas pessoas irão achar o estilo da autora "bara", mas eu particularmente não achei demais.

Esse mangá é traduzido para o inglês pelo grupo Nakama. Não sei se está disponível em outros idiomas.

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Toshishita no Ryuugi

Tem vários mangás com um plot basicamente igual ou ridiculamente parecido com esse, mas resolvi ler Toshishita no Ryuugi assim mesmo. O que me convenceu foi uma capa da revista Chara ilustrada pela autora, Maruya Kae, com os personagens da história. Gostei do design dos personagens e resolvi fazer uma tentativa, mesmo que o resumo do Baka-Updates não me interessasse nem um pouco.

Basicamente, o resumo da ópera é que Yusuke, um modelo que também trabalha como garçom, terá de dividir seu apartamento com seu irmão mais novo, Atsushi, agora que ele veio cursar a universidade. Os dois não são irmãos de sangue: a mãe de um casou com o pai do outro. Yusuke tinha uma boa relação com seu irmão quando eram mais novos, tendo o ensinado a jogar basquete, mas acabaram passando muitos anos sem se falar. Isso fez com que agora que estão, novamente, se encontrando e tendo de conviver um com o outro percebam o quanto mudaram durante esse tempo. Um ponto importante da história é que Yusuke desenvolveu um complexo de inferioridade em relação a seu irmão, pois o ensinou a jogar basquete e logo foi ultrapassado por ele. 

Eu não tenho certeza se posso afirmar que gosto ou que não gosto desse mangá. Ele é "ok". A arte dessa autora é bonita, sendo que as roupas que ela desenha são muito legais, mas o enredo é clichê e não tem nada de especial. Esse mangá não trouxe nada de novo ou de interessante. Eu não consigo gostar desse mangá o suficiente para fazer elogios, mas ele também não me incomodou ao ponto de eu só ter reclamações. 

Um ponto negativo que eu senti foi que há muitos personagens interessantes na história, mas nenhum deles recebe destaque. Os dois protagonistas - Yusuke e Atsushi - são personagens que, com certeza, você já viu em outro mangá por aí. Outro é que os diálogos são simplórios e os desenvolvimentos do enredo são completamente previsíveis, 

  

Dessa forma, esse mangá é um que, com certeza, não vai ocupar espaço no meu HD cerebral. Logo vou esquecer dele, pois não há nada que seja marcante o suficiente para me fazer querer ler de novo. Por isso, uma nota "6". Não é que seja ruim. Mas também não é bom.

Esse mangá foi traduzido pelo Lemon Pie Lovers para o inglês, sendo que o Dangerous Pleasure e o Nakama também o traduzem. Não cheguei a verificar se foi traduzido para outros idiomas.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Abarenbou Kareshi

Hoje é mais uma vez o dia "Faust-exalta-as-qualidades-de-uma-das-mangakas-favoritas-dele"! A escolhida da vez, como já foi algumas vezes e ainda será novamente, é a Junko-sensei! Aplausos, por favor, para essa autora maravilhosa. Resolvi reler o segundo mangá dela que eu li e me apaixonei de novo por ela. Abarenbou Kareshi foi o primeiro ou um dos primeiros mangás dela a ser traduzido e divulgado no exterior. Apesar de ser o trabalho mais antigo dela (excetuando doujinshis), ele apresenta muitas qualidades e características recorrentes nos trabalhos da Junko.

Abarenbou Kareshi é composto por três histórias curtas. A primeira dela, que ilustra a capa e dá título ao mangá, é sobre dois amigos de infância. Naoto tem uma aparência adorável que chama a atenção, mas sua personalidade é o oposto disso. Ele é violento, rude e homofóbico. Isso é um grande problema para Hajime, que se descobriu apaixonado por seu amigo. Esse resumo também é comum a outros mangás, mas o modo que Junko executou é inusitado. Novamente, ela consegue combinar sua arte linda com personagens fazendo expressões faciais convincentes e, ainda, adicionar aqueles diálogos que poderiam ser brega, mas acabam sendo adoráveis. 

A segunda história trata sobre irmãos. O pai do personagem A casa com a mãe do personagem B e, mesmo não sendo relacionados por sangue, começa o "mimimi" de não podemos ficar juntos porque, oh céus, somos irmãos. Esse cenário já foi feito e refeito toneladas de vezes por várias autoras diferentes, mas a Junko consegue dar uma pitada de inovação. Shinji descobre que seu irmão mais novo está afundado em dívidas. Ele fica ainda mais chocado ao descobrir que Haruki contraiu essas dívidas por gastar dinheiro com profissionais do sexo. Apesar de eu não estar esperando por isso, achei a idéia interessante, mesmo que eu não tenha gostado tanto dessa história. O grande destaque desse capítulo foi a arte da Junko nas cenas "calientes". 

