quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Punch Up!

Quando eu fiz aquela série de postagens temáticas sobre gatos foi uma pena eu não ter lembrado de Punch Up!. Afinal, é o gatinho que faz com que o casal se conheça. Mais um trabalho da Kano Shiuko para comentar, que, aliás, foi a última coisa que eu consegui baixar do MangaTraders antes de ele entrar em crise.

Dizem que o certo a se fazer é começar lendo todas as prequels desse mangá, com Gaten na Aitsu e P.B.B., mas eu fiz o caminho inverso e li primeiro Mayou Otoku (que é um spin-off de Punch Up!). Na verdade, eu acho que não se perde nada, por que todos esses mangás são auto-suficientes. Só é legal ver como um personagem de uma história acaba aparecendo na outra, especialmente de formas tão diferentes (o protagonista de Mayou Otoku mudou um monte desde sua aparição em Punch Up!, por exemplo). Com isso explanado, vamos à história em si.

Motoharu é um arquiteto famoso e abertamente gay, cuja preferência é por caras mais jovens, bonitos e atléticos. Enquanto supervisiona uma obra que projetou (e baba nos rapazes atléticos que trabalham lá), ele encontras a sua gata que havia fugido, Shinobu. Agora, entretanto, ela foi adotada por Kouta, um rapaz que trabalha na obra também, que a rebatizou de Nyata e até perdeu o lugar em que morava em função da gata. Motoharu oferece para Kouta ficar com ele em seu apartamento enquanto procura outro lugar para morar. Kouta fica apavorado com a bagunça do apartamento e com pena de Shinobu/Nyata por morar com um dono assim. Motoharu também ajuda Kouta a terminar um relacionamento com um cara sacana e começa um relacionamento sexual com Kouta. E esse foi só o primeiro capítulo! 

Conforme as coisas se desenrolam, o ritmo da história fica mais agradável (ou, devo dizer, menos apressado). O Kouta é um grande tsundere e é domado de modo razoavelmente fácil. Achei interessante como ele não pareceu se importar muito com o ex do Motoharu (que é o Misono de Mayou Otoko e tem uma participação bem legal nessa história), mas ficou com ciúmes do Shinobu (de P.B.B., que trabalha na mesma obra que o Kouta) já que ele inspirou o Motoharu a batizar o gato. Outra coisa interessante nesse mangá é que eles levam a Nyata para uma "entrevista de casamento" para que ela tenha gatinhos antes de castrá-la (coincidentemente o dono do outro gato é o Misono). Basicamente, os dois vivem boa parte do tempo em função dos gatos (como deve ser)!

Outros enredos são introduzidos posteriormente, para dar profundidade aos personagens. Temos mais detalhes sobre a vida do Kouta, sendo que antes de trabalhar ele morava com sua irmã, que é transsexual, e se envolveu com o namorado dela, Yuya, que também tem uma participação importante na história. A irmã do Kouta é uma personagem interessante e preocupada com ele, apesar dos problemas que enfrentaram, e o Motoharu a tratou tão mal, acusando-a de ser promíscua e chamando-a de travesti/cross-dresser. Achei horrível esse momento. Se eu já não gostava do Motoharu antes, por só pensar em sexo 24h por dia e ser um babaca em vários momentos, depois dessa eu perdi a vontade de ler. Outra coisa que me incomodou foi a Kano Shiuko ter usado daquele artifício que os autores adoram: amnésia. Ela até utilizou-se bem desse enredo, mas já é uma temática tão clichê e cansativa que não há muito que se possa fazer.

  

Eu gostei em parte da leitura, mas houve alguns aspectos que me incomodaram (conforme eu expliquei anteriormente) e eu não fui muito fã dos personagens. Claro, o Kouta é um amor, mas o Motoharu é uma mala e, apesar de achar que eles funcionam como casal, não gostei muito das atitudes dele. A arte é muito bonita e fica progressivamente melhor ao longo dos volumes. Vou dar nota "8".

As traduções em inglês foram feitas pelo Fantasy Shrine e pelo Harudaki. Também foi licenciado e publicado em inglês pela SuBLime.

Nenhum comentário:

Postar um comentário