Como eu comentei no post sobre a série original, Kanojo ni Naru Hi Another é uma sequel que se passa anos depois da primeira história, com um novo elenco de personagens. Apesar de eu ter gostado muito da primeira, acho que Ogura Akane está fazendo um ótimo trabalho - talvez até melhor - nessa segunda história.
De novo: no universo dessa história, a população de homens e mulheres precisa estar sempre em equilíbrio e, para isso, se o número de mulheres diminuir, alguns homens passam por um processo chamado "emergence" e se transformam em mulheres. Esse processo é mais comum em crianças, mas pode acontecer em adolescentes (como na primeira história) ou em pré-adolescente (na história em questão). Ocorrem centenas de casos todo ano, mas, mesmo assim, é algo que causa estranheza e repulsa nas pessoas. Esse mangá também se aprofunda mais em como a emergence funciona na sociedade. Vemos a Mamiya, da primeira história, agora já adulta e trabalhando para o governo, lidando com pessoas que passam pela emergence. Há pesquisas sobre o assunto e o governo oferece um auxílio financeiro para os que passam pela emergence comprarem o que precisam para se adequarem ao novo sexo.
Assim, vamos às personagens e ao enredo. Sagara é um menino baixinho e um tanto afeminado, sendo sempre provocado por seus colegas. Ele acabou se tornando muito bom em brigas, sendo temido pelos colegas. A única que fala com ele é Kurokawa, a menina por quem ele se apaixonou. Entretanto, ele tem um rival pelos sentimentos dela: Narumi. Um dia, Sagara se sente mal e desmaia na escola, para acordar algum tempo depois no hospital e descobrir que passou pela emergence, se tornando, assim, uma menina. Ao contrário do Mamiya da primeira história, Sagara não aceita ter se tornado uma mulher e continua a viver sua vida como homem... Ou, pelo menos, tenta.
Logo, Narumi acaba descobrindo o segredo que Sagara estava tentando esconder e, ao contrário do que se esperava, ele decide ficar quieto e ajudar a manter o segredo. Narumi, entretanto, acha que quanto antes Sagara aceitar o que aconteceu, melhor, e insiste para ele desista de viver como homem. Eu adorei uma conversa que o Narumi tem com o Sagara, na qual ele defende que os sentimentos dele e os da Kurokawa não mudaram em relação ao Sagara, pois ele continua sendo o mesmo e eles gostam dele como ele é. Sagara então toma coragem de abrir o jogo para a Kurokawa: dizer que gosta dela e revelar que passou pela emergence. Aí que vem a surpresa: Kurokawa sabia disso, porque ela também passou pela emergence há alguns anos! O que a fez gostar do Sagara foi ele parecer uma menina, pois ela, originalmente, era um menino e gostava de meninas. Essa me surpreendeu, mas eu achei um amor!
A arte continua um ponto forte, pois é muito clean e bonita. Gosto como cada personagem tem um rosto desenhado diferente do outro, não sendo apenas o corte de cabelo que muda. Estou curioso para ver onde essa história vai ir, apesar de eu estar apostando minhas fichas num relacionamento amoroso entre Sagara e Narumi. Apesar de eu achar bonitinho, eu gostaria de ver um relacionamento entre o Sagara e a Kurokawa. De qualquer forma, acho que vai ser interessante! Nota "8"!
Tradução do mesmo grupo em inglês, Crimson Flower.
Oi Faust!
ResponderExcluirEstou adorando esta sequel! Está muito bonitinha!! Tá merecendo estrelinha!
Fora que achei o Narumi um cara super legal depois daquela declaração e adorei as cenas em que ele acaba tirando o Sagara de umas roubadas! :)
Bjs
Oi Naelyan!
ExcluirQue bom que está curtindo a sequel!! :) Eu achei muito bem escrita e com um grupo de personagens que funciona muito bem.
O Narumi é um amor, sim! Ele está quase me conquistando... Mas eu ainda prefiro a Kurokawa. hahaha ^__^
Um abraço,
Faust
Saiu mais um capítulo traduzido pelo Crimson Flower!
ExcluirEstou adorando a história! :)
Oi, Naelyan!
ExcluirBah, esse último capítulo que saiu me deixou preocupado com o futuro desse mangá. Estou odiando o discurso "agora que seu corpo é de mulher, você VAI se apaixonar por um homem eventualmente".
A maior parte dos mangás gender bender entra naquela noção problemática de que gênero = sexo = orientação sexual heterossexual. Ou seja, se o seu corpo é biologicamente feminino, sua identidade de gênero obrigatoriamente precisa se transformar para ser também de uma mulher e seu interesse sexual/amoroso obrigatoriamente precisa ser por homens, ou seja, heterossexual. Pela manutenção da normativa heterossexual das coisas. Não estou curtindo mesmo esse discurso. :/ Mas deixa eu calar a boca aqui. Eu começo a reclamar sobre isso e não consigo parar. xD
Vou ver onde isso vai dar, mas esse mangá está me deixando frustrado com esse tipo de discurso. hahaha xD"
Um abraço,
Faust
Oi Faust!
ExcluirDepois do seu comentário vou reler este capítulo. Eu li de primeira, torcendo para que as coisas entre Sagara e o Narumi evoluissem que passei batido por esse background. Olha, reconheço que achei engraçado que o Sagara tenta se convencer que a atração que sente pelo Narumi é porque ele virou uma garota mas não cheguei a refletir sobre a intenção deste discurso - que reforça que a atração tem um motivo biológico...
Na minha cabeça o Sagara continua um menino - que por ventura está num corpo de menina. E temos dois 'meninos' ficando um mais consciente do outro.
Depois que vc postou seu comentário comecei a me questionar se somente pelo fato que Sagara adquiriu um corpo feminino é que deu 'autorização' para que esta atração existisse entre estes personagens...tipo um Deus ex Machina...
Bjs
Oi, Naelyan!
ExcluirNão só o Sagara tenta se convencer disso, como é um discurso que a Mamiya da primeira história reforça. :/ Quem traz esse discurso problemático é o Mamiya.
Para o próprio Sagara ele segue sendo um homem num corpo feminino. Ele não é tratado dessa forma pelos outros personagens (tanto a Kurokawa, como o Narumi e, é claro, a Mamiya) que insistem que ele agora é uma mulher. Acho que é isso que está começando a perturbá-lo. =/
Essa questão que você está trazendo é real. Vários mangás com crossdressing caem nesse Deus ex Machina, como você disse. :/ Narumi ter se interessado pelo Sagara somente após ele ter agora um corpo feminino. Assim como na primeira história, Miyoshi e Mamiya só se interessam um pelo outro após um deles passar pela emergence. E, no final da história, ele fica cinco anos hibernando para poder ter um corpo feminino.
Não sei, essa fluidez de gênero e sexo é interessante, mas não gosto da forma que a autora está abordando a questão. Vou esperar para ver como ela desenvolve, de qualquer forma.
Um abraço,
Faust