Fico muito surpreso por ainda não ter comentado um mangá da Fujiyama Hyouta. Até porque ela é uma autora de quem eu gosto muito. Todos os mangás dela merecem ser lidos, mas hoje gostaria de destacar a história Warito Yokuaru Danshikouteki Renaijijou.
Nanase Kouichi e Taira Tsuguharu (mais conhecido por seu apelido: Heiji) são os únicos estudantes heterossexuais de uma escola em que, dizem, 90% do corpo estudantil é gay ou bissexual. As coisas começam a ficar estranhas quando Heiji dá um presente no White Day (o dia em que os garotos retribuem os presentes que ganharam de Dia dos Namorados) para Nanase. Heiji explica que justamente quer que boatos comecem, pois ele está sendo perseguido por uma garota que gosta dele e espera que, se boatos sobre ele ser gay e estar namorando Nanase surgirem, a garota desista. Apesar de esse ser o início de um relacionamento mais próximo entre os dois, que já eram colegas no clube de vôlei, na verdade a história sobre a stalker foi inventada por Heiji, justo por já gostar de Nanase. Nanase e Heiji apesar de bonitinhos, acabam sendo os personagens mais sem graça desse mangá, pois os personagens secundários são muito mais interessantes... O que salva um pouco a trama deles é a aparição de Nanase Youichi, irmão mais velho de um dos personagens. Ele estudou na mesma escola e, mesmo assim, é heterossexual, se opondo ao relacionamento dos dois.
Temos o amigo de Nanase, Saijou Hideki, que é alvo dos sentimentos de Mizusawa do primeiro ano. Saijou é bissexual e não está muito afim de um relacionamento sério, mas ao mesmo tempo não quer magoar Mizusawa, que acaba tomando Asano Kazuhiro, o enfermeiro da escola, como seu conselheiro amoroso. Também tem a história dos dois senpais do clube de vôlei e agora universitários, Furuya Ryousuke e Aikawa Kaname. Furuya tinha uma queda por Nanase e costuma gostar de meninos bonitinhos e delicados. Aikawa sempre gostou de Furuya, mas tem quase dois metros de altura e não é nada delicado, por isso sempre hesitou em expressar seus sentimentos. Quando Aikawa começa a dar aulas para Ohno Ryuhei, um garoto do ginasial, que está claramente apaixonado por Aikawa, Furuya acaba precisando encarar seus sentimentos por ele. Essas duas histórias paralelas são muito mais interessantes que a principal e ainda bem que a Fujiyama-sensei foi esperta o suficiente para explorá-las! Veremos mais sobre isso nas próximas postagens.
Também tem dois capítulos de uma história não-relacionada. Nessa história, é comum adquirir androides para fazerem o serviço doméstico ou para servirem como parceiros sexuais. Narita recebe um androide enviado por sua mãe, Akira, que foi programado para fazer as tarefas domésticas e cuidá-lo. Essa história traz discussões interessantes sobre se é possível amar um androide/robô, similares às que a CLAMP desenvolve em Chobits.
Esse mangá até não é o melhor das três histórias que a autora escreveu se passando nesse mesmo cenário (justo o contrário). Mas o grande mérito que essa história tem é justo não ser óbvia. Há vários momentos no mangá em que você espera um desfecho e acaba acontecendo algo diferente. Claro, nada revolucionário, mas os mangás no geral e os yaoi em especial costumam ser muito clichês, então é legal ver algo que vá contra o tradicional. Vou dar nota "8" e recomendo a leitura, pois é um trabalho diferente e bem engraçado.
Esse mangá foi traduzido em inglês pelo Bliss, até ser licenciado e publicado pela Juné sob o título Ordinary Crush (que não faz sentido nenhum e não tem nada a ver com o título original, diga-se de passagem).
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