quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Magi

Acho que eu já disso isso aqui, mas, de qualquer forma, reitero: Magi é um dos melhores (senão o melhor) mangás shounen da atualidade. A autora é Ootaka Shinobu, que eu já mencionei quando comentei Sinbad no Bouken, um mangá que é derivado de Magi.

Num mundo inspirado pela história das 1001 noites, o protagonista Aladdin viaja pelo mundo com seu gênio Ugo, que mora dentro de uma flauta dourada. Ele acaba conhecendo o mercador Alibaba, que deseja se aventurar numa dungeon. Conforme eu expliquei da outra vez,  são construções misteriosas que abrigam gênios que dão poderes ilimitados à pessoa que suportar os testes. Milhares de pessoas já morreram ao tentar conquistar esses labirintos. Alibaba e Aladdin, entretanto, decidem se aventurar numa dungeon, após serem perseguidos por guardas da cidade. Os dois também acabam libertando e fazendo amizade com Morgiana, uma escrava originária do misterioso Continente Negro com uma força sobrenatural.  

Essa história que eu descrevi compreende apenas os primeiros capítulos. Magi possui diversas sagas, como todo bom shounen, e sua história vai se tornando cada vez mais complexa. Uma história que começa apenas como dois (e, em seguida, três) amigos querendo viver uma aventura, se torna algo muito maior. Existe uma organização misteriosa chamada Al-Tharmen, que se dedica a criar caos pelo mundo, influenciando as pessoas e fomentando guerras nos países. Aladdin também descobre que é um magi, a pessoa capaz de escolher candidatos a ser rei nesse mundo. Outros magi também existem no mundo e acabam tendo papéis importantes na história, como Judal, o magi aliado ao Império Kou, uma nação violenta e expansionista, ou Yunan, o magi andarilho que escolheu Sinbad, o rei dos sete mares, como seu candidato.

Apesar de não poder ser classificado como um mangá "psicológico" (ou seja, esses que se aprofundam no psiquismo e na natureza humana), Magi é um mangá muito inteligente e que versa sobre questões sociais e políticas com maestria. Temas como discriminação, escravidão, preconceito, desigualdade social, pobreza, democracia e muitos, muitos outros são abordados. Apesar de tratar de assuntos sérios, Magi é uma leitura muito gostosa. É engraçado, cheio de personagens divertidos e com um visual muito bonito e detalhado. Além disso, as nações e povos retratados em Magi tomam inspirações do mundo real, o que é muito legal de ver. Outro ponto interessante em Magi é que até os menores dos detalhes acabam tendo importância na trama, então é legal ver um personagem que você achou que tinha cumprido com seu papel na trama reaparecer dezenas de capítulos depois com outra atuação. Essa autora, apesar de ter um elenco gigante e complexo, realmente sabe como fazer bom uso dos personagens que criou.

  

A história de Magi é fantástica e complexa, como tentei explicar acima, e seus personagens são muito bem escritos. O design dos personagens também é muito legal, especialmente de personagens como o Sharkan e o Lo'lo'. Acho que super-vale a pena a leitura, apesar de ser um mangá longo. Boa parte das coisas que me deixavam curioso (da onde vem os gênios? O que/quem são os magi? Da onde o Aladdin vem?) já foram ou já estão sendo resolvidas, então isso é um plus. Nota "10"!

A tradução em inglês é feita principalmente pelo Sense-Scans. Descobri ontem quando fui na banca de revista que Magi está sendo publicado em português com o título Magi: O Labirinto da Magia pela editora JBC.

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