Eu já comentei aqui várias vezes que gosto quando os mangás rompem com o modelo clássico "seme x uke". Pois, então, eu encontrei um mangá que foi feito para ser "seme x seme", Mazu wa Ubaiai!. Vamos ver então se Sasamura Gou, de quem eu conheço muito pouco, conseguiu cumprir com seu objetivo.
Takiyama é um médico cirurgião trabalhando em um hospital. Lá, ele faz amizade com o novo médico da pediatria, Sakuma. Os dois saem juntos para beber e Takiyama vai para a casa de Sakuma passar a noite, porque está bêbado demais. Ficamos sabendo aí que Takiyama tem interesses sexuais em relação a Sakuma e pretende se aproveitar dessa situação. Eis que Sakuma revela que é bissexual e que também está interessado por Takiyama. Parece que tudo está resolvido, os dois ficam juntos e são felizes para sempre, certo? Não! O problema só está começando: tanto Takiyama como Sakuma são seme.
Eles resolvem decidir da seguinte forma: quem gozar primeiro é o uke. Apesar de teoricamente não serem compatíveis, os dois estão muito atraídos um pelo outro e acabam concordando com essa competição. Infelizmente, as rotinas atarefadas do hospital os impedem de se encontrarem tanto quanto gostariam. É importante, também, apontar que o relacionamento deles é puramente sexual durante a maior parte do mangá. Os dois só começam a desenvolver sentimentos românticos um pelo outro bem mais adiante na história e nem isso é tão bem desenvolvido assim.
A arte é bonita e a autora desenhou os dois personagens com aparências bem tipicamente seme, digamos assim. Eu gosto bastante da premissa básica "batalha dos semes", mas acho que a Sasamura Gou podia ter trabalhado melhor a história... Até foram apresentados mais traços da personalidade do Sakuma, mas o Takiyama pareceu ser um cara obcecado em ser seme e só. Ela não desenvolveu esses personagens, nem o relacionamento entre eles, nem a história. Nem nada.
O smut está presente em todos os capítulos, em geral, mais de uma vez por capítulo. E essa autora desenha muito bem esse aspecto, então sem reclamações quanto a isso. Eu sinto que foi exatamente por isso que ela fez o mangá: semes competindo e o máximo de cenas pervertidas o possível. Ela podia ter jogado as coisas para o humor, como TxS e Docchi mo Docchi, e desenvolvido mais as questões que se referem à competição dos personagens. Ou simplesmente escrito uma história mais envolvente e personagens mais interessantes, como Puchitto Hajiketa,. Do jeito que ela escreveu, eu achei superficial demais. Vou atribuir nota "6", porque eu gostei de algumas coisas, mas provavelmente nem vou lembrar mais desse mangá logo. Um desabafo rápido: esses médicos desse mangá (especialmente o cirurgião) de chinelo no hospital me dão arrepios. Ai se a Joint Commission fica sabendo disso!
Eu vi comentários de que algum scanlator está pensando em traduzir para o inglês, mas a tradução que eu li foi a em espanhol feita pelo Kimi=Hana Fansub, que deu o título apropriado de "Semes en Guerra" para esse mangá.
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