sábado, 2 de agosto de 2014

Henshin Dekinai

Apesar de eu dar notas numéricas para os mangás que leio, na minha cabeça os mangás yaoi são classificados numa escala de "Okane ga Nai" até "mangás da est em". Como Henshin Dekinai é um trabalho da dupla Shinozaki Hitoyo e Kousaka Tohru, a mesma do infame Okane ga Nai, eu estava com receio de ler essa história. Como a Naelyan recomendou e esclareceu que nenhuma das coisas horrorosas que acontecem em Okane ga Nai aparece nesse, resolvi dar uma chance!

Esse mangá é ligado a Okane ga Nai e compartilha de personagens apresentados nessa outra série. Someya Kaoruko (ou Someya Shinobu), um okama (travesti) que é amigo de infância de Kanou (seme de Okane ga Nai), acaba aceitando ir conhecer o mecânico Honda Soichiro, a pedido de um dos gêmeos Kuba... E por ter ficado tentado para receber um conserto gratuito em seu carro. Honda costumava ser um delinquente e trabalha com, além de consertos em automóveis, customizações ilegais. Ele, de início, não sabe do sexo real de Someya e, mesmo depois de descobrir a verdade, acaba se apaixonando por ele. Honda, justo por ser tão diferente de Someya, consegue fazer com que ele se sinta a vontade e, por isso, comece a também se apaixonar.

O grande destaque dessa história é o Someya e como ele foi construído pelas autoras. Apesar da atitude e aparência extravagantes como okama, ele na verdade é uma pessoa introspectiva e tristonha, com baixa auto-estima e um desejo enorme por aprovação. Ao mesmo tempo que ele "é" as duas versões, Someya também faz uma dissociação de sua nova aparência (okama, "a borboleta da noite") em relação a sua aparência antiga (a versão masculina, ou "a crisálida"). Uma delas é a versão idealizada (o que ele almeja ser) e a outra é a versão desprezada por ele por ser "patética" (quem ele era/é). Há coisas que somente a borboleta da noite consegue fazer e o crossdressing acaba sendo a armadura que ele precisa. Achei fantástico o momento que ele diz: "Eu não fiz isso por ele. Eu não trabalhei duro por amar meu pai. Eu fiz isso por mim mesmo... Para que eu fosse amado". 

O Honda entra como um contraste legal para Someya. Ele é rude, mas carinhoso. Atrapalhado, mas compreensivo. Insistente, mas gentil. Tudo que Someya precisava ele oferece. Eu adoro como a dinâmica do relacionamento dos dois funcionou! A história deles poderia continuar, com certeza. Esses dois são personagens interessantes e eu gostaria ver como o relacionamento deles evoluiu.

  

Ainda bem que eu não fui tão teimoso e aceitei ler esse mangá. Gostei bastante da história e dos dois protagonistas (apesar de a aparição do Ayase ter me feito ter arrepios). Como eu disse, acho que tudo foi muito bem construído. Eu não gosto da arte da Kousaka Tohru, mas é um estilo que tem seus fãs. É super-detalhado, sobretudo as roupas e os cabelos do Someya. Vou dar nota "8", porque realmente é uma boa história.

A tradução para o inglês foi feita pelo Dangerous Pleasure

2 comentários:

  1. Faust,

    Que bom que a leitura valeu a pena!! Imagina se vc não gostasse?? (eu acho que não ia saber onde ia enfiar minha cara :p).
    Eu realmente gostei do Honda (um mecânico chamado Honda?? Rofl... ) ele entrou para lista dos semes gente boa, um delinquente que merece estrelinha por bom comportamento! <3
    Eu tb acho que a história deles merecia uma continuação, principalmente depois daquele final! (Que não foi ruim, diga-se de passagem, mas que deixou brecha para se desenvolver ainda mais o relacionamento dos dois).

    Beijos!

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    Respostas
    1. Oi Naelyan!

      Ué, não precisa se preocupar de eu não gostar! Vamos trocando figurinhas e compartilhando sugestões...
      Eu gostaria de ver as suas listagens... hahaha Imagino que o Honda esteja junto com o Jun, de Calorie, na lista de gente-boa, mas o Jun também está na lista de gentleman (o que o Honda está longe de ser!). xD
      Espero que as autoras desistam de Okane ga Nai e invistam nesse aqui, também. ^_^

      Um abraço,

      Faust

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