Por fim, para encerrar esse mangá com chave de ouro, temos a história de dois meninos que se conheceram quando pequenos e voltam a se encontrar. Isso também já foi feito e refeito, mas, novamente, Junko traz alguns elementos diferentes. Dessa vez ela sai completamente vitoriosa e faz a melhor das três histórias. Hara Shuuji, após o divórcio de seus pais, precisou trocar de escola. Ele se esforça para causar uma boa impressão em seus colegas, mas tudo acaba indo por água abaixo quando reencontra Yoshie Kennichi. Apesar de ter sido, aos olhos de Shuuji, um menino bonitinho e chorão na infância, Yoshie é, agora, um delinquente temido. Shuuji fica perdido ao ver uma pessoa completamente diferente do que lembrava. Só digo isso: essa história é hilária.

  

Junko é uma das minhas autoras favoritas, se não for a minha "grande favorita". Tenho um carinho muito grande pelos trabalhos dela e esse não é exceção. Acho que pela combinação de "arte bonitinha", "humor", "elemento clichê revisitado" e "diálogos e monólogos bem-escritos", ela ganha uma nota "10" de mim.

Esse mangá foi traduzido há alguns anos pelo grupo Corrupted Fetishes para o inglês. Não sei se foi traduzido para o português, mas também é fácil achá-lo em espanhol. 

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Primeiro capítulo: Hoshii Mono Zenbu

Fazia algum tempo que eu queria ler um mangá da Yamada Nichoume. As resenhas sobre ela costumam ser positivas, sobretudo elogiando a arte, então estava na minha lista de desejos há um bom tempo. Um grupo decidiu traduzir Hoshii Mono Zenbu, que é uma coleção de oneshots dela. Por isso, resolvi comentar sobre o primeiro capítulo que pude ler e expressar uma opinião inicial, muito sujeita a mudar conforme eu puder ler as outras histórias.

Nesse primeiro capítulo, temos um contexto de restaurantes, que é um ambiente que eu costumo curtir em mangás, mas a história me pegou de surpresa. O que menos importa aqui é o contexto, mas sim os personagens e seus segredos. Murata está em uma situação complicada: não conseguiu renovar o contrato de aluguel do seu apartamento e seu carro ficou estragado depois de um acidente. Ele decidiu morar em um hotel, enquanto procura um novo local, mas seus colegas de trabalho sugerem que ele vá morar com Isozaki, outro colega, nesse tempo. Isozaki, que nunca pareceu ir com a cara de Murata, topa recebê-lo.

Murata fica preocupado que seu "segredo" possa ser revelado, ao morar com alguém, e nem precisa dizer que é exatamente isso que acontece logo de cara. Murata depila seus pelos pubianos. Uma namorada dele fazia isso e ele adquiriu o hábito, pois, quando os pelos voltam a nascer, a região "comicha" e ele fica excitado. Bem, ninguém pode dizer que a Yamada Nichoume não é criativa, não é? Bem, Isozaki fica mais do que um pouco interessado nessa descoberta e se oferece para depilar Murata. É. É isso.

Apesar da história ser simples e despretensiosa, achei a idéia dessa autora muito boa. Ela adicionou um ponto de interesse, que compensa a simplicidade da história e dos relacionamentos, mas que, com certeza, irá atrair os leitores nem que seja por ser muito inusitado. E, sim, é verdade: a arte da Yamada Nichoume é ótima. Os personagens que ela desenha são sensuais. Não tenho outra palavra para descrevê-los.

  

Aguardo ansiosamente os próximos capítulos desse mangá. Acho que uma nota "8" é adequada, pois, a partir desse primeiro capítulo, acho que esse mangá é promissor. Fico na expectativa que os próximos capítulos sejam tão interessantes quanto esse primeiro.

Em inglês, essa história está sendo traduzida pela Kokiden em conjunto com Weiberregiment. Não creio que esteja disponível em outro idioma.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Hana no Migoro ni

Eu comentei sobre Hana no Mizo Shiru aqui há algum tempo. Dessa vez, queria comentar sobre os dois capítulos que fazem um fechamento da história: Hana no Migoro ni. Apesar de serem os capítulos para "encerrar" a história, continuam dando aquela vontade de ler mais sobre esse casal. Takarai Rihito prepara mais uma excelente história.

