sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Bokura no Hentai

Me surpreendi muito com Bokura no Hentai. Fui ler porque fiquei surpreso em saber que era um mangá seinen que aborda crossdressing e transexualidade. Ainda mais surpreso por ver que Fumi Fumiko, apesar de sua arte super-bonitinha, estava disposta a tratar desses temas com seriedade e profundidade.

A história começa com três meninos do ginasial se encontrando pessoalmente, depois de terem marcado esse encontro via internet, numa comunidade de crossdressing. Cada um deles tem uma razão diferente. Parou (ou Osamu) começou a se vestir com roupas femininas para agradar um senpai heterossexual de quem ele gostava. Marika (ou Yuuta) é transgênero, se identificando como do sexo feminino, e considera que seu verdadeiro "eu" é quando está com roupas femininas. Já Yui (ou Ryousuke) começou a se vestir com roupas femininas em função do falecimento de sua irmã, pois sua mãe não aceita que sua filha, a verdadeira Yui, tenha morrido. Parece simples, né? Eu também achei que era, mas a história vai se aprofundando nesses três personagens, que estão cercados por coadjuvantes interessantes.

Parou tem uma relação de amor e ódio com esse senpai, o que é explicado quando ele relembra uma memória traumática de infância, que é a base para todo seu comportamento. Ora Parou é um personagem legal, ora ele se torna um grande sacana (para não dizer palavrões nesse blog) motivado a "sujar/manchar" o (a) inocente Yuuta/Marika, e ora ele se mostra vulnerável e pede por socorro. Eu estou curtindo as interações dele com a Akane, a amiga de infância do (a) Yuuta/Marika, que é a personagem mais fofa dessa história. Apenas me preocupo com as motivações dele. Já em relação ao Yuuta/à Marika, os principais conflitos são em relação à sexualidade, à puberdade (especialmente no que tange a transformação do corpo e a mudança da voz) e à autoaceitação. E o Ryousuke sofre por ver sua família em ruínas, sua mãe em um estado psicológico cada vez pior, e por sua própria incapacidade de resolver a situação. Ainda bem para ele que há a presença da Hacchi, sua namorada e grande salvadora da pátria (eu aplaudi mentalmente as ações dela no último capítulo traduzido).

Alguns pontos desse mangá são clichê (tipo a de assumir a identidade da irmã falecida. Eu já li esse enredo até num mangá hentai que eu li há muiiiitos anos!), mas a autora soube como escrever uma história tão densa e pesada com maestria. Ela também se mostrou comprometida com o assunto que resolveu trabalhar, pois no posfácio ela comenta ler livros sobre o assunto e ter entrevistado pessoas trans e médicos que trabalham com isso. Parabéns para ela pelo comprometimento com seu trabalho!

  

Eu estou curiosíssimo para ver onde essa história vai acabar. No capítulo mais recente, dois grandes conflitos da história parecem ter se resolvido ou estarem num processo de serem resolvidos... Mas isso também pode significar que novos problemas e situações podem acontecer. A arte é bonitinha, como eu disse. Não é do meu estilo favorito (longe disso, na verdade), mas é agradável e, surpreendentemente, combina com a história. Vou dar nota "8" e, a partir de agora, irei acompanhar essa série com afinco!

A tradução em inglês é do Hachimitsu Scans (é claro!).
P.S.: Quem me recomendou essa história foi um cara no Omegle! Quem diria que seria tão bom! Fica um agradecimento para esse desconhecido, apesar de que eu acho que ele não iria encontrar esse blog. 

2 comentários:

  1. Um enredo denso, daqueles que faz a gente pensar e repensar sobre muitos assuntos... Ótima indicação! Haja Kokoro!

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    1. Oi, anônimo! Realmente, esse mangá é uma leitura bem pesada! O grupo que traduz para o inglês acabou de lançar um novo capítulo e eu estou preparando meu coração para ler! xD
      Em nome do Faust, agradeço seu comentário! Um beijo e boas leituras!

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