segunda-feira, 30 de junho de 2014

Sekine-kun no Koi

Acho difícil afirmar qual a demografia que Sekine-kun no Koi  pretende atingir. Só sei que é um mangá com um ar de maturidade. Por isso, adicionei os marcadores "josei" e "seinen" ao mesmo tempo. Fazia um tempo que eu estava curioso para ler esse mangá da autora Kawachi Haruka (a mesma de Natsuyuki Rendezvous).

Os mangás dessa autora têm uma atmosfera muito particular. Eu acho até difícil de explicar, pois não é uma coisa que eu possa apontar. É apenas a sensação geral que a história promove. No caso, essa história é sobre Sekine. Ele trabalha em uma companhia importante, tem um bom emprego, é rico, bonito e muito popular com as mulheres... Até elas perceberem que ele também é frio, desmotivado e desinteressado por tudo. Sekine não tem muita esperança de encontrar mudanças em sua vida, mas ele resolve desenvolver novos passatempos e acaba indo a uma loja de materiais para artesanato. Lá, ele conhece o velhinho dono da loja, que promete lhe ensinar truques de mágica, e a neta dele, Sara, que é uma pessoa muito simpática e feliz.

Acho que pode ser difícil de simpatizar com o Sekine logo de cara. A apatia dele pode ser um pouco cansativa ao leitor, porém aos poucos você começa a entender o modo dele de pensar a respeito da vida e a ser apresentado a diversas situações que contribuíram para o jeito que ele é no momento. Aos poucos, através do relacionamento dele com a Sara e com a rivalidade com o Doubashi (outro personagem que é apresentado depois), vemos sutis mudanças e leves sinais de emoção nesse cara tão indiferente. Aí o leitor começa a torcer por ele e a desejar que Sekine consiga ser feliz, seja lá o que a felicidade possa ser para ele. 

A história é um daqueles "slice of life", mangás que acompanham o cotidiano das personagens, e eu sou um fã desse gênero, mas sei que há muitas pessoas que acham até um pouco entediante. O crescimento gradual e o modo que Sekine vai descobrindo seus novos interesses, como os truques de mágica e o tricô, é muito interessante. O ritmo que a autora está mantendo enquanto desenvolve a história é muito agradável também

  

Acredito que Sekine-kun no Koi é um mangá interessante, com personagens bem estabelecidas e divertidas. Os diálogos e monólogos são bem escritos e ajudam a criar a atmosfera que eu mencionei. Gosto bastante do estilo de arte, que é limpa e bonita. O modo que a autora desenha suas personagens também é muito expressivo. Vou dar nota "9" por enquanto, se encaminhando para uma nota maior.

Eu leio a tradução em inglês do grupo Stiletto Heels. 

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Nemurenu Yoru wa Dare no Sei

Eu sinto que às vezes parece que eu não me importo com o trabalho dos grupos brasileiros. Na verdade, eu simplesmente não tenho o hábito de visitá-los e de ler mangá em português. Por isso, eu fui dar uma olhada nos site de alguns scanlators e ver quais eram os trabalhos deles. Fiquei encantado com a quantidade de mangás bons que estão traduzidos para o português. Por hoje, eu escolhi Nemurenu Yoru wa Dare no Sei, que era um mangá que eu estava há meses decidindo se iria comprar ou não. Não conheço muito da Murakami Sachi, então não sabia se valia a pena.

Kudou Miyabi trabalha numa loja em uma vizinhança notória por ser um ponto de encontro para homens gays. Entretanto, Miyabi não é gay. Um dia, ele conhece um rapaz muito bonito que estava na frente da loja tentando encontrar um parceiro. Assim, Miyabi acaba passando a noite com ele em um hotel. No dia seguinte, acaba descobrindo que esse cara com quem teve um breve encontro se chama Nakatani Shuuhei e é seu novo colega de aula e de quarto. A situação entre os dois é bem tensa, até porque eles acharam que nunca iriam se ver de novo e acabaram numa situação de intimidade forçada. Miyabi inicialmente é um babaca homofóbico. Ele tacha o Nakatani de superficial (por estar procurando um relacionamento sexual naquele dia e ter dito que Miyabi é do "seu tipo"), mas não é muito diferente disso ele mesmo (constantemente pensando o quanto Nakatani é bonitinho e "abriria uma exceção" para ele apesar de não ser gay). Confesso que isso me deixou incomodado. A atitude arrogante do Miyabi e o desprezo que ele tem para com o Nakatani me fizeram desgostar dos dois enquanto casal. 

Há uma história sobre dois personagens que participam direta e indiretamente da história principal. Eles são o Shinoi, amigo de infância do Miyabi, e o Kouno, o coordenador dos dormitórios. Também são colegas de quarto. Há algum tempo o Kouno quase foi abusado por seu colega de quarto anterior e teve a ajuda de Shinoi nessa situação. Em função disso, os dois passam a ser colegas de quarto, mas Kouno não consegue dormir com outra pessoa no quarto (em função do trauma que ficou) e, por isso, Shinoi dorme sentado no corredor todas as noites. Até achei a premissa um pouco interessante, mas fiquei decepcionado com a forma apressada que a autora terminou essa história. Ela simplesmente pareceu ter esquecido de todos os traumas e questões do Kouno e resolveu terminar a história de uma vez!

