Esse é o perfeito exemplo de mangá que, quando eu olho a capa, penso sempre: "será que eu li? Conheço a autora, mas será que eu já li esse...?". Sempre. Li hoje pela quarta vez, porque eu não tinha nem idéia sobre o que Paradise Baby tratava, apesar de a autora, Ootsuki Miu, não me ser estranha. Não sei que tipo de bloqueio mental eu tenho, porque sempre esqueço da história desse!
E, o pior, é uma história que eu acho muito boa: Shiroi, finalmente, está junto da pessoa que ama, mas mesmo assim não está completamente tranquilo. Isso acontece porque Sawa, seu namorado, tem um amigo muito, muito próximo chamado Micchan. Shiroi tenta agir de forma madura, sendo mais novo do que os outros dois, mas se sente incomodado toda vez que Sawa convida Micchan para sair junto com eles, sempre que planeja algo para ficarem sozinhos.
Ootsuki Miu ilustrou muito bem os sentimentos de Shiroi. Dá pra sentir e entender o desespero dele. A necessidade de afirmação e o medo que ele sente. Por isso, a relação dele com o Micchan, como cúmplices e "rivais" (unilateralmente) ao mesmo tempo, é muito bonita. Shiroi reconhece a importância que Micchan tem para Sawa e não quer interferir nisso, mesmo que a proximidade dos dois o acabe magoando. Nas palavras dele, "eu não quero abrir mão do Sawa-san para o Micchan-senpai, mas eu também não quero roubar o Sawa-san do Micchan-senpai". Mais legal do que a história de amor em si são essas relações não-românticas igualmente importantes.
Depois, há dois capítulos que contam a história de Kotera Akira. Certa vez, na escola, ele recebeu uma carta de amor, seus colegas descobriram e foram junto com ele no lugar marcado para a confissão. Chegando lá, quem queria declarar seus sentimentos era um outro menino. Kotera diz que não lembra do rosto do menino, mas que seus colegas riram muito dele por ter se declarado. Anos no futuro, ele relembra esses eventos e acaba descobrindo que esse menino do passado é Azuma Hideomi, um colega de trabalho. Então, ele decide consertar o que aconteceu e ser aberto quanto aos seus sentimentos. O que eu mais gostei nessa história é que Azuma não consegue acreditar em Kotera, depois de ter sofrido tanto sendo alvo de chacota no colégio. Não é fácil convencê-lo e ganhar uma segunda chance.
De um modo geral, esse mangá é bom. Não é revolucionário, nem nada, mas tem histórias interessantes. Nota "8", porque eu gostei muito da forma que as relações de amizade foram exploradas na primeira história e da forma que o personagem do Azuma foi construído.
Esse mangá foi traduzido para o inglês pelo grupo Tears and Rainbows. Dei uma olhada e o Yaoi Home o está traduzindo para o português.