Essa história deve ser lida somente após de Hana no Mizo Shiru, pois, logo de cara, temos Misaki e Arikawa vivendo juntos na casa que foi do avô de Misaki. Também começam os monólogos dos personagens comparando o momento presente com o passado, já que alguns anos se passaram desde o término da prequel dessa história. Cheguei a revirar os olhos quando uma cliente de Arikawa - agora um advogado - se mostrou interessada nele. Pensei: "pronto, agora o Misaki fica com ciúmes e temos um perfeito mangá clichê". Felizmente, não é isso o que acontece. Arikawa, em seguida, fala com sua mãe e decide fazer uma visita, levando Misaki junto de si. A partir disso é que Misaki começa a se preocupar. Pensa que os pais de Arikawa querem ver seu filho casado e formando uma família. Ao pensar na carta, ele conclui que logo os dois terão de se separar.

O desenvolvimento não é tão inusitado; há outros mangás que se desenvolvem dessa forma. Acho que foi a forma como a Takarai Rihito ilustrou e narrou essa história que fez com que fosse especial. Há uma sensibilidade nessa história, que é bastante agradável. Bem, os dois vão visitar a familia de Arikawa e lá conhecemos os pais dele e sua irmã. Misaki, que estava apreensivo sobre visitar a casa de seu namorado, logo relaxa, sendo pego de surpresa com as maluquices da irmã de Arikawa e com o jeito acolhedor da mãe dele.

Não vou contar o que mais acontece, já que são apenas dois capítulos e não tem como comentar sem estragar as surpresas. Só um spoiler: o final é feliz e muito, muito adorável. Takarai Rihito se superou nos aspectos românticos e sentimentais dessa história. Antes, mesmo os trabalhos mais famosos dela, eram só ilustrações de histórias de outros autores. Nessa, ela escreveu o enredo e ilustrou, provando que consegue ser boa em criar histórias também.

  


Eu achei esses dois capítulos, sobretudo as últimas páginas, realmente bem escritos e bonitos. Nota "10"! Não tenho muito a acrescentar, além de recomendar essa leitura para todos que gostaram de Hana no Mizo Shiru ou que estão procurando um mangá delicado para ler.

O primeiro capítulo foi traduzido, até onde eu sei, por anônimos, mas o segundo foi pelo grupo novo Kagerou Scans. Creio que, por enquanto, só está disponível em inglês.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Kuroneko Kareshi no Asobikata

Não é um mangá brilhante, do ponto de vista de uma boa história ou de personagens interessantes, mas Kuroneko Kareshi no Asobitaka é uma fonte maravilhosa de "eye-candy". A arte bonita e detalhada de sua autora, Sakyo Aya (conhecida também como Ukyou Ayane), fazem desse mangá um banquete para os olhos. 

Nesse mangá, existe uma pequena porcentagem da população do mundo que evoluiu de gatos. Essas pessoas conseguem assumir tanto forma humana como felina. Existe mais de um tipo desses gatos-humanos, alguns selvagens e outros domésticos. O protagonista da história, Shingo, é uma dessas pessoas e vive sua vida despreocupadamente, com algumas amantes e usando a desculpa "é porque sou um gato" para tudo. Ele trabalha com um amigo seu, Sakagami, montando cenários para filmes ou fotografias. Enquanto montam um cenário, Shingo acaba conhecendo Kagami Keiichi, um ator renomado, que fica impressionado com a agilidade felina do nosso protagonista. Após o trabalho, um dia, Shingo vai beber com seus colegas, incluindo o tal ator. Após beber um vinho suspeito, Shingo perde a consciência e, quando a recupera, está na cama com Kagami. Além de um ator famoso, Kagami revela também ser um desses felinos, no caso, um leopardo.

A partir daí, há várias cenas explícitas, uma depois da outra. Não que eu esteja reclamando, porque a arte dessa autora é muito, muito bonita. As cenas que ela desenha são incrivelmente sexy e muito detalhadas. Já no aspecto enredo... Não tem muito acontecendo. A história é mais voltada para esses encontros puramente sexuais entre os dois personagens. As expressões faciais que eles ficam durante e após esses encontro dão a entender que haverá uma problematização sobre o que eles realmente sentem. Porém, assim mesmo, o porn e o moe (orelhas de gato!) são os principais aspectos desse mangá.

  

Eu acho que recomendo para qualquer um que esteja procurando um mangá com uma arte bonita e uma história nem um pouco complicada. Nota "7" para mim em termos de "conjunto da obra", mas nota dez se o critério for sensualidade somente.

Esse mangá foi traduzido para o francês pelo grupo Black Butterfly. Em espanhol, pode ser encontrado pelos grupos Sweet Yaoi e Sentimiento Yaoi. Já em inglês, há dois grupos traduzindo essa série, sendo que um deles é o Girls' Generation Scanlations.