  

Acho que uma das coisas que mais me incomodou nesse mangá foi a autora insistindo em um clichê dos mangás yaoi: "eu sou gay só para você". Ambas as histórias tem esse momento (Shinoi só se sente atraído por Kouno; Miyabi "abre uma exceção" ao se envolver com Nakatani). Nenhuma das histórias foi interessante, nem em termos de personagens. O mangá tem uma arte até agradável, mas todos os personagens têm basicamente a mesma cara. A única diferença entre o Miyabi e o Kouno são os óculos que esse segundo usa, e eu juro que tive dificuldades em saber quem era o Nakatani e quem era o Shinoi em vários momentos. A história é mais "romântica" do que explícita, então já aviso que não tem muito smut. Vou dar uma nota "5" para esse mangá. Ainda bem que não comprei esse mangá, pois eu teria me arrependido se tivesse comprado. É bonitinho em alguns momentos, mas pouco memorável e clichê. 

A tradução para o português foi feita pelo Sukinime. Em inglês, esse mangá foi licenciado e editado pela Juné, com versões física e virtual disponíveis.

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Smoker

Último mangá do tema "gatos"! Sinto que eu deveria ter parado no terceiro, mas acabei ficando um pouco empolgado com a temática... Smoker é, provavelmente, o meu favorito dentre os mangás que envolvem gatos. Gosto muito da autora, Inoue Satou, e da arte dela, o que me fez ter muito interesse por esse mangá quando ouvi falar sobre ele.

As primeiras histórias são todas sobre fumantes (por isso o título, "smoker") que trabalham para a mesma empresa. Na primeira história, Okabe, que trabalha no departamento de mecânica, tem dificuldades em lembrar dos rostos e nomes das pessoas, por causa de suas experiências passadas. Um dia, sua carteira de cigarros de uma marca super-específica é jogada fora por acidente e ele tenta encontrar alguém que fume o mesmo. Ele lembra que algo assim aconteceu no ano anterior e vai atrás do cara que lhe deu cigarros na ocasião, Yonekura. Ao encontrá-lo, Okabe percebe que ele é o mesmo cara com quem ficou uma vez num bar. Yonekura, então, confessa ter se apaixonado por Okabe à primeira vista no ano anterior. Na próxima, Konno é o funcionário novo da seção de vendas. Apesar de ter um bom currículo, ele fica muito nervoso na hora de atender o público. Kikuchi é o responsável por ele, que, além de ajudá-lo a se adaptar, se diverte ao ver Konno se atrapalhando. Um dia, entretanto, do nada, Konno diz que gosta de Kikuchi. Ele interpreta aquilo como um sinal de que é um bom supervisor e não dá muita importância, até que se dá conta que o significado do "gostar" de Konno é mais profundo. 

Aí vem a história de Ashizawa, também do departamento de vendas, que sempre tem problemas com Miyoshi, um funcionário de outra setor. Os dois costumavam trabalhar juntos e agiam como rivais, mas agora, em seções distintas, sempre acabam discutindo quando se encontram. Em um jantar, os colegas propõem como piada que os dois se beijem e façam as pazes... E é exatamente isso que Miyoshi faz. Depois, Ashizawa acaba encontrando Miyoshi em um bar e descobre que ele acabou um relacionamento com seu namorado recentemente. Na última história dessa parte do mangá, temos Yoshino e Makimura que se conheceram logo que começaram a trabalhar na empresa há 17 anos e sempre foram muito próximos. De repente, entretanto, Yoshino será transferido de lugar. Gostei muito de todas as histórias sobre os fumantes e a empresa. Elas todas têm personagens interessantes, uma atmosfera bem construída e uma arte belíssima. Porém, a história que eu mais gostei foi a última.

Nossa história que tem a ver com a temática de gatos se chama "Beautiful Maine Coon". Duke foi o gato de estimação de Utsui Nobuyuki por muitos anos, desde que era muito jovem. Quando seus pais morreram, Duke foi o seu único companheiro nos últimos anos, até também ficar muito velho e o veterinário recomendar a eutanásia. Utsui segue conversando com Duke, através de um quadro. Esses diálogos dele com o gato me comoveram, para ser sincero ("não importa como... Como monstro, como fantasma, como humano... Me leve para o lugar onde você está agora"). Ele decide adotar um gato do abrigo de animais e lá ele conhece Yura, um dos funcionários do lugar. Os dois acabam se aproximando em função dos gatos que Utsui adota, apesar da dificuldade que ambos têm em se aproximar de outras pessoas. O momento que Utsui explica seu relacionamento com Duke para Yura me fez ficar com um nó na garganta, confesso. Essa história foi muito bonita e delicada, sendo que as páginas finais são muito, muito lindas.

  

Smoker é um mangá fantástico. Esses mangás com várias oneshots, algumas vezes, variam muito a qualidade de uma história para a outra. Não é isso que ocorre aqui. Todas as histórias que compõem esse mangá, cada uma a sua maneira, são muito boas. A arte também, do início ao fim é ótima. Destaque para as cenas com smut, que são muito sexy. Acredito que eu recomendo a leitura para quem estiver procurando um mangá mais maduro e bonito. Vou dar nota "10", porque eu realmente adorei!

A tradução em inglês é do Bakeneko Scanlations

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Hachimitsu Darling

Estou quase terminando de explorar o tema "gatos"... Eu evitei ativamente de falar dos mangás da Sakyo Aya (até porque já comentei um deles antes), mas, estando quase sem idéias, acabei tendo de apelar para um trabalho muito popular sobre o assunto, Hachimitsu Darling, escrito por uma autora bastante conhecida também, Akira Norikazu.

Takahashi Chihiro não tem grandes motivações em relação a vida. Ele tem um emprego meia boca, mora num apartamento simples, sai bastante com seus amigos e sempre tem sorte com as garotas, mas sua vida não tem muito objetivo. Ele acaba encontrando um gatinho numa caixa de papelão na rua e acaba levando-o para casa. Um dia, ele vê que Shiro, seu agora bichinho de estimação, está doente e fica desesperado procurando um hospital veterinário a aquela hora da noite. Ele conhece Kumazawa, um veterinário, que além de ajudá-lo, também tem uma conversa séria com Chihiro, sobre as responsabilidades de se pegar um bichinho de estimação. Ele sugere que ter um gatinho seja trabalho demais e que seria melhor procurar outro dono para o gatinho, mas Chihiro acaba demonstra o quanto se importa com Shiro e Kumazawa se mostra mais amigável a ele. Essa situação faz Chihiro se sentir interessado por animais e veterinária, o que faz Kumazawa o contratar... Para ser sua esposa.

Isso significa fazer tarefas domésticas e cozinhar, na linguagem do Kumazawa. Chihiro também ajuda na clínica veterinária, como voluntário, e procura aprender o máximo que pode. Achei interessante que o Chihiro, o cara sem motivação, tenha achado algo que ele deseja fazer e a que quer se dedicar. Claro, ele segue bem despretensioso ainda, mas já é um começo! A partir daí, os mangás acompanham o dia a dia nos dois e as várias situações que passam, bem como o desenvolvimento de sentimentos um pelo outro e como eles vão ficando cientes desses sentimentos.

  

Minha sensação geral com essa história é de que é boa... Mas não tão boa quanto eu queria que fosse. O ritmo é bem lento, mas eu gosto disso. Temos algum desenvolvimento pessoal para o Chihiro, bem como um desenvolvimento gradual no relacionamento entre os dois protagonistas. Há uns momentos mais engraçados, outros são mais fofos... E outros são sexy. Claro, é a Akira Norikazu, afinal! A arte desse mangá é muito bonita, o que já é esperado dessa autora. Um detalhe que ela desenha muito bem (o que já estava claro no outro mangá dela que eu comentei aqui) é o gatinho, Shiro. Apesar de eu ter dito que há momentos sexy, esse mangá não é tão apressado quanto outros trabalhos que há por aí (até da própria autora) e ela se preocupa em estabelecer o relacionamento e a história primeiro. Vou dar nota "8". O que mais me incomodou foi todo o "mimimi" sobre Chihiro se tornar uma esposa ou uma noiva... Em compensação, foi fofo no final ele dizendo ser feliz com seu marido (Kumazawa) e a filha (a gatinha Shiro). 

A tradução que eu li foi a do Dangerous Pleasure em inglês. 

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Suteneko no Karute

Outro mangá para o tema "gatos". Na verdade, Suteneko no Karute foi o primeiro que eu lembrei quando recebi essa sugestão. É o primeiro mangá original que a HALCO, uma famosa autora de doujinshi de Naruto e Gintama, publicou. 

Na história principal, temos Hidaka Kaoru que acabou de terminar mais um relacionamento pelo mesmo motivo de sempre: ele não é uma pessoa que demonstra muito seus sentimentos. Ele acaba decidindo ir para um parque de cruising (i.e um lugar em que homens gays vão para fazerem sexo anônimo e seu compromisso) e lá ele encontra um gato e o espanta. Em seguida, um rapaz chamado Iwasaki Youhei, heterossexual e mais novo que Kaoru, diz que estava procurando o gato para alimentá-lo. Kaoru percebe que Youhei não tem ideia do tipo de lugar em que está e resolve explicar, mas ele acaba concluindo seu objetivo de fazer cruising com o próprio Youhei. Apesar de ter decidido nunca mais ver Youhei, Kaoru acaba o encontrando no mesmo parque, indo lá procurar o gato. Na verdade, Youhei estava lá para procurar o próprio Kaoru, pois já tinha até adotado o gato, e usou isso apenas de desculpa para estar lá. Os dois, a partir disso, ficam juntos. Kaoru fica preocupado com as mudanças no seu jeito de agir, como ele vai se percebendo mais apaixonado por Youhei. Uma confissão: eu adoro personagens arrogantes/frios que acabam se mostrando realmente apaixonados depois e viram uma manteiga derretida. O Kaoru da primeira história é o supra-sumo de tudo que eu gosto num personagem de história romântica. Apesar de eu, provavelmente, estar enviesado por uma preferência pessoal minha, acho que o Kaoru foi um personagem bem escrito e caracterizado. As ações dele fazem sentido. E o Youhei é um querido também!

A primeira oneshot é sobre um cara que está cansado da vida na cidade, foi traído pela namorada, e parece que tudo está dando errado para ele... Para completar, um bêbado o agarra no trem, começa a chamá-lo de Naohisa e ainda vomita nas suas roupas. No outro dia, o cara, Kubota Masato, resolve se desculpar comprando roupas para ele e os dois acabam conversando sobre suas decepções e desilusões na vida, chegando à conclusão de que ambos estão na mesma situação. Ele se despede desejando a Masato que consiga encontrar Naohisa e voltar para ele... Achei que a história ia acabar aí, mas nosso protagonista acaba encontrando Naohisa por acaso e descobre que ele é um babaca que estava se aproveitando dos sentimentos de Masato. Acaba, além de brigar com o Naohisa, ele conta isso para Masato e propõe de ser o "Naohisa" dele por uma noite, como uma forma de consolo. Achei que essa história foi muito, muito bem construída.

Na última história, Keita fugiu de casa há algum tempo e fica morando um pouco na casa de cada um de seus amigos. Quando precisa de um novo lugar para ficar, seus amigos sugerem Tsutsumi Takeshi, o ex-professor de um dos amigos. Ao conhecer esse cara, Keita acaba se apaixonando à primeira vista e fica muito satisfeito em morar com ele. Tsutsumi acaba descobrindo que Keita é de uma família rica e importante. Keita diz que fugiu de casa porque seus pais não se importavam com ele e não fazia diferença estar lá ou não, sendo que Tsutsumi rebate que Keita fez isso, na verdade, para tentar chamar à atenção de seus pais. Apesar de tudo estar muito bem, Tsutsumi do nada pede que Keita saia de sua casa, pois agora ele tem uma namorada. Keita fica sem opção de onde ir e acaba voltando para casa, onde acidentalmente descobre que sua família convenceu Tsutsumi a mandar Keita embora. Também achei essa história boa e bem desenvolvida, com dois personagens interessantes e com uma construção bem elaborada.

  

Acho (tenho certeza) que acabei falando demais... A HALCO é uma autora que eu respeito muito, muito e ao ler esse mangá eu me apaixonei de novo pelo trabalho dela. Não só a arte é agradável e expressiva, mas as histórias são bem construídas, desenvolvidas e elaboradas. Ela até pode escolher temáticas mais rotineiras, mas é a execução dela que é muito boa. Por isso, esse mangá merece uma nota "9". Aliás, eu adorei o modo que a HALCO usou o gato na história. Tipo ele julgando o Kaoru. E, no posfácio, a HALCO ilustra uma coleção de comics curtinhas sobre as coisas que o gato dela faz. É muito bonitinho.

A tradução em inglês foi feita pelo Shinmakoku Scanlations até o quarto capítulo. Depois o mangá foi licenciado e publicado pela falecida BLU

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Kamatte Kawaii Hito

Uma história curtinha que também é do tema "gatos". Kamatte Kawaii Hito tem só dois capítulos. Eu só conheço os doujinshi que essa autora, Sagami Waka, publicou de Gintama, mas ela parece ter vários trabalhos interessantes já lançados no Japão. Infelizmente, como a maior parte é da Libre, acho que vai ser difícil algum scanlator se arriscar.

Enfim, a história é sobre Natsumi Hayato, um cara que tem fobia de gatos (ou ailurofobia, se quisermos usar o termo chique pra coisa) deseja superar esse medo e, por isso, ele vai visitar um Cat Café (é um café temático que tem gatos com os quais os clientes podem brincar). Lá ele conhece Odagiri Hikaru, um dos funcionários, que adora gatos ao ponto de acreditar que quem não gosta de gatos deve ser uma pessoa ruim (ern, eu meio que concordo com ele). Apesar de Hikaru tê-lo expulsado do café quando Hayato admitiu odiar gatos, ele segue voltando todos os dias para tentar superar seu medo, pedindo a ajuda de Hikaru para tal. 

O objetivo de Odagiri era superar seu medo por gatos para trazer uma de suas colegas de trabalho, Yoshino-san, ao café e impressioná-la. Ele tem sucesso nisso, mas ao ver o quanto Hikaru ficou triste e preocupado porque um dos gatos do café ficou doente, ele resolve voltar para lá e consolá-lo. Nisso, Hikaru admite: "se continuar me tratando assim, eu vou me apaixonar por você". A partir daí o romance é bem rápido, mas segue sendo fofo e delicado.

  

Alguns gatos que essa autora desenhou ficaram parecendo uns ETzinhos... Mas a arte é bem bonita e fofa no geral. Achei a história leve e divertida, com vários momentos engraçados. Esse é o tipo de mangá que deixa uma sensação boa quando você termina de ler. Não é muito complexo, nem muito sério... Mas é muito agradável! Nota "9"!

Foi o Dangerous Pleasure que traduziu esses dois capítulos para o inglês.

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Kyou, Hana no Gotoshi

Seguindo com o tema "gatos", vou comentar hoje um mangá da Akira Norikazu. Na verdade, é apenas uma das oneshots que tem a ver com o tema, mas a arte de Kyou, Hana no Gotoshi é tão bonita que eu não resisti. 

Naruse Reiji, devido ao falecimento repentino e prematuro de seu irmão, se torna o herdeiro dos negócios de sua família (que é uma família da yakuza), recebendo a ajuda de Kikuchi Takashi, um amigo de seu falecido irmão e negociador da família, para tal. Kikuchi não é particularmente simpático com Reiji, se preocupando apenas em ensiná-lo sobre os negócios. Reiji acaba sendo sequestrado e Kikuchi, óbvio, o resgata. A partir disso é que ficamos sabendo que Kikuchi já tinha sentimentos por Reiji. A história não é muito original, mas tudo bem. O que me incomodou mesmo foi a personalidade (ou falta de) dos dois personagens principais. Não achei nenhum deles interessante. A arte é linda, então eu achei que dá para se manter entretido por essa história, mas não é muito memorável.

Aí tem duas oneshots. Uma sobre um chefe, Kousaka Takashi, que escolhe um de seus subordinados, Sugiura, para fazer de conta que é seu amante e se livrar de sua ex. A ideia funciona... Até bem demais, porque Kousaka acaba se  interessando romanticamente/sexualmente por Sugiura. Meh. Já li histórias parecidas antes. O modo como os sentimentos dos personagens evoluem repentinamente me incomodou. 

Por fim, Renryo ni Sakasete é a história que nos interessa mais aqui, pois ela tem a ver com gatos! Kiryuu Hiroyuki, um yakuza da primeira história, aparece de novo. Dessa vez, ele acaba se sentindo atraído pelo funcionário de uma pet shop, Kashihara Nao, e decide comprar um gatinho de lá. Quando deixa seus interesses claros para Nao, esse segundo fica ofendido e irritado por Kiryuu ter adotado um animal por um motivo tão leviano. Eu gostei dessa história... A idéia foi a mais interessante e despretensiosa das três. Nada de mais, mas é uma história divertida. 

  

Esse mangá (junto com Neo Arcadia) é onde eu acho que a arte dessa autora está mais bonita. É só olhar para o Reiji: que lindo que ela o desenhou! Os detalhes, como os carros e as flores, também são belíssimos. Digamos que esse é um dos casos em que a arte é linda, mas as histórias não são tão boas assim. Não creio que eu vá me lembrar desse mangá por muito tempo. Vou dar nota "7". Aliás, os que curtem coisas pervertidas provavelmente vão gostar desse mangá. Ele é praticamente sem censura. 

A scanlation em inglês foi feita pelo Dangerous Pleasure. Também foi publicado oficialmente pela editora DramaQueen em inglês, mas acho que essa editora está mais morta do que viva atualmente. 

domingo, 15 de junho de 2014

Doujinshi de Kuroko no Basket: Coitado do Kise...

Eu sempre digo o quanto eu não gosto de personagens abusivos. Paradoxalmente, hoje vou falar sobre três doujins em que o Kise, de Kuroko no Basket, é feito de gato e sapato pelos "Mob", que são esses personagens sem rosto e sem identidade que abusam de um protagonista num material pornográfico. 

Título: Reckless Mob Rape
Autor: sigmaster & PureSlider.
Par: Mob x Kise.
Rating: 18+       
Tradução: Saka (em inglês).

Resumo rápido: Kise é capturado por dois aleatórios que passam a abusá-lo, sob ameaça de divulgarem fotos dele se ele reagir. Eles dizem adorar "sujar" garotos como o Kise.




Título: Gamushara Mob Rape 2 Chikan Jigoku Hen
Autor: sigmaster & PureSlider.
Par: Mob x Kise.
Rating: 18+       
Tradução: Dettsu e Saka (em inglês).

Resumo rápido: Kise reecontra um dos seus abusadores do primeiro volume. Dessa vez, num trem lotado, o que, definitivamente, não impede o cara de torturar o Kise mais um pouco. 

Comentário: Esses dois são trabalhos da mesmas autoras e, obviamente, estão relacionados. A arte é muito, muito bonita. Adoro o modo que elas desenham o rosto e o corpo do Kise. É um doujinshi repleto de fetiches: sadomasoquismo, algemas, brinquedos sexuais, vibradores... E, é claro, como diz no título, estupro. Eu curto mais um outro trabalho dessa dupla em que temos o Kise no modo "cachorrinho" pedindo carinho e atenção do Kuroko. Acho que quem gosta desses tópicos que eu mencionei vai gostar desse doujin, que é extremamente explícito. Tipo, muito. Não tem uma página que não seja explícita.

Título: ?
Autor: Ryoko.
Par: Mob x Kise.
Rating: 18+       
Tradução: Rainyumbrellas (em inglês).

Resumo rápido: Um fotógrafo obcecado pelo Kise decide sequestrá-lo, após Kise anunciar que vai estar ocupado demais com o basquete e vai diminuir seu trabalho como modelo. Ele fantasia sobre ter um relacionamento com Kise e decide abusá-lo.

Comentário: Olha, essa aqui continua sendo farinha do mesmo saco que as outras duas. A arte é menos refinada, mas igualmente bonita... E extremamente pervertida. Esse doujin também é bastante explícito. Apenas acho que a caracterização do "mob" obcecado pelo Kise foi interessante. As ações dele com o Kise são intercaladas com postagens dele num fórum anônimo tipo o 4chan, em que os leitores duvidam dele, que diz ter raptado o Kise, e o mandam buscar tratamento. Achei esse artifício utilizado pela autora muito interessante e original. Achei que em termos de "criar um setting" esse doujinshi foi mais bem sucedido que os outros dois, que são meio que o padrão desse tipo de doujinshi. 

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Neko no Yomeiri

Por sugestão da Naelyan, vou fazer uma série de postagens sobre um tema específico. Para começar o tema que eu escolhi (e que também foi sugerido por ela) é "gatos". O primeiro mangá que vou comentar é Neko no Yomeiri que é o primeiro mangá que a minha querida e adorada Kojima Lalako publicou. Faz bastante tempo que eu queria falar sobre ele, mas nunca me lembrava de sentar e reler. Como caiu o sistema lá do hospital hoje e eu não podia acessar os prontuários, fiquei lendo e matando um tempo enquanto esperava voltar. Foi a primeira vez que escrevi um comentário a mão

Enfim, o mangá começa com uma oneshot, Himitsu no Rika-chan, sobre Kazuaki que se apaixonou a primeira vista por Marikawa (ou Rika-chan, como ele prefere chamá-lo). No impulso, ele o pede em namoro e, surpreendentemente, recebe um "sim" como resposta. Apesar estar perdidamente apaixonado, Kazuaki começa a questionar se os sentimentos de Rika-chan são os mesmos que o dele, especialmente depois de um conhecido fazer comentários insinuantes sobre Rika-chan. Uau! Sinto que esse enredo já foi usado e abusado. A história é básica, mas os personagens e a arte são agradáveis. A Kojima Lalako comentou que essa foi a única história do mangá que ela ilustrou digitalmente. Eu confesso que jamais teria percebido!

Aí vem a história que dá nome ao mangá e é a que tem a ver com o tema "gatos". Yukiharu tinha um gato de estimação quando pequeno, mas esse gatinho acaba morrendo tragicamente num acidente. Seu dono decide nunca mais ter gato, pois Dorasuke, seu gatinho, não é substituível. Vários anos se passam e, agora, um rapaz clamando ser Dorasuke aparece. Ele diz ter passado esses anos todos pedindo para Deus trazê-lo de volta como humano. Apesar de Yukiharu não acreditar de primeira, esse cara sabe de coisas que somente Dorasuke poderia saber. Os dois instantaneamente ficam atraídos sexualmente um pelo outro (é claro, é um mangá yaoi!), mas Dorasuke revela que será levado para o céu se transarem. Yukiharu decide, então: "se não fizermos isso, então você pode ficar aqui para sempre, né?". Bichinhos se tornando gente e virando amantes em potencial não é lá uma novidade, mas achei que a autora conseguiu trabalhar bem a premissa, de uma forma delicada e bonita. A história é uma montanha russa: fofa, triste, delicada, bonitinha...

Por fim, outra oneshot: Fuwa Fuwa no Hikari. Nessa, Yukimura se apaixona e declara seu amor por Shida, o florista viúvo que tem uma floricultura perto do cursinho de inglês em que Yukimura trabalha. Apesar de não receber uma resposta, ele segue frequentando a floricultura. Quando Shida fica triste e preocupado por sua filha, Nozomi, estar solitária sem sua mãe, ele conta com a companhia e ombro amigo de Yukimura. Também não é uma história lá muito original (acho que quase todos os mangás com um pai solteiro usam desse enredo), mas é bonitinha. Kojima Lalako também aponta que essa história é uma oneshot "uke x uke". E eu concordo com ela!

  

Esse mangá foi um festival de seme carinhosos. Não estou reclamando, eu curti. Confesso que fiquei meio decepcionado quando li pela primeira vez, porque não achei nenhuma das histórias particularmente original ou interessante. Essa impressão permanece, mas eu gostei bem mais, devido à "sensação geral" ocasionada pelo mangá. É bonitinho e divertido. A arte da Kojima Lalako é muito adorável também. Algumas pessoas reclamam que o mangá recebeu classificação indicativa de 16 anos, mas não é lá muito explícito. Bem, é Kojima Lalako! Você não vai ver nada explícito, só beijos e expressões moe. Vou dar, com muita tristeza, uma nota "7".

Foi licenciado e publicado em inglês pela Juné, com o título Ninth Life Love, que é, aliás, de onde eu li. Achei umas scans em chinês para ilustrar o post, mas infelizmente não encontrei imagens das oneshots. Recomendo essa resenha aqui para quem quiser mais detalhes sobre o enredo e amostras da arte. 

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Hand Which

Gosto muito da autora, Suzuki Tsuta, porque acho que ela é mais uma daquelas autoras que faz mangás consistentemente bons. A arte dela é muito bonita (adoro o jeito que ela desenha rostos e expressões faciais), para começo de conversa. Hand Which não é o meu favorito dos trabalhos dela, mas reli ontem (a capa sempre me cativa!) e fiquei com vontade de falar sobre. 

Hand Which é composto por várias histórias de um ou dos capítulos. A primeira delas é sobre Sawazu que perdeu o emprego e a namorada no mesmo dia. Ele decide, enquanto muito bêbado, se tornar gay e abdicar das mulheres, que só lhe dão dor de cabeça. Quando acorda no dia seguinte, ele está nu ao lado de Udaka, um dos seus amigos. Udaka diz para Sawaku que sempre o amou, mas que, em função do que aconteceu, nunca mais vai vê-lo novamente. Sawazu pensa sobre o que aconteceu e procura Udaka, dizendo que está interessado por ele e que gostaria de tentar ter um relacionamento. Eu gostei da primeira história e teria gostado mais se a Suzuki Tsuta tivesse escrito mais sobre esse par. Ela decidiu, entretanto, falar sobre outros dois amigos de Sawaku e Udaka na segunda história. Kuroshima tem inveja de Sawaku por ter conseguido admitir seus sentimentos por Udaka tão facilmente na frente do grupo de amigos. Logo, entendemos que é porque ele, há muito tempo, está apaixonado por Takada e nunca conseguiu criar coragem para admitir isso. Ele consegue chamá-lo para beber sozinho consigo e, durante esse encontro, descobre que Takada já sabia sobre seus sentimentos. Eu já estava para reclamar que queria saber o que ia acontecer depois (afinal, o Takada tem namorada!), mas nesse caso a Suzuki Tsuda escreveu um extra, que eu achei super-divertido. 

Na próxima, Tsuzuki acabou de se divorciar de sua esposa, pois ela se queixava sobre ele ser muito frio (ele exemplifica com o fato de ele ser chato para comer e nunca comer os bentou e os jantares que ela fazia para ele). Enquanto tenta alimentar um filhote de gato, acaba conhecendo Chikuba, o dono de uma loja de bentou. Ao descobrir que Tsuzuki é chato para comer, Chikuba decide fazer comidas especiais para ele. Assim, os dois se aproximam. Não sei se é só impressão minha, mas achei que a arte da Suzuki Tsuta estava especialmente bonita nesses dois capítulos. O mangá segue com a história de Aono o assistente do artista e escritor Iwata, que tem um temperamento explosivo e frequentemente se irrita com ele. Para ser bem sincero, eu nem lembro direito dessa história. Lembro que o Iwata era violento, mas que no final diz para Aono que gosta de tê-lo por perto e tal.

Nos últimos dois capítulos, Hideaki é mandando buscar uma coisa que caiu na casa de seu vizinho. Chegando lá, dá de cara com ele transando com outro cara. Hideaki começa a reparar que há sempre vários garotos da sua idade frequentando a casa de Kameoka Bunzou, o vizinho, e eventualmente descobre que seu vizinho é dono de um site que disponibiliza fotos desses garotos adolescentes para clientes. É, é exatamente o que vocês estão pensando. Mesmo assim, Hideaki faz amizade com Bunzou e passa a frequentar a casa dele, até que começa a sentir ciúmes desses garotos que vão até lá ser fotografados e decide começar um relacionamento sexual com Bunzou, que é muito, muito mais velho que ele. Essa história beira o shotacon, se é que não o seria de fato. Só sei que me deu arrepios (o Bunzou é creepy). 

  

Acho que Hand Which é bom, mas não é tão bom assim. A arte é linda, achei alguns momentos bastante engraçados (como a comparação do grupo de amigos com os Power Rangers ou a namorada do Takada dando uma surra no Kuroshima), e há algumas idéias legais nas histórias. Meu maior problema com esse mangá foi a falta de desenvolvimento nas boas idéias (as duas primeiras histórias). As outras duas histórias são meia-boca e a última me deixou desconfortável. Por isso, nota "7". 

A tradução em inglês é do Dangerous Pleasure

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Mazu wa Ubaiai!

Eu já comentei aqui várias vezes que gosto quando os mangás rompem com o modelo clássico "seme x uke". Pois, então, eu encontrei um mangá que foi feito para ser "seme x seme", Mazu wa Ubaiai!. Vamos ver então se Sasamura Gou, de quem eu conheço muito pouco, conseguiu cumprir com seu objetivo. 

Takiyama é um médico cirurgião trabalhando em um hospital. Lá, ele faz amizade com o novo médico da pediatria, Sakuma. Os dois saem juntos para beber e Takiyama vai para a casa de Sakuma passar a noite, porque está bêbado demais. Ficamos sabendo aí que Takiyama tem interesses sexuais em relação a Sakuma e pretende se aproveitar dessa situação. Eis que Sakuma revela que é bissexual e que também está interessado por Takiyama. Parece que tudo está resolvido, os dois ficam juntos e são felizes para sempre, certo? Não! O problema só está começando: tanto Takiyama como Sakuma são seme

Eles resolvem decidir da seguinte forma: quem gozar primeiro é o uke. Apesar de teoricamente não serem compatíveis, os dois estão muito atraídos um pelo outro e acabam concordando com essa competição. Infelizmente, as rotinas atarefadas do hospital os impedem de se encontrarem tanto quanto gostariam. É importante, também, apontar que o relacionamento deles é puramente sexual durante a maior parte do mangá. Os dois só começam a desenvolver sentimentos românticos um pelo outro bem mais adiante na história e nem isso é tão bem desenvolvido assim.

A arte é bonita e a autora desenhou os dois personagens com aparências bem tipicamente seme, digamos assim. Eu gosto bastante da premissa básica "batalha dos semes", mas acho que a Sasamura Gou podia ter trabalhado melhor a história... Até foram apresentados mais traços da personalidade do Sakuma, mas o Takiyama pareceu ser um cara obcecado em ser seme e só. Ela não desenvolveu esses personagens, nem o relacionamento entre eles, nem a história. Nem nada. 

  

O smut está presente em todos os capítulos, em geral, mais de uma vez por capítulo. E essa autora desenha muito bem esse aspecto, então sem reclamações quanto a isso. Eu sinto que foi exatamente por isso que ela fez o mangá: semes competindo e o máximo de cenas pervertidas o possível. Ela podia ter jogado as coisas para o humor, como TxS e Docchi mo Docchi, e desenvolvido mais as questões que se referem à competição dos personagens. Ou simplesmente escrito uma história mais envolvente e personagens mais interessantes, como Puchitto Hajiketa,. Do jeito que ela escreveu, eu achei superficial demais. Vou atribuir nota "6", porque eu gostei de algumas coisas, mas provavelmente nem vou lembrar mais desse mangá logo. Um desabafo rápido: esses médicos desse mangá (especialmente o cirurgião) de chinelo no hospital me dão arrepios. Ai se a Joint Commission fica sabendo disso!

Eu vi comentários de que algum scanlator está pensando em traduzir para o inglês, mas a tradução que eu li foi a em espanhol feita pelo Kimi=Hana Fansub, que deu o título apropriado de "Semes en Guerra" para esse mangá. 

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Kibishiku Aishite

Eu gosto muito da Honjou Rie e de boa parte dos trabalhos dela. Acho que ela é uma daquelas autoras que mesmo quando faz uma história não muito boa, a história ainda não chega a ser ruim. No caso, Kibishiku Aishite é uma história que eu considero muito interessante.

Na história principal, temos Kenichi. Ele é um trabalhador comum, que está procurando por um relacionamento em um site de relacionamentos. Lá, ele conhece Yuma, e os dois marcam de se encontrar. Ele fica chocado ao ver que Yuma é ainda um estudante (e muito excitado, porque ele adora uniformes gakuran). Os dois, assim mesmo, começam a sair. Yuma tem um rosto angelical, é doce e virgem. Na primeira vez que eu li essa história, há alguns anos, eu comecei a ficar cansado e achar que era um grande clichê. Exatamente quando eu pensei isso, temos Yuma falando para si mesmo com uma expressão maquiavélica: "bem, vamos dar o bote essa noite?". 

O que Yuma aos poucos vai revelando é que ele adora sadomasoquismo e pretende "treinar" Kenichi para ser seu parceiro ideal. O que ele faz é softcore, mas mesmo assim: algemas, coleira, amarrado com a gravata... E Kenichi, que está perdidamente apaixonado pro Yuma, não podia se importar menos com as esquisitices dele. Ele aceita ser punido e age como um cachorro quando recebe ordens! Lá mais pro final da história, Yuma resolve punir Kenichi chamando Inoue, um amigo seu, para um threesome. Yuma é o uke sádico que todo seme masoquista precisa (como Kenichi vai aos poucos descobrindo). Acho muito interessante como ele manda e desmanda no relacionamento, que tem uma dinâmica interessante.

A oneshot que vem nesse mangá se chama Happy Boy e é sobre Kanato, um prostituto, e seu cliente, Matsumura. Ele foi inicialmente procurado por Matsumura que se interessava por sadomasoquismo, mas não conseguia uma parceira que tivesse o mesmo hobby. Um se apaixona pelo outro, mas Matsumura tem dificuldades em lidar com o fato de Kanato ser um prostituto... Essa história é previsível e bem simples.

  

Fãs de sadomasoquismo mais hardcore vão achar esse mangá brincadeira de criança, mas eu, como não sou lá muito fã de BDSM, curti. A história é divertida e tem um tom engraçado, não sendo algo para ser levado a sério. Acho que o smut é bom em alguns momentos, em outros, demasiadamente censurado. É uma leitura leve e pervertida para quem está procurando algo assim, com um uke extremamente dominador e sádico de brinde! Vou dar nota "8".

A tradução para o inglês foi feita pelo Fantasy Shrine.

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Kono Kimochi wa Koi ni Naru

Olhei para a capa de Kono Kimochi wa Koi ni Naru e pensei "arte bonita, Kanzaki Takashi... Acho que vou ler!". Comecei a caçar para baixar e descobri que tinha sido licenciado. Aí mesmo que eu fico determinado a achar. Eventualmente achei e fiquei muito decepcionado com essa coleção de oneshots.

A história do título e da capa é sobre Hisashi, um modelo, que admira um outro modelo super-famoso, Tomohito. O único objetivo dele é também chegar ao topo e trabalhar para a mesma agência que Tomohito. Os dois acabam se conhecendo de uma forma inusitada e acabam se aproximando, muito para a alegria de Hisashi. Meus problemas com essa história são que Hisashi é um capacho e a única motivação dele na vida é ficar por perto de Tomohito. Tudo que ele faz ou deixa de fazer na história é objetivando ficar junto dele. E o Tomohito é super-indiferente em relação ao Hisashi, não ficando claro se ele realmente se importa um pouquinho que seja com ele ou se está com ele só pela conveniência. 

Dois primos estão num relacionamento amoroso e trabalham em uma agência de detetives. A missão que recebem é de investigar o caso de uma menina que não deixa seu quarto há dois anos. Um deles, Katsuki, possui um trauma de ter sido abusado por seu irmão e sua investigação acaba trazendo à tona essas memórias. Nakaba, seu primo, está preocupado com a saúde de Katsuki e procura confortá-lo. Essa oneshot talvez tivesse sido melhor se a autora tivesse escrito um mangá mais longo e aprofundasse na criação e nas questões pessoais desses personagens. Aí vem uma história shotacon: Taichi, um aluno do ginasial, está namorando seu tio, Kyouya, que também está ajudando a tomar conta de Taichi enquanto a mãe dele viaja. Kyouya tinha um relacionamento com o pai de Taichi (marido da irmã dele). Isso faz com que Taichi tenha ciúmes e confronte seu pai. Essa oneshot é cheinha de relações familiares disfuncionais. Achei perturbadora e mal escrita.

Na última história, temos dois amigos que gostam um do outro. Kayama constantemente reafirma seu amor por Atsumu, que, por sua vez, nega seus sentimentos por Kayama. Tudo vai muito bem, com Kayama insistindo para que Atsumu admita que também o ame, até que Kayama decide algemar o Atsumu na cama e estuprá-lo. O Atsumu diz várias vezes que aquilo é estupro, que seu corpo está respondendo contra sua vontade, que nunca vai perdoar Kayama... E Kayama continua. Mas aí ele chora no final e dá um banho no Atsumu depois de estuprá-lo. Isso, para o Atsumu, é uma imensa demonstração de amor e ele perdoa o outro. Tipo, oi?! Foi uma situação super-traumática em que você estava algemado e vendado, pedindo para que ele parasse... E você perdoa? Sem mais nem menos?! Se esse mangá já estava sendo ruim, depois disso ele me deixou com um gosto amargo na boca.

  

Lado positivo desse mangá? Ahn, a arte, talvez? É bonita. E só. O smut não é bom, as histórias não são boas, os personagens não são interessantes... Céus, que mangá medíocre. Vou dar nota "4", porque estou me sentindo generoso e porque eu me sentiria triste em dar uma nota menor que isso para um mangá da Kanzaki Takashi.

Foi traduzido para o inglês pelo Attractive Fascinante. Também foi licenciado e publicado pela 801 Media digitalmente.