Na verdade, eu não tinha planejado falar desse trio de mangás da hideyoshico com títulos parecidos em sequência... Mas deu a coincidência de eu escrever sobre um para o BL Scanlations e o Niwa me dizer que tinha terminado de ler o mangá que eu recomendei pra ele (e eu nem lembrava mais, diga-se de passagem). Então, vamos finalizar com Kanemochi-kun to Binbou-kun.
Na primeira vez que eu li esse mangá, eu não gostei. Na segunda, eu achei mais interessante. Na terceira vez, eu realmente gostei. É o tipo de mangá que cada vez que é lido permite ao leitor perceber ou redescobrir um aspecto que não tinha chamado tanto à atenção nas leituras anteriores. Como acontece nos outros dois mangás da hideyoshico, Kanemochi-kun (rico) é o título ou descrição de um dos personagens, assim como Binbou-kun (pobre) se refere ao outro.
Meiji Haruhito é o menino rico da história, herdeiro da fortuna de seu avô, cujos empreendimentos incluem uma escola. Nessa escola, também estuda Misaki, o menino pobre, que vende água na escola para sustentar sua família. Haruhito não entende Misaki e acha um absurdo ele poder vender coisas na escola e usar um velho uniforme que não tem nada a ver com a escola. Porém, ao mesmo tempo, ele tem uma queda, ou melhor dizendo, um tombo por ele. Mesmo que ele esbraveje, Misaki tem o apoio do avô de Haruhito. Que também, estranhamente, é o rival de Haruhito por Misaki...
O avô de Haruhito serviu na Segunda Guerra Mundial com o avô de Misaki e se apaixonou por ele, desde a época que estudavam juntos até o fato de o avô de Misaki ter salvo a vida dele. Mesmo com todos esses anos, o avô de Haruhito enxerga em Misaki a figura dou avô dele, agora já falecido, quando era jovem. Acho interessante que para ilustrar como os sentimentos do avô de Haruhito florescem quando Misaki está por perto, hideyoshico muda a forma de retratar o vovozinho de bengala e volta a ilustrá-lo com a aparência que ele tinha quando era jovem.
Confesso que fiquei um pouco confuso com a leitura em vários momentos, justo por isso eu precisei ler essa história três vezes para apreciá-la. Sinto que Misaki e Haruhito acabaram sendo personagens desinteressantes na trama, porque os vovôs roubaram a cena completamente. Misaki e o Haruhito foram personagens demasiadamente simples e a história deles foi sem graça. É muito raro eu chorar lendo mangá, mas esse me deu um nó na garganta em alguns momentos. Muito bonito mesmo. A arte é o padrão hideyoshico: rabiscada, mas muito expressiva e agradável. Vou dar nota "8". Para mim, esse é o mangá que marca a hideyoshico como uma autora atípica. Triângulos amorosos envolvendo parentes? Sim, há muitos. Mas nenhum outro foi feito dessa forma e com essa maestria que a hideyoshico conseguiu.
A tradução em inglês foi feita pelo acme.
Nenhum comentário:
Postar um